O papel do jornal

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Ao tomar conhecimento da maneira como O Estado foi obrigado a conceder direito de resposta ao governo estadual, no caso das mortes no hospital de Coroatá, mesmo já tendo publicado posicionamento oficial da SES, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) se manifestou sobre o assunto:

“É lamentável a decisão judicial ocorrida neste caso. O direito de resposta é preceito constitucional, mas deve ser justificado. Na mesma edição em que veiculou a notícia, o Estado do Maranhão publicou nota oficial do governo, com sua versão do fato. Foi portanto, uma decisão judicial contrária à liberdade de imprensa”.

A nota é assinada por Ricardo Pedreira, diretor Executivo da ANJ.

Coincidentemente, no dia em que publicou o “direito de resposta” (13 de maio), O Estado veiculou um anúncio de abrangência nacional assinado pela ANJ, para ressaltar a importância dos jornais na construção de uma sociedade livre.

O anúncio de página inteira estampava a seguinte frase, de Thomas Jefferson, um dos mais icônicos presidentes que os Estados Unidos já tiveram: “Eu prefiro um país sem governo e com jornal a um país com governo e sem jornal”.

A ANJ arrematou o conteúdo publicitário com um slogan estrategicamente pensado para a data da publicação, Dia da Abolição da Escravatura:

“No mundo inteiro os jornais lutam para que as pessoas não sejam escravas de ninguém”.

Ao impor a O Estado uma publicação injusta de direito de resposta, o juiz do caso acabou por propiciar uma situação perfeita de confronto entre o cerceamento da liberdade de imprensa e o grito da ANJ em defesa da livre informação.

No rodapé do anúncio, uma última frase, para reflexão de todos: “No papel ou no digital, nada substitui o papel do jornal”.

Esse é o espírito.

Coluna Estado Maior/ O Estado

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Dois poderes

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AndreaMuradPor Andrea Murad

No início da semana expressei, pela primeira vez, minha opinião sobre a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão. Desde o final das eleições de outubro, Humberto Coutinho vem anunciando sua candidatura única, acordada com o governador eleito, Flávio Dino, e alguns deputados da próxima legislatura. Nada contra Humberto Coutinho, a quem respeito, porém, como deputada eleita pelo PMDB, partido de oposição ao futuro governo, não posso concordar com a imposição de Flávio Dino que demonstra claramente desejar obter o controle de dois Poderes a partir de 2015: o Executivo e o Legislativo.

Precisamos discutir e incentivar a indicação de alguém que realmente represente a renovação e não o atraso, alguém que não irá apenas obedecer ao governo, mas que poderá questionar quando for necessário e que, acima de tudo, se negue quando o assunto for desfavorável ao povo do Maranhão, este a quem realmente devemos lealdade, compromisso e respeito. Qualquer outra posição é condenável e não terá o meu apoio. Precisamos honrar o nosso eleitorado. Nós fomos eleitos para atender o desejo do povo, com uma nova forma de fazer política, uma política diferente.

Para isso acontecer, precisamos estar mais unidos e o diálogo é a melhor opção para alinhar as coisas. Afinal, sou formada em Comunicação Social, sei bem os resultados de uma discussão saudável onde todos são ouvidos e a decisão tomada seja aquela em benefício de todos. Acredito que na política não devemos pensar individualmente, devemos pensar em grupo porque defendemos uma ideia, temos um objetivo em comum e precisamos estar bem alinhados, por isso tenho certeza que, em breve, o PMDB iniciará essa discussão e eu continuarei defendendo a ideia de que não devemos aceitar Humberto Coutinho como presidente da Assembleia só porque Flávio Dino quer, como forma dele retribuir os favores, por exemplo, de quando foi eleito deputado federal com apoio de Humberto Coutinho. Isso é uma escolha pessoal de Dino e não devemos nos basear nessa pessoalidade na hora de decidir o presidente da AL-MA.

Quanto às especulações de candidatura, não sou e não quero ser candidata a presidente da Assembleia. Tenho outros planos para o início da minha carreira política, honrando meus compromissos sem jamais deixar de lutar por uma oposição responsável, transparente e firme ao governo Flávio Dino, como faz o próprio candidato que disputou com Dino. Lobão Filho é do nosso partido e também já deixou clara sua posição de oposição.

Na minha opinião, não há razões para o PMDB fazer acordo a essa altura com Flávio Dino, porque votar em Humberto é votar de acordo com a imposição do futuro governador. Temos que fazer o nosso papel com seriedade, sem acordos pessoais.

Quero que o grupo tenha um candidato, pois temos muitos nomes, alguns muito experientes, com vários mandatos e, mesmo entre os novos, alguém que se disponha a agir em nome dessa maioria, respeitando o direito de todos os deputados e tratando-os de forma igualitária, respeitando o direito dessa maioria que o nosso grupo elegeu, assim como das minorias e do deputado individualmente. Recordemos o fato de que, em 2011, os deputados desejaram uma Assembleia mais independente e Arnaldo Melo foi consenso. Os deputados da oposição integraram um bloco garantindo a vitória de Arnaldo, a desistência de Ricardo Murad e a derrota de Manoel Ribeiro. Na segunda eleição de Arnaldo apenas deram continuidade ao acordo.

Hoje é diferente. O momento político é de afirmação do grupo que conseguiu ampla maioria na Assembleia. Foram 29 deputados estaduais, uma maioria eleita pelo nosso grupo e que representa milhares de votos. E ir contra isso é trair nossos eleitores. Então, que oposição faremos? O grupo está desalinhado, cada um para um lado e precisamos rever isso.

Quanto a minha postura no Legislativo, muitos não querem entender ou aceitar o fato de que desejo construir um mandato com base nas minhas opiniões e no que for melhor para o povo do Maranhão. Faço parte de uma nova geração na política brasileira que deseja construir um legado diferenciado e com ações novas. Fui eleita deputada, para representar o povo e não para defender os interesses do governo.

O Estado

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Roseana confirma reforma administrativa

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roseanasarneyFaltando cinco dias para a tomada de uma decisão sobre seu futuro político – se será candidata a senadora para disputar a vaga aberta com o fim do mandato de Epitácio Cafeteira (PTB), ou se permanece no cargo até o fim do ano – a governadora Roseana Sarney (PMDB) começará a semana estruturando uma reforma administrativa, mais um dos sinais de que ela deve mesmo permanecer à frente do Executivo.

Na quinta-feira, dia 27, durante o ato no Palácio dos Leões que marcou a assinatura dos termos de adesão ao Incentivo Estadual de Qualificação da Gestão Hospitalar para custeio das despesas decorrentes da manutenção e funcionamento dos hospitais de 20 leitos do Programa Saúde é Vida, a governadora confirmou que marcou para os próximos dias uma reunião com os secretários que estão de saída para concorrer a cargos eletivos em outubro – reportagem de O Estado revelou na sexta-feira, dia 28, que 11 deles mantêm as pré-candidaturas.

Roseana informou que tem mantido conversas isoladas com os seus auxiliares para “sentir” o desejo de cada um, e acrescentou que só vai “fechar” a lista das trocas após uma reunião.

“Eu estou conversando com eles [secretários], um a um, para saber quem vai sair, quem vai ficar. E só semana que vem [nesta semana] nós vamos fechar em uma reunião”, disse.

O prazo máximo para desincompatibilização é dia 5 de abril, que será no sábado. Sendo assim, as trocas, todas, serão efetivadas um dia antes, na sexta-feira.

Sinais – Apesar de não revelar expressamente qual sua decisão em relação ao cenário político-eleitoral, Roseana Sarney tem dado sinais de que concluirá o mandato, abdicando de uma candidatura ao Senado.

Nas últimas duas semanas, toda vez em que foi perguntada sobre o assunto, ela se disse indecisa, mas tendenciosa a permanecer para entregar as obras já iniciadas pelo Governo do Estado – que, em uma das ocasiões, ela chamou de “filhas”.

Na quarta-feira, por exemplo, durante jantar no Palácio dos Leões oferecido ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab – que veio ao Maranhão confirmar o apoio da legenda à pré-candidatura a governador do secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB) – a governadora voltou a citar as obras como um dos motivos para a sua intenção de permanecer.

Na conversa com o ex-prefeito de São Paulo, a governadora revelou que o senador José Sarney (PMDB), seu pai, tem “insistido muito” para que ela se candidate. “Mas eu tenho minhas obras, que eu quero terminar”, disse a Kassab, reforçando, mais uma vez, a tese de que deve ficar no cargo.

Dois dias depois, em novo contato com a imprensa, ela brincou. “Eu já sei [que decisão tomar], mas vocês não sabem”, ressaltou.

robertocostaPara líder, permanência é benéfica

Durante a semana, o líder do Bloco Parlamentar Pelo Maranhão (BPM) na Assembleia Legislativa, deputado Roberto Costa (PMDB), disse acreditar que a permanência da governadora Roseana Sarney (PMDB) no cargo é o “melhor dos cenários” para o grupo governista.

Segundo ele é no comando do estado que ela teria as melhores condições de melhorar a imagem do governo e, por consequência, capitalizar os ganhos para toda a base aliada.

“Ela decidindo ficar, vai percorrer o estado, entregar as obras e melhorar a imagem do governo. E isso, claro, tem reflexo positivo para a candidatura de Luis Fernando”, argumentou.

Por outro lado, o líder do Bloco Parlamentar Democrático Progressista (BPDP), deputado Alexandre Almeida (PTN), avalia que uma candidatura da governadora seria mais benéfica para a base, mas acrescenta que a permanência da peemedebista no posto também pode render bons dividendos políticos.

Para ele, o principal problema é a indefinição. “Não se fala de outra coisa em todo o estado. Ninguém quer saber se o governo está inaugurando estradas, autorizando o início de tantas outras, porque está todo mundo focado em saber qual será o destino da governadora, se ela sai, ou se não sai, e isso é ruim para todo o grupo”, opinou.

O Estado

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Decisão em março

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roseana-sarney

A governadora Roseana Sarney (PMDB) confirmou ontem que, “no começo de março”, decidirá se renuncia ao cargo para disputar a vaga no Senado que será aberta com o fim do mandato do senador Epitácio Cafeteira (PTB), ou se permanece no Governo do Estado até o fim do ano. A declaração foi dada no Palácio dos Leões, após o anúncio de reajuste salarial aos servidores do Estado.

Seja qual for a decisão, ela já avisou: “Eu sou política, não vou abandonar a política e vou continuar fazendo política”.

A governadora também comentou as recentes pesquisas eleitorais, que apontam cenário de liderança apertada da peemedebista, ou de dianteira de adversários, e ressaltou não temer os números. Segundo ela, qualquer que seja a decisão, seu futuro será permanecer “na luta” eleitoral ou administrativa.

“Todo mundo muito curioso quanto ao Senado. Eu quero dizer a vocês que ainda não tem uma definição. Eu vou definir no começo de março, mas eu quero dizer a vocês que nada me assusta. Não tem pesquisa que me assuste, não tem nada. Se eu tiver de sair, eu vou para a luta, se eu não tiver de sair, eu fico na luta aqui também”, declarou.

Secretariado – Roseana também confirmou a informação de que a Casa Civil expediu recomendação aos secretários para que assinem cartas por meio das quais deixam os cargos à disposição da comandante do Executivo. Segundo apurou O Estado, esse é um dos indícios de que ela deve mesmo deixar o cargo.

A governadora, contudo, considerou normal o procedimento, já que deve haver mudanças no secretariado devido à proximidade das eleições. Aqueles que desejam ser candidatos precisam se desincompatibilizar até o dia 5 de abril.

“É natural [a Casa Civil emitir a recomendação]. Você está no último ano [de mandato] e evidentemente que é natural que todos coloquem os cargos à disposição, porque, se tiver de fazer alguma mudança, isso seria possível. Muitos também são candidatos, outros querem sair, então, aproveita-se e já se faz as mudanças”, ressaltou.

Especificamente sobre a possibilidade de exonerações de secretários-candidatos, Roseana Sarney explicou que pretende fazer as alterações na equipe “antes do Carnaval”, mas pontuou também que pode ter dificuldades para isso, dada a exiguidade do tempo.

“Realmente, se der tempo, eu quero fazer essa mudança antes do Carnaval. Nós estamos querendo fazer as mudanças dos secretários, das pessoas que querem sair até o Carnaval. Vamos ver se dá tempo, porque o Carnaval está em cima da hora. Se não der tempo, paciência, vai ser depois”, completou.

Eleição indireta

A governadora Roseana Sarney (PMDB) disse ontem acreditar que os deputados da base governista “vão se acertar por lá” em relação às definições para a possibilidade de uma eleição indireta em caso de renúncia da peemedebista.

Figuram como prováveis candidatos para a disputa o atual presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo, e o secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva, ambos do PMDB e da base aliada. Mas houve sinais de tensão nos últimos dias, principalmente no processo de discussão da lei que estabelecer regras gerais para o pleito.

Para Roseana, qualquer decisão relacionada à eleição indireta – se ela ocorrer – deverá ser tomada pelo Legislativo, sem ingerência do Executivo.

“Essa é uma questão da Assembleia Legislativa, não é do Executivo. Eu acredito que eles [deputados] vão se acertar por lá, como se acertaram na questão da emenda [ao projeto de lei que trata da eleição indireta] que eles colocaram. Houve um acordo e eles se acertaram sem problema nenhum”, disse.

O acordo citado pela peemedebista, contudo, foi mediado por ela própria – durante uma conversa por telefone com líderes de blocos governistas -, que não nega estar disposta a manter interlocução com os aliados na Assembleia para a solução de conflitos -, embora ache que a experiência dos parlamentares seja o suficiente para o estabelecimento de um consenso sobre o tema.

“Às vezes, a gente tem de mediar. Se houver necessidade, farei isso. Mas eles são experientes, são adultos, têm um presidente, que é o deputado Arnaldo Melo, que já está há muitos anos na Assembleia, tem muita experiência. Enfim, eu acredito que não haverá nenhum problema”, finalizou.

Foto: De Jesus/ O Estado

O Estado

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Luis Fernando incomoda

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luisfernandosilva

Deve ganhar o mesmo destino de um pedido de impeachment protocolado mês passado contra a governadora Roseana Sarney (PMDB) uma representação que a oposição anunciou que protocolará contra o pré-candidato do PMDB ao Governo do Estado, Luis Fernando Silva, por suposto abuso de poder político e econômico.

A ação é encabeçada por deputados oposicionistas ligados ao comunista Flávio Dino, e mostra, mais do que alguma suposta irregularidade cometida pelo peemedebista, o incômodo dos adversários com o desempenho político-administrativo dele.

Na condição de secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva tem percorrido o estado inteiro com um único objetivo: concluir até o fim do mês de março a missão dada pela governadora de iniciar as obras de pavimentação de estradas que garantirão que todas as 217 sedes municipais maranhenses sejam interligadas por rodovias asfaltadas. (Para quem não sabe, a interligação tornará o Maranhão o primeiro estado nordestino a conseguir a proeza).

Do trabalho, tem surgido o reconhecimento de prefeitos e importantes lideranças regionais, que não se têm furtado a declarar abertamente apoio à pré-candidatura do principal auxiliar da governadora Roseana. Que se mal estivesse – como fazem questão de alardear os comunistas – tanto incômodo não despertaria. A ciranda pré-eleitoral vai mostrar em breve a posição de cada um na corrida para o Governo do Estado.

Da coluna Estado Maior, de O Estado

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Provocou, levou

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roseanaNa entrevista que concedeu ontem à noite ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para falar das medidas para resolver os problemas dos presídios, a governadora Roseana Sarney (PMDB) reagiu com firmeza a uma situação imprevista. Uma repórter dirigiu ao ministro uma pergunta na qual tentou politizar o contexto falando sobre “a relação entre o Governo Federal e a família Sarney”.

Roseana pediu a palavra e foi enfática: – Isso não existe como família. Sou Roseana, tenho sobrenome Sarney, mas sou uma pessoa que tenho passado, presente e, se Deus quiser, futuro. Quem manda aqui não é a família, sou eu. Quem foi eleita, em primeiro turno, fui eu. Assim como representei o Maranhão no Congresso. Querem o quê? Se querem penalizar alguém por isso, penalizem a mim, não a família. Eu que sou a governadora.

A reação da governadora fez todo sentido. Principalmente porque, desde os ataques aos ônibus, os grandes jornais vêm tentando de todas as maneiras politizar o problema.

Com o objetivo, às vezes camuflado, mas explícito na maioria dos casos, de atingir o senador José Sarney e, por via de desdobramento, a governadora e seus familiares. E alguns repórteres, sem o cuidado maior de investigar melhor os fatos, embarcam na tentação de “bater” na família Sarney.

O episódio durante a entrevista de ontem mostrou bem essa intenção política. E a governadora, consciente do seu papel e da sua responsabilidade, reagiu no tom da provocação. Muitos dos presentes a aplaudiram.

Coluna Estado Maior, O Estado

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Profissão jornalista

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Thamirys-D’Eça

Por Thamirys D’Eça/ O Estado

Fui chamada de “vagabunda”, “sem noção”, “burra”, “alienada”, “vaca” e “jornalista baba ovo”. Mandaram eu “enfiar o microfone no cu” (apesar de ser repórter de jornal impresso e não de TV), disseram que sou “advogada do ‘Sistema Mentira’” e fizeram referências sexuais que vou poupá-los de descrever aqui. Fui também desafiada a aparecer no protesto que vai acontecer neste sábado na Maria Aragão.

Tudo isso em uma página do Sampaio Corrêa, que eu não sei por qual motivo – afinal, era para fazer postagens sobre o time de futebol, mas agora usa o espaço para discussões políticas – resolveu publicar o print de uma postagem que fiz aqui na minha linha do tempo considerando incoerente quem procura a Mirante quando precisa divulgar algo e agora, embalado pela onda dos protestos, menospreza, ameaça funcionários e promete jogar pedras e incendiar a empresa.

É lamentável saber que passei anos estudando para conseguir uma vaga em uma universidade pública, anos estudando para conseguir concluir as disciplinas do curso de Comunicação Social, anos trabalhando como estagiária até conseguir carteira assinada, perder feriados, festas de fim de ano, carnaval, São João, noites de sono e tantas outras coisas por ter estado, por exemplo, subindo em morro, entrando no mangue, encarando sol e chuva para fazer uma reportagem.

Para muitos, nada disso importa. Para manter o discurso do “Fora Sarney”, vale fazer o que fizeram ontem, por exemplo, depredando o veículo de reportagem da TV Mirante durante o #VemPraRuaSLZ.

Vale também jogar pedras no repórter que estava cobrindo a manifestação e fazendo nada além do seu trabalho. Teve equipe que teve de ir embora escoltada pela polícia. Quem estava lá trabalhando pelo jornal O Estado teve de esconder o crachá para não ser hostilizado.

Ontem, durante o #VemPraRuaSLZ, vários gritavam “Ei, ei, ei, a Mirante é de Sarney”. A pergunta é: o ônibus lotado que eles pegam todos os dias é culpa de quem? A fila nos hospitais é culpa de quem? O engarrafamento diário em diversos pontos da cidade é culpa de quem? É do poder público. Uma empresa privada nada tem com isso. Dentro dali são cidadãos comuns que saem todo dia de casa e trabalham o dia inteiro para receber o salário no fim do mês. Gente como eu, gente como muitos que estavam ali protestando.

E se engana quem pensa que essa “repulsa” acontece só com a Mirante. A imprensa, em geral, sofre esse tipo de represália descabida. Vejam só os exemplos de equipes de reportagens cobrindo os protestos em todo o país. Repórter da Folha que levou um tiro de bala de borracha no olho, carro da Record incendiado, repórter da Globo quase linchado. Vários casos de profissionais que, para cumprir a sua pauta, estavam ali encarando bomba de gás lacrimogêno, spray de pimenta, correria. Falam em liberdade de expressão, mas não deixam a imprensa trabalhar. Os valores estão distorcidos.

Fica realmente muito difícil esperar uma mudança nos rumos do país com um povo que não consegue diferenciar o que é dever da imprensa e o que é dever do poder público, que não respeita o profissional que está exercendo o seu trabalho ou, como aconteceu comigo e expliquei no início do texto, faz um cidadão comum ser tachado por uma coisa ou outra por razões ideológicas.

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Duas missas para lembrar morte de Décio Sá

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decio_saA família do saudoso Décio Sá está convidando parentes, amigos e admiradores para a missa de um ano da morte do jornalista.

Décio era repórter de política do jornal O Estado e assinava o blog de maior audiência no Maranhão.

Serão celebradas duas missas para lembrar  a data. A primeira será neste domingo, às 10h, na Igreja da Sé, Centro.

Na terça-feira (23) a celebração será na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no bairro Monte Castelo, às 17h30.

Décio Sá foi morto no dia 23 de abril de 2012, no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea, em São Luís.

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Como acessar o blog a partir de agora?

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Os blogs do Portal Imirante migraram a partir de hoje para o site do jornal O Estado. Para ter acesso ao conteúdo jornalístico dos blogs, entre eles o Blog do Zeca Soares o internauta terá que digitar o endereço: www.oestadoma.com.br ou buscar o link de O Estado localizado na parte inferior da última coluna à esquerda do Portal Imirante. Lá o leitor poderá conferir o que há de melhor na política, esporte, música, moda, literatura, badalação, etc.

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