Desfecho equivocado
Nem de longe posso admitir que a solução encontrada pela Prefeitura de São Luís no caso do “Pirata da Litorânea” foi a melhor. Se a Prefeitura acertou ao retirar o veículo da Litorânea a pedido do Ministério Público, o desfecho abre um grande discussão e caminho a todo cidadão morador de rua desta cidade exigir a mesma preocupação por parte de Edivaldo Holanda Júnior. Vale lembrar e o prefeito sabe muito bem que é garantido na Constituição Brasileira direito à moradia digna.
Ao ouvir o anúncio por parte do secretário de Turismo, Lula Fylho confesso que fique incrédulo. É um precedente enorme que abre a administração de Edivaldo Holanda Júnior e uma ameaça à ordem urbana nesta cidade. Vejam só:
“Acabei de sair lá da Litorânea, nós resolvemos o problema do “Pirata” da seguinte maneira. O prefeito determinou que a equipe estivesse toda empenhada em resolver isso. O nome dele é Pirata. Ele diz que não sai de lá porque ele é um “artista Pirata” e Pirata mora no mar, então sugeri e o prefeito já acatou e nós vamos comprar uma biana que é um barco tombado como Patrimonio da Humanidade e nós vamos colocar fixo lá perto do calçadão da Litorânea e o nome vai ser “ateliê do pirata” e vamos transformar isso num atrativo turístico”, disse o secretário.
E continuou: “A secretária de Assistência Social colocou ele no programa de aluguel social. O prefeito pediu que ele aceitasse e ele aceitou o programa Minha Casa, Minha Vida, então ele vai ganhar uma casa e a gente está com o secretário de Trânsito regularizando vendo o que precisa para regularizar o documento do carro dele para que ele também tenha como se locomover, então de certa forma é um limão que se transformou em limonada, mas com o empenho da equipe do prefeito e de muita gente que se mobilizou. Infelizmente foi uma ordem do Ministério Público que foi até cumprida sem até sem a anuência do secretário de Trânsito e isto também está sendo corrigido internamente, mas que bom que está dando tudo certo”, finalizou Lula Fylho.
Quantas pessoas nesta cidade lutam para ter a casa própria por meio do Minha Casa, Minha Vida, enfrentam filas, sol, chuva, enfim mas nunca conseguem? Porque no caso do “Pirata da Litorânea” foi tão fácil e tão rápido?
Se aparecer agora uma tal “Sereia da Litorânea” será que conseguirá também uma casa da Prefeitura de São Luís?
É tão simples assim garantir uma moradia no Minha Casa, Minha Vida, então porque essa imagem se repete pela cidade?
Se a prefeitura de São Luís foi rápida e eficiente na solução do problema do “Pirata da Litorânea” porque não resolver o problema de muita gente nesta cidade que não tem moradia digna?
E ainda cabe uma explicação sobre o que disse o secretário: “infelizmente foi uma ordem do Ministério Público que foi até cumprida sem a anuência do secretário de Trânsito”. É isso mesmo? A afirmação parece surreal.
Particularmente, acho que o prefeito caiu numa armadilha, mas fica o tema para reflexão de todos nós.