A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) concedeu entrevista ao vivo ao Jornal da Mira, na Rádio Mirante FM e acabou com toda a especulação em torno da sua pré-candidatura ao governo do Maranhão.
Roseana disse que não tem medo dos fake news que estão sendo criados por seus adversários e diz que se sente mais forte com esse tipo de campanha. Ela fala sobre “oligarquia” e diz que o Sarney não está mandando no “desgoverno” atual.
O Blog do Zeca Soares faz um resumo da entrevista;
Pré-candidatura
“As pessoas têm me abordado bastante nas ruas e no interior onde eu tenho andado perguntando se eu serei mesmo candidata ou não. No momento, a gente não pode dizer que é candidata. A gente é pré-candidata. Isso eu sou. Claro, se eu estou aqui dando entrevista na rádio, se eu estou andando pelo interior, se eu estou abrindo a minha casa para receber os políticos, se eu não fosse pré-candidata, evidentemente que eu não faria nada disso.”
Fake news
“O que acontece é que nós temos jornalistas que não são sérios, que são essas pessoas que querem fazer essas notícias que não são verdadeiras e são fakes. Então, eles querem vender jornal, vender audiência, então eles fazem isso e o meu nome, quando aparece uma manchete, quando aparece uma notícias dessas, é bastante lido. Mas eu não me incomodo porque as pessoas que convivem comigo e que me conhecem, sabem que se eu estou fazendo tudo isso é porque eu tenho uma missão a cumprir e eu não fujo de missões. Eu sei que é muito difícil. Deus às vezes me dá algumas missões que você precisa ter muita coragem, pois eu já passei por muita coisa na saúde, muita coisa na política, enfim. A gente tem que enfrentar dificuldade porque quando Deus dá isso a você é porque você pode ultrapassar essas dificuldades. E eu me sinto forte, cada vez mais forte quando sai essas coisas porque no fundo, no fundo, eles estão é com medo. Então, essa é a maior preocupação deles. É o medo de eu sair candidata, porque se eu sair candidata eles vão ter que trabalhar muito e eles não estão querendo trabalhar, coisa que eles não gostam.”
Identificação
“Eu nunca tive uma campanha fácil. Sempre são campanhas muito pesadas, porque eles sabem que eu tenho uma convivência muito próxima ao povo maranhense. Eu sou uma pessoa que nasci aqui, nasci em São Luís. Eu fui criada aqui no Maranhão, eu estudei em escola pública, eu me identifico com as raízes da minha terra. Eu não preciso forçar para tocar um tambor. Eu danço o meu São João, eu canto, eu vou ao meu carnaval. Eu sou católica, todos conhecem a minha fé, então eu sou uma pessoa que me identifico muito com os maranhenses porque sou maranhense, então não é uma coisa forçada. Eu vou ao supermercado, vou à farmácia, uso sandálias japonesa, eu cumprimento todo mundo, eu tiro foto nas ruas, eu faço aquilo que é normal, eu não preciso forçar nada. Eu sou uma pessoa normal como qualquer outra. Eu sofro, eu choro, eu tenho meus momentos alegres, momentos tristes, momentos corajosos, mas também tenho as minhas fraquezas. Então quando eu entro para uma campanha eu entro pra valer, eu luto. Então, quando eu luto é mais difícil me ganhar. Então eles começam a tentar me destruir antes, mas não conseguem porque acima de tudo tem Deus que sempre me protege.”
Caravana
“Eu adoro essas viagens. Eu conheço todos os municípios do Maranhão. E cada município tem uma coisa que me agrada e as pessoas também. Eu conheço as pessoas por nome e tenho amigos em todos os municípios. O saldo dessa minha última caminhada foi muito bom porque consegui rever as pessoas e mesmo aquelas que hoje não estão comigo por motivo alheios que eu não vou falar, elas torcem por mim. Porque na realidade elas tem é receio de ficar comigo, mas que ela torcem por mim, elas torcem porque eu sou uma pessoa que sempre trabalhei pelo Maranhão. Nasci no Maranhão, trabalho pelo Maranhão e adoro o meu trabalho porque eu faço com a maior alegria para o meu povo e adoro o meu trabalho porque eu sei que estou ajudando as pessoas.”
Cultura
“Eu tenho visto com muita tristeza. Essas são as nossas raízes. Nós temos uma mistura o Bumba-Meu-Boi, Tambor de Crioula, Festa do Divino que herdamos e essas raízes, se sumirem, nós perderemos a nossa identidade. As músicas maranhenses não são mais prestigiadas, assim como as nossas brincadeiras. Você já vê uma cultura descaracterizada. Alguém precisa ressuscitar tudo isso e eu não estou dizendo que precisa ser eu. Qualquer um precisa ressuscitar isso que é o nosso produto. E eu sinto muito que esteja se acabando.”
Recursos e obras
“Eu deixei mais de R$ 2 bilhões no caixa do governo. Depois ele recebeu com a repatriação de recursos mais de R$ 800 milhões, depois ele tirou. O governo tirou mais de R$ 1 bilhão, quase R$ 5 bilhões de empréstimos e aí eu perguntei em todos esses lugares que eu visitei qual é a obra estruturante que vocês tem aqui. Ninguém soube responder. Então isso me deixa numa tristeza muito grande, porque a felicidade que eu tenho é que o programa de governo de hoje é o meu programa de governo, porque os outros não pensaram nada e eu pensei muito.”
Pobreza
“O Maranhão não melhorou. O Maranhão ficou mais pobre. Se você for ver o IDH do Maranhão de pobreza você tem durante este período mais de 100 mil pessoas que entraram na linha de pobreza. Portanto, mais de R$ 300 mil pessoas entraram na pobreza, isso vocês vão encontrar nos dados oficiais.”
Saúde
“A saúde piorou. Você vai nas UPAs e não é atendido. Os próprios médicos dizem que nada está funcionando e que não tem remédio. Os hospitais que eu construí, os hospitais municipais que era para dar o primeiro atendimento, a maioria não funciona porque os repasses não estão sendo feitos.”
Estradas
“As estradas que estão terminando são as estradas que eu programei e que deixei o dinheiro, outras estradas não existem.”
Educação
“As escolas dignas, eu visitei umas três que não estão acabadas. É mais propaganda do que outra coisa e o que eu estou vendo de escola em tempo integral é o governo Federal que está ajudando e, na época, eu não tive isso.”
Segurança
“A Segurança que aí está não é mais uma segurança para o povo. A Segurança que está trabalhando é a “polícia política” e já houve até morte de médico e não se sabe o resultado disso. Nós estamos vivendo um momento muito complicado no Maranhão e no Brasil, infelizmente, e o que eu desejo é que tudo melhore.”
Alianças
“Nós estamos trabalhando, evidentemente que nós só vamos ter um resultado mesmo quando tiver a convenção. Nós temos em torno de cinco partidos que estão fechando e eu estou muito satisfeita com os cinco partidos. E vamos entrar, se Deus quiser, e se nada acontecer hoje eu sou pré-candidata, nunca se pode dizer que é porque eu só serei candidata no dia da convenção.”
Oligarquia
“Apesar de toda a perseguição, de todas essas notícias, desses fakes que vão para tudo quanto é lado, de todo esse dinheiro que está indo embora do Maranhão e que está sendo pago para esses jornalistas fora do Maranhão que estão fazendo mil coisas que o Maranhão está muito melhor e etc, etc… porque eu sei que os maranhenses que aqui estão, estão vendo que não está nada melhor. E também estou vendo que eu faço parte de um grupo político que eles insistem em dizer que está há 50 anos no poder. Quem me dera que eu estivesse no poder agora que não estaria acontecendo isso. Eu acho que agora não é o Sarney que está no poder, eu acho que agora é outro grupo que está no poder, assim como teve outros grupos que estiveram no poder durante esse período. Mas como é notícia fake, eu espero que no final do governo eles digam que foi o nosso governo também, que foi Sarney quem mandou, porque eu não estou mandando nesse desgoverno.”
Família
“Estou em São Luís, não estou em New York. Até gostaria de ter ido com a minha mãe, que está passando por um problema complicado. A minha mãe vai operar segunda-feira e gostaria de estar ao lado dela como qualquer filho gostaria de estar ao lado da mãe, mas infelizmente o trabalho me chama e eu estou aqui. Mas se puder, quem sabe irei dar um pulinho lá para ver a minha mãe.”
Recado final
“Eu quero dar um recadinho para esse pessoal que está fazendo esses fake news: por favor me consultem, por isso que existem jornalistas sérios porque quando não é sério não consulta ninguém. Não custa nada perguntar se eu sou pré-candidata ou não, porque mentir eu não vou. É só me perguntar. Não precisa ficar falando em fila de peixe e não precisa ficar colocando em manchete de jornal. É só me perguntar que eu responderei.”
Foto: Zeca Soares