Depois de ver os jogadores do Cruzeiro (RO) entrarem na Justiça do Trabalho por maus-tratos, o presidente do clube, Domingos Anastácio Pinheiro de Oliveira, conhecido como “Loló”, minimizou o fato e ainda culpou-os pela polêmica criada. Ele admitiu que os salários estão atrasados em um mês, mas disse que os atletas não passaram fome em Porto Velho.
– Eles não tinham razão para fazer isso. Recebemos jogadores de empresários para fazer testes e não tínhamos obrigação de pagar a hospedagem deles aqui. Dos atletas que entraram na Justiça, apenas uns três têm contrato conosco. Além disso, só estamos com um mês de atraso. Diga-me: qual clube no Brasil não deve? Tínhamos responsabilidade com os jogadores do clube – afirmou.
Quanto à denúncia de maus-tratos e de problemas de alojamento, o presidente afirmou que procurou acolher os jogadores e que chegou a ceder a própria casa. Ele garantiu que tem testemunhas e recibos de alguns estabelecimentos para provar.
– Nunca passaram fome aqui em Porto Velho. Os jogadores do clube ficaram em hotéis, passaram por restaurantes e até na minha casa. Tenho comprovante disso tudo. A chácara, que eles citam, ficou dois dias sem luz, pois teve problemas na fiação. Na verdade, foram dois jogadores que começaram com esse tipo de rebelião. Acho que fizeram por problemas particulares, e os demais se sentiram intimidados. Chegaram a quebrar a casa de um juiz, que nos abrigou na cidade de São Miguel do Vale do Guaporé. Eles vão pagar pelo que fizeram – prometeu.
O dirigente revelou que vai à Justiça para denunciar os danos causados pelos jogadores. Depois de toda a polêmica, segundo ele, o clube perdeu seu único patrocínio.
– O clube está nessa situação por causa deles. Recebi uma informação, na manhã desta quarta-feira, de que perdemos o patrocínio de R$ 10 mil, que serviria para pagá-los. Ninguém nos ajuda. Eles sabem que estão errados. Já tentei alugar uma casa para eles na cidade, mas ninguém aceita – disse.
Entenda o caso
Os jogadores alegam que, ao chegarem a Porto Velho, foram alojados na residência de Loló e em um hotel de trânsito. Depois, teriam sido mandados para a cidade de Cerejeiras, em uma casa “em péssimas condições”, e levados a uma chácara onde, segundo eles, não havia energia elétrica ou água limpa para tomar banho. Eles disseram que chegaram a ser esquecidos no vestiário do estádio Aluízio Ferreira, após uma partida em que perderam por goleada.
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