Transformação social silenciosa
Por Edivaldo Holanda Júnior
O maior patrimônio de uma cidade é o seu povo, e a minha missão, enquanto cidadão e prefeito de São Luís, é proporcionar condições para que todos os ludovicenses se sintam parte integrante desta sociedade. Ainda que a história do país seja estruturada com bases em uma herança de exclusão social, a nossa contínua busca tem sido por cuidar de todas as pessoas, sobretudo as que convivem em uma situação de vulnerabilidade ou necessitam de um olhar especial do poder público. Para isso, temos olhado de maneira muito especial para a rede municipal de proteção social e, consequentemente, transformado milhares de vidas. São histórias de superação, de esperança e de cuidado que me inspiram todos os dias.
Uma dessas histórias de transformação é da Francinara Sousa e dos seus filhos, que conheci há exatos dois anos em visita a Casa de Passagem, uma das nossas unidades de acolhimento para crianças e adolescentes em situação de violação de direito – maus tratos, abusos físicos ou psicológicos -, risco e vulnerabilidade. O pai das crianças morreu e ela, que era usuária de drogas, acabou perdendo a guarda dos seus filhos – um deles, o Miguel, inclusive, tem problemas de saúde que comprometeram o movimento de parte do seu corpo – e foi por meio dos equipamentos da Prefeitura que conseguiu mudar o rumo da família. Ela foi atendida no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) e os filhos acolhidos na Casa de Passagem. Depois de um longo trabalho de recuperação, ela conseguiu dar um novo rumo para a sua vida: se livrou das drogas, recuperou a guarda das crianças e agora mora em um apartamento do Minha Casa, Minha Vida, que recebeu após ser incluída pela Prefeitura de São Luís no programa. Tambem foi inserida no mercado de trabalho e, hoje, presta serviço na Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas). Fran, como é conhecida entre todos da nossa rede que a acompanham, resgatou o amor pela sua vida e pela dos seus filhos, e não há nada mais confortante do que poder ver a alegria de uma família.
Assim como na história dela, milhares de outras pessoas conseguiram a assistência que necessitavam para deixarem a situação à margem da sociedade. Isso só é possível por causa dos contínuos investimentos que temos feito na área, um legado da nossa gestão. Atualmente, a Prefeitura de São Luís mantém 20 Centros de Referência e Assistência Social (Cras), três Centros do Serviço de Convivência, cinco Centros de Referência Especializada de Assistência Social (Creas), dois Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), cinco Casas Abrigo e dois Centros Especializados para Pessoa com Deficiência, os Centros-Dia Adulto e Infantil. Ainda somos responsáveis por dez conselhos tutelares, número que nos coloca em um seleto grupo de cidades brasileiras que cumprem a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que estabelece o funcionamento de um conselho tutelar para cada 100 mil habitantes.
O que antes era apenas pontual, como as vagas de acolhimento que ampliamos de 90, em 2013, para quase 400, em 2018, ou número de famílias acompanhadas, que passou de 2,6 em 2014 para cerca de 8,1, em 2017, agora é uma rede de assistência social que é eficaz e funciona como nunca antes nesta cidade, que oferece todos os passos de que o cidadão precisa para completar o ciclo de atenção, apoio e oportunidade. O que já existia, nós ampliamos, o que existia e não estava em funcionamento, como o Circo Escola, nós reativamos, e o que nem existia, nós criamos. E os avanços continuam chegando. Autorizei na sexta-feira (5) a convocação de todos os 52 aprovados no concurso da Semcas, o segundo da história da cidade. O chamamento será publicado nos próximos dias e reforça a área socioassistencial como uma das prioridades da gestão. É parte do nosso compromisso para a garantia de direitos, a redução das desigualdades e a construção de uma sociedade mais justa.
A trajetória de conquistas da assistência social da capital maranhense, porém, é mais do que números, dados, estatísticas. É o olhar humano que não apenas o poder público deve ter, mas todos os cidadãos. É ajudar quem precisa, é dar oportunidade para essas pessoas e entender as fragilidades e dificuldades que cada uma enfrenta. Um ato de solidariedade, carinho, atenção pode transformar uma vida, e enquanto eu estiver ocupando este cargo como representante do povo da minha cidade, é isso que farei: representá-lo, seja qual for a sua história, a sua origem, a sua situação social. Esta obra invisível para muitos é a que mais me orgulha: transformar a vidas das pessoas.
*Edivaldo Holanda Júnior é prefeito de São Luís