Titular da comissão de saúde da Assembleia Legislativa, a deputada Andrea Murad (PMDB) participou da audiência pública com o secretário de estado da saúde, Marcos Pacheco, que esclareceu os planos da sua gestão para o ano de 2015.
Em uma postura diferente da base do governo no parlamento e até mesmo do atual governador, o secretário reconheceu, por diversas vezes durante seus esclarecimentos, os avanços implementados pela gestão de Ricardo Murad.
E com o argumento de priorizar a atenção básica, explicou que pretende usar a estrutura entregue e ‘redesenhar a rede física’ de assistência à saúde na intenção de conseguir recursos do governo federal. Ação que vai demorar a ser colocada em prática e representa um verdadeiro desmonte do que foi criado pela gestão anterior, avaliou a deputada Andrea Murad.
“Estes são os planos futuros, mas hoje enfrentamos graves problemas na rede e que precisam ser solucionados. Fiz graves denúncias e o secretário precisa revolver. Não se trata, apenas, de ‘redesenhar’ a estrutura dos hospitais municipais ou concentrar todos os esforços para a atenção básica, desmanchando todo um programa em execução. O governo precisa resolver os problemas que estão surgindo e que só toma conhecimento quando subimos à tribuna para denunciar. Fui enfática, mostrei dados e fotos, cobrei do secretário soluções e ele garantiu aqui que vai trabalhar para manter um atendimento de qualidade nas unidades do estado que a gestão passada deixou”, disse Andrea Murad.
A deputada relatou vários problemas como a falta de medicamentos, materiais hospitalares, falta do leite especial, paralisação de diversos serviços como as cirurgias eletivas e atraso nos pagamentos de terceirizados. Quanto a superlotação das UPAs, ela reivindicou o retorno de um atendimento de qualidade nas unidades que foram inauguradas há anos e que nunca sofreu tanto com lotação. Ela ainda cobrou os motivos do repasse de R$ 9 Milhões para a média e alta complexidade em Caxias já que a prioridade do governo é outra.
Com respostas diferentes das apresentadas por deputados governistas nas últimas sessões, o secretário de saúde explicou os motivos dos problemas, porém, dedicou boa parte das suas respostas ao seu projeto de atenção básica, de competência municipal, e que vão contra às ações práticas necessárias para momento. Na tentativa de explicar o repasse para Caxias, por exemplo, ele alegou que os recursos são para garantir uma ‘barreira assistencial’ na região, que será feito o mesmo em Timon, para evitar ida de pacientes para Teresina.
“Estamos diante de vários problemas de gestão, que provoca uma perda tamanha de eficiência da rede estadual, onde, o mínimo, era se manter o que recebeu garantindo o fluxo de rotatividade. Receber paciente, encaminhar, tratar e abrir novas vagas para pacientes. E isso não está acontecendo. A atual gestão não consegue manter o funcionamento da rede, mas envia Fundo a Fundo para Caxias. E aqui, na audiência, o próprio secretário reconheceu a superlotação nas UPAs e até no Hospital Carlos Macieira, confessou que está enfrentando dificuldades para manter o mesmo padrão, mas que vai tentar solucionar os problemas. E sobre as unidades de 20 leitos, Marcos Pacheco teve a infelicidade de declarar que muitas unidades são desnecessárias e que vai modificar o perfil de muitas delas, ou seja, desmanchar o que foi feito na saúde”, disse a parlamentar.
A deputada Andrea Murad finalizou a sua participação elogiando a postura do secretário e que, embora com pontos de vistas diferentes, é importante saber que ele tem exata noção do avanço da saúde nos últimos 5 anos, ao contrário do governador e dos deputados do governo.