O Maranhão é o estado com a segunda maior taxa de analfabetismo do país, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2017. Os dados divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que mais de 851 mil maranhenses não sabem ler e escrever um bilhete simples.
No ano passado, o Maranhão esteve apenas atrás de Alagoas no comparativo com os estados com a maior taxa de analfabetismo. Alagoas teve 18,2%, enquanto o Maranhão atingiu 16.7%, que é o mesmo valor registrado em 2016.
Comparando com os dados nacionais, a taxa no Maranhão é maior que o dobro do país, que é de 7% de analfabetos. Em números totais, há 11,5 milhões de analfabetos no Brasil.
A análise dos dados mostra que a desigualdade persiste: a concentração é maior nas regiões Norte e Nordeste, no grupo daqueles com 60 anos ou mais e entre as pessoas que se declaram pretas ou pardas.
Grupo com mais analfabetos
O analfabetismo no Maranhão se destaca a partir dos 60 anos de idade, que representa quase metade dos maranhenses analfabetos, com 47,9%. Em comparação com 2016, essa faixa etária apresentou crescimento na taxa de analfabetismo de 0,1%.
O IBGE no Maranhão também destacou que a população idosa analfabeta representa 396.000 pessoas, sendo um passivo que acompanha ao longo de tempo a realidade educacional do estado. Em 2016, esse percentual foi de 46,1%, representando 387.000 pessoas. O supervisor de disseminação de informações do IBGE no Maranhão, José Reinaldo, apontou que faltam ações específicas para este público.
“São pessoas que deveriam ter sido alfabetizadas e não foram. É um passivo que, para recuperar, precisa haver uma campanha a parte. Os idosos estão vivendo mais e é preciso realizar um trabalho específico com essa população”.
O G1 entrou em contato com o Governo do Maranhão para obter retorno sobre os números do IBGE e do estado não diminuir o número de analfabetos de 2016 para 2017. Em nota, a Secretaria de Educação disse que está investindo no combate ao analfabetismo. Para reverter o quadro, informou que foi implantado em 2016 a jornada de alfabetização do Maranhão, com ‘Sim, Eu Posso!’, e só neste primeiro ano já alfabetizou 70% dos inscritos. Ou seja, dos 14.040 alunos do programa, 9.368 já estariam escrevendo suas primeiras linhas em municípios atendidos pelo ‘Plano Mais IDH’.
Além disso, a Seduc disse que ampliou o “Sim Eu Posso!” para a alfabetização de aproximadamente 19 mil pessoas em 15 municípios com o baixos indicadores sociais, e que o Governo Federal reduziu os investimentos do Programa Brasil Alfabetizado no Maranhão, diminuindo a meta de 20 mil alfabetizandos no penúltimo ciclo (2016) para, apenas, 6.500 em 30 municípios (2017), cujas ações encerram neste ano.
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