Mesmo sem ingressos, maranhense viaja para ver o Pan

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De Imperatriz, no Maranhão, para Brasília e em seguida São Paulo. Depois, Cidade do Panamá, Cidade do México e, enfim, Guadalajara. No total, 36 horas de viagem para chegar ao Pan. E sem ingresso para nenhuma das competições.

Josafá Granjeiro, 43, não é atleta, parente de jogador ou técnico, nem sequer tem familiares no México. Ele gosta de esporte e, mais ainda, de torcer para o Brasil.

Planejou as férias da Caixa Econômica Federal, onde trabalha há 22 anos, para o período dos Jogos.

Não conseguiu comprar ingresso pela internet. Arriscou. Cerca de uma hora depois de desembarcar em Guadalajara, na terça-feira passada, se encaminhou para a semifinal feminina do vôlei.

Chegou no ginásio e já não havia ingresso para Brasil x República Dominicana. Pediu na fila, tentou na bilheteria, falou com voluntários. Não deu, ia ficar para fora. Até que, uma das voluntárias se aproximou e, por baixo da bandeira do Brasil que Josafá carrega, lhe deu um ingresso gratuitamente.

Bastou para ele tentar a sorte novamente na final do dia seguinte. Não conseguiu ver a vitória sobre Cuba, mas, quando os portões foram abertos para a torcida deixar o ginásio, lá foi o maranhense ver a premiação, tirar fotos das jogadoras e conseguir autógrafos das campeãs.

Na quinta, mais uma aventura, conseguir ingresso para a semifinal feminina do handebol, entre México e Brasil. Conseguiu. No hotel, um argentino havia comprado ingresso para as duas semifinais, desistiu de ver a brasileira. Sobrou (no bom sentido) para Josafá, que pagou o preço oficial (cerca de R$ 10).

“Eu era o único brasileiro no jogo [contra o México], mas tentei gritar mais alto”, disse o caixa de banco.

Em Guadalajara, ele já conseguiu comprar mais dez ingressos, estes em bilheterias. A maioria para o atletismo. Tentou os da ginástica artística, e não conseguiu. Vai insistir nas filas. Mais brasileiros já conseguiram, de graça, ingressos dos mexicanos. O preço é muito baixo.

No fim de semana, ônibus e viagem noturna para Puerto Vallarta, a 350 km de Guadalajara, para assistir ao vôlei de praia. Ia amanhecer na fila para sensibilizar quem tivesse ingresso sobrando.

A ideia de viajar para torcer pelo Brasil surgiu em 2004, quando foi para a Olimpíada de Atenas. Queria ir para Pequim-2008, mas o valor total da viagem ficou o mesmo que gastaria para levar a família toda (mulher e dois filhos) para ver o Pan do Rio, em 2007. Foi o que fez.

“Estar aqui com o Brasil não tem preço, mas não viajo sem poder pagar”, disse.

Falando inglês e espanhol básicos, tentando conversar com todos nos ginásios, Josafá quer levar sua bandeira e animação para as disputas onde houver brasileiros.

Ao menos uma conquista ele já garantiu no Pan, a da simpatia dos mexicanos.

Folha

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Iziane é só ansiedade antes da estreia no Pan

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“É o meu primeiro Pan. Então, é lógico que eu quero muito esse título. Não podemos entrar de salto alto. Temos de jogar com seriedade, pensar apenas em atuar bem para que as pessoas que estão assistindo tenham vontade de jogar. É com esse pensamento que devemos entrar em quadra”

A frase é de Iziane, que estreia em Pan-Americanos em Guadalajara, ao site da Confederação Brasileira. A ala, que, cansadíssima, não teve um Mundial de 2010 brilhante (apesar dos 13,4 pontos, apenas 386% nos chutes e 2,6 erros por partida), volta a defender a seleção brasileira e será comandada pela primeira vez por Ênio Vecchi, técnico campeão da Copa América recentemente.

E se há uma coisa que vale a pena ficar ligado será em como Iziane assimilará as instruções de Ênio. Se compreendê-las e fizer tudo direitinho (leia-se “defender com correção e jogar coletivamente no ataque”), o Brasil cresce não para o Pan, mas sim para as Olimpíadas de Londres.

Resta saber se a jogadora irá “comprar” o discurso de Ênio.

por Fábio Balassiano

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