Desde a noite dessa sexta-feira (13), o mundo inteiro está de olhos voltados para Paris, capital da França, onde pelo menos 128 pessoas morreram nos atentados terroristas, reivindicados pelo Estado Islâmico. Muitos estrangeiros visitam ou moram na capital francesa, entre eles, a advogada maranhense Michele Poulin. Ela gravou um depoimento onde relata o clima de apreensão na capital francesa após os atentados.
“Sou de São Luís, moro em Paris há mais de 10 anos. Tenho uma família aqui, vim estudar. Ontem a gente estava assistindo o jogo de futebol da França e da Alemanha na televisão quando a gente começou a saber, quando começou a passar os letreiros indicando que estavam tendo atentados em Paris”, diz.
A advogada mora no principal centro financeiro de Paris, próximo a onde aconteceram os atentados. “Eu moro em La Défense, que é o centro empresarial de Paris, onde tem as torres e onde está sempre em primeiro plano para todos os atentados. O Exército está sempre na La Défense para proteger dos atentados. Tem o maior shopping da cidade lá e todas as torres. A gente estava a quase oito, sete quilômetros dos atentados”.
Com os ataques, a rotina da cidade mudou. “Tem um teatro da mesma rua da casa de show Bataclan, que a gente tem o hábito de ir a vários show lá também. Tem o teatro nessa rua que a gente ia assistir a uma peça hoje (sábado) à noite. Então, a cidade está toda fechada. Eles fecharam todas as salas de shows e todas as salas onde pode ter alguma manifestação para poder esvaziar a cidade. Como o governo instaurou a vigilância máxima, eles querem com isso poder ter autorização de entrar nas casas dos traficantes, dos terroristas, de todo mundo que está traficando arma e todas as pistas que eles têm”, explica.
Com medo, Michele e a família se distanciaram 30 km de Paris e estão na casa da sogra. “A cidade inteira está vazia (…) As escolas fecharam. Hoje meu filho tinha uma atividade esportiva, tinha tênis e foi anulado. Tudo está anulado. (…) Eu estou em pânico, porque segunda-feira a vida volta ao normal e a gente pega o metrô, deixa as crianças na escola e a gente não sabe como vai ficar isso. A gente está em pânico. É uma guerra”, conclui.
A cantora maranhense Anna Torres que também mora em Paris revela o medo de agora viver na França. Em seu depoimento, ela afirma que está muito triste e assustada com toda a situação.
“Queridos amigos do Maranhão nós aqui na França estamos em estado luto nacional por toda essa barbárie por esse absurdo que aconteceu. O governo francês, a polícia diz para nós ficarmos vigilantes em casa, em estado de alerta. É realmente assustador tudo isso que nos acontece. Os amigos que estavam no Bataclan foram massacrados. Estamos realmente muito tristes. É só o que eu posso dizer”.
Leia mais