Reconhecer é uma das atitudes mais difíceis para o ser humano, principalmente depois que alguém consegue vencer os momentos de dificuldade. No esporte, especialmente no futebol não é diferente. Nos momentos de alegria você chega a ser o máximo, mas basta vir um tropeço para surgirem as críticas.
Ontem, no Castelão, o Moto confirmou, de fato o retorno às competições nacionais. Havia goleado o Santa Quitéria no meio de semana fora de casa e já estava com a mão na vaga. Foi a concretização de um sonho de vários motenses que se uniram para levar o Moto ao seu devido lugar.
E três pessoas, em especial, passaram a fazer parte da história do Moto neste novo momento. Vou falar agora de cada um deles.
O primeiro é o jornalista Roberto Fernandes. Quando escrevi aqui no blog que Roberto pretendia ser presidente sabia que seria um caminho sem volta. Cheguei a ser criticado, inclusive por colegas de ter colocado Roberto no “mal caminho”. Roberto foi chamado de louco e todos disseram que estava jogando a sua credibilidade no lixo.
Hoje, muitos dizem que Roberto estava certo. Pelo menos agora não o chamam mais de louco. E se não o ajudaram, pelo menos agora são obrigados a reconhecer que Roberto estava certo ao colocar seu nome à disposição do clube.
Roberto pegou o Moto arrasado. O time estava numa segunda divisão e mergulhado em uma grave crise financeira. Fez um pacto com a torcida e passou a acreditar na força dela. A torcida respondeu e até compareceu em grande número nos jogos. “Motenses ilustres” que prometeram ajudar Roberto, aos poucos foram se afastando.
Roberto levou o Moto até o fim de dezembro. Deixou o clube depois de montar uma base de fazer inveja aos adversários. Em menos de um ano, o Moto já contava com uma série de talentos que podem significar muito num futuro próximo.
Encontrou em outro motense doente, a tranqulidade para tocar o futebol do clube. Refiro-me a Waldemir Rosa, o Dadá. Foi ele o responsável pela montagem do elenco rubro-negro. Cara sério, dedicado, discreto e que mais uma vez sabe que o segredo no futebol é trabalhar muito e falar pouco.
Dadá é um homem de bastidores que não aparece e que dedica todo o seu tempo ao futebol do Moto. Conhece como poucos aqui os bons e novos jogadores. E consegue, mesmo diante da dificuldade mostrar a cada um que, o dia de amanhã pode ser melhor para todos.
O terceiro personagem desta história é o técnico Édson Porto. Não é à toa que desde a segunda divisão era o nome preferido de Roberto e Dadá, mas o Moto não tinha dinheiro e ficou impossível trazê-lo. No início do ano, o Moto investiu alto e trouxe o treinador preferido por dirigentes e torcedores.
Não deu outra. Porto mostrou mais uma vez que tem DNA rubro-negro. Aceitou o desafio de comandar o time no Estadual e tentar recolocar o Moto nas competições nacionais. O treinador entendeu o momento era de amor e superação. Só caberia no clube quem tivesse em mente estes dois valores.
Foi o amor e a superação que fizeram Roberto, Dadá e Porto apostar que era possível realizar o sonho da sofrida torcida rubro-negra. E esses três personagens representam muito bem outros motenses que ajudam, mas que não aprecem. Que todos se sintam representados.
E agora que o Moto já está de volta às competições nacionais é hora de começar a pensar ainda maior. O time vai para a disputa do returno do Estadual contra o seu maior rival, o Sampaio, mas o momento é para começar a pensar na participação no Campeonato Brasileiro Série D.
O Moto pode e precisa ir mais longe. E tudo passa pela união não só desses três motenses, mas de todos que possam contribuir para que o Papão possa mostrar que realmente voltou ao seu devido lugar.
Parabéns a Roberto, Dadá e Édson Porto. Vocês são os representantes de todos que estão ajudando o clube e em especial ao torcedor rubro-negro que nunca deixou de acreditar no Moto.