A Assembleia Legislativa discutiu na manhã desta segunda-feira (29) a estrutura do Shopping da Ilha e a situação financeira dos lojistas. O evento foi solicitado pela deputada Eliziane Gama (MD) após reclamações encaminhadas para a Comissão de Direitos Humanos sobre a falta de atrativos e retorno financeiro no estabelecimento comercial.
A audiência foi presidida pela deputada Eliziane Gama e contou com a presença do deputado Alexandre Almeida; a Promotora de Justiça do Consumidor, Lítia Cavalcanti; o Superintendente do Shopping da Ilha, Guilherme Paiva; o Ten.Cel. Marcelo Ferreira representando o Comando do Corpo de Bombeiros; a Assessora do Procon, Jessyca Fonseca; o Engenheiro Jorge Almir do Crea; além de lojistas.
Durante a audiência os lojistas apresentaram as reclamações e afirmaram que não houve cumprimento da proposta de venda do espaço, além de atrasos nos prazos. Para eles o fato de a construção do shopping ainda não ter sido concluída, além da falta de atrativos tem interferido nos lucros e muitos já estão em situação de falência.
“Foi nos oferecido um mix de serviços. O shopping seria um espaço de compra e de laser para a população, porém o que vemos é um shopping em obras e sem atrativos”, relatou o lojista Willian Prado.
O Superintendente do Shopping da Ilha, Guilherme Paiva informou os dados sobre faturamento e estrutura do shopping durante a audiência. Segundo o superintendente, há interesse da direção do empreendimento de negociar com lojistas. Ele explicou que a parte que falta ser entregue no shopping é apenas a torre comercial.
“Todo negócio envolve riscos, sabemos que o primeiro ano é sempre muito difícil para os investidores. O grupo Sá Cavalcante tem todo interesse no sucesso do shopping. Estamos abertos a negociação!”, destacou.
Para o deputado Alexandre Almeida a audiência serviu para ouvir ambas as partes e agora é momento de avançar nas negociações. “Precisamos agora discutir as questões de responsabilidade que envolve cada um”, disse.
A Promotora de Justiça do Consumidor, Lítia Cavalcanti destacou que entre os principais problemas está à entrega de um shopping inacabado para a população e para os lojistas e sem atender tópicos importantes como a segurança. Ela afirmou que está aguardando a vinda do presidente do grupo Sá Cavalcante para definir as medidas que serão tomadas pelo MP em relação ao empreendimento.
“Por enquanto o procedimento do Ministério Público está suspenso, mas dependendo do andamento poderá resultar em ação por dano coletivo ou até mesmo ação penal. Acredito que houve uma precipitação na entrega deste shopping. Nós vamos pedir novos laudos da estrutura do shopping e aguardar a vinda do presidente da Sá Cavalcante”, assegurou Lítia Cavalcante.
O Ten. Cel. Marcelo Ferreira que representou o Comando do Corpo de Bombeiros informou que esta semana expira o prazo para nova vistoria ao prédio para verificar situação estrutural.
“Recebi a informação do comandante de que esta semana voltaremos a verificar as condições do prédio para saber se foram realmente cumpridas dentro do prazo dado de 30 dias”, disse.
Entre os encaminhamento da audiência pública está o prazo de 20 dias para negociação entre lojistas e superintendência do shopping no que diz respeito a ação de despejo e taxas cobradas.
Para a deputada Eliziane Gama a audiência foi produtiva. Ela informou que vai acompanhar de perto o processo de negociação entre lojistas e a superintendência do shopping, além das questões que envolvem a segurança do local.
“O Maranhão é um dos estados mais pobres do Brasil, e quando os empreendimentos se instalam aqui precisam respeitar o maranhense. Quero pedir que em nome do crescimento desta cidade e deste estado venhamos encontrar uma solução para este problema!”, finalizou Eliziane Gama.
Foto: JR Lisboa/Agência AL