Waldir é investigado
Foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (2) a investigação da Polícia Federal sobre a Operação Miqueias, que apura o desvio de dinheiro de fundos de pensão municipais. Por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o processo foi remetido ao Supremo em razão do envolvimento de três deputados federais: Waldir Maranhão (PP-MA), Davi Alcolumbre (DEM-AM) e Eduardo Gomes (PSDB-TO), que está licenciado e atualmente é secretário de esportes de Tocantins.
Ao Jornal Nacional, os três deputados negaram elo com fraudes.
O Supremo vai investigar o caso porque os parlamentares têm foro privilegiado e só podem ser investigados em inquéritos autorizados pelo tribunal e com acompanhamento da Procuradoria Geral da República. O processo ainda não chegou ao tribunal. Quando isso acontecer, será distribuído por sorteio a algum dos 11 ministros que deverá autorizar ou não a apuração.
O envolvimento dos parlamentares foi constatado em telefonemas gravados pela Polícia Federal com autorização da Justiça. Segundo a PF, o doleiro Fayed Treboulsi, citado como o chefe do esquema, foi flagrado conversando com deputados em diversas ocasiões.
Em um dos diálogos, Eduardo Gomes conversa com o doleiro para marcar encontro com um prefeito. Ainda conforme a PF, uma agenda de Fayed apreendida traz anotações de valores ao lado de Eduardo Gomes: R$ 60 mil, R$ 250 mil e R$ 100 mil. A PF, porém, não informa do que se tratam os valores.
Conforme a PF, foram identificados dois depósitos de R$ 100 mil cada um na conta de um funcionário de Gomes. As transferências foram feitas, afirma a investigação, por empresas e pessoas ligadas ao doleiro Fayed.
O deputado licenciado e secretário do Tocantins admitiu que apresentou prefeitos ao doleiro, mas disse que não foram fechados negócios. Eduardo Gomes afirmou que vai verificar sobre depósitos feitos na conta de um funcionário dele.
O deputado Waldir Maranhão afirmou que nunca teve contato com o doleiro e Davi Alcolumbre negou que tivesse intermediado encontros.