O senador Lobão Filho, pré-candidato ao Governo do Maranhão pelo PMDB, afirmou não acreditar que o adversário da presidente Dilma Rousseff (PT), senador Aécio Neves (PSDB) – apoiado no estado pelo pré-candidato Flávio Dino (PCdoB) – mantenha os programas sociais do governo petista, caso eleito em outubro. “Não acredito que o PSDB mantenha nenhum dos programas de sucesso do PT no país”, enfatizou.
De acordo com o peemedebista, Aécio já demonstrou não ter o interesse em prolongar ou ampliar os programas de governo do PT, iniciados ainda na administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
E a primeira movimentação clara do tucano ocorreu na última quinta-feira, no feriado do Dia do Trabalho, em São Paulo, ocasião em que Aécio Neves criticou fortemente o reajuste de 10% concedido por Dilma no Programa Bolsa Família.
“A presidente da República, infelizmente, mente aos brasileiros no momento em que diz que o reajuste de 10% do Bolsa Família permite que a remuneração alcance aquele patamar mínimo estabelecido pela ONU [Organização das Nações Unidas]”, disse e completou: “A presidente foi ontem à televisão falar que quer dialogar com o trabalhador, mas hoje está fechada no Palácio. Não veio olhar para vocês e explicar porque a inflação voltou, o crescimento sumiu e a decadência anda em falta no atual governo”, afirmou.
A postura do PSDB contrária aos programas sociais do governo Dilma/Lula se repete em todos os estados, e se intensifica no Maranhão, onde os tucanos representam hoje a principal força partidária no palanque do candidato Flávio Dino. Os tucanos maranhenses criticam duramente programas como o Bolsa-Família e o Minha Casa, Minha Vida, que Lobão Filho já declarou apoiar. “E vou lutar para ampliar programas sociais como estes, ao mesmo tempo em que dedicarei meu tempo para garantir o suporte de desenvolvimento econômico no Maranhão”, disse o candidato do PMDB.
Soicalista – Outro adversário de Dilma Rousseff, também apoiado pelo comunista Flávio Dino no Maranhão, ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), classificou o reajuste no Bolsa Família de “compensação” aos efeitos sobre a renda do trabalhador provocados pela inflação.
“O Brasil entrou pelo caminho errado, e para voltar vai precisa do ânimo e da mobilização do trabalhador”, afirmou o socialista. Tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos terão espaço no palanque político do comunista Flávio Dino nas eleições de outubro. Dino era auxiliar da Presidência da República como presidente da Embratur nos últimos dois anos, mas optou por fazer oposição a Dilma.
Outro aliado de Flávio Dino a criticar duramente o reajuste ao Bolsa Família foi o deputado estadual Neto Evangelista (PSDB). A O Estado, Evangelista considerou a medida como um ato de desespero do Governo Federal. “Todo aumento é bem-vindo, mas, se o aumento tirasse parte dos brasileiros da linha de pobreza seria o mínimo que ela poderia fazer. É uma medida de desespero da presidente e totalmente eleitoreira”, criticou Evangelista.
Gastão Vieira defende Bolsa Família
O deputado federal Gastão Vieira (PMDB) defendeu ontem, em entrevista ao programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM, o reajuste de 10% concedido pela presidente Dilma Rousseff (PT) no Bolsa Família.
De acordo com o parlamentar, a correção, já prevista no orçamento do Governo Federal, é necessária e atende à população carente do país. Ele afirmou não ver motivos para as críticas da oposição. “É preciso entender que no Maranhão nós temos mais de 1 milhão de famílias vivendo do Bolsa Família. Se nós colocarmos, por baixo, que uma família tem em média quatro pessoas, nós vamos ter uma população de 4 milhões vivendo do Programa do Governo Federal. E quando você dá uma correção, prevista no orçamento, é claro que isso é um alento para estas pessoas. Portanto, é uma medida que atende à grande massa da população”, afirmou.
O Estado