Vontade política
Em entrevista concedida ao repórter Marcial Lima, reproduzida no início da tarde desta segunda-feira, no programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante AM, o senador João Alberto de Souza (PMDB) declarou que a redução da criminalidade que ora assola o Maranhão é uma questão de vontade política. Presente ao velório do médico Luiz Alfredo Guterres, assassinado ontem por bandidos que invadiram sua casa, no Jardim Eldorado, ele defendeu mais rigor das forças policiais e da Justiça no enfrentamento à violência e garantiu que, se quiser, o governo acaba com a bandidagem em 90 dias.
João Alberto lamentou o avanço da violência, considerou a situação revoltante e disse não saber o que vai acontecer se não for dado um basta ao problema. “Todo cidadão de bem tem o direito de ir voltar para casa em paz. Não é uma meia dúzia de maus elementos que vai impedir”, disse, pregando a união das polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil para enfrentar a bandidagem.
Regalias
O senador não poupou criticas às regalias concedidas aos bandidos nos presídios brasileiros, condenando, inclusive, os mutirões feitos pela Justiça para soltar presos. “Preso faz greve de fome porque quer comida melhor do que a que é servida na cadeia. Faz greve de fome para exigir uma cama nova depois de ter queimado a antiga. Isso precisa acabar”, advertiu.
João Alberto disse que a violência no Maranhão já extrapolou todos os limites e alertou que está na hora de devolver a tranquilidade aos cidadãos de bem do estado. “O marginal precisa ter a certeza de que o crime não compensa e de que todo ato de violência que ele promover será punido de forma exemplar”, bradou.
Pedrinhas
Assim como o ex-candidato ao governo e também senador Lobão Filho (PMDB) pregou durante a campanha eleitoral, João Alberto defendeu a implosão da penitenciária e das demais unidades prisionais de Pedrinhas, alegando que o complexo penal já não serve mais ao propósito para o qual foi criado. “Pedrinhas deve ser implodida e em seu lugar devem ser construídos novos presídios, mais modernos e com estrutura que não proporcione aos detentos as facilidades que eles têm hoje”, declarou, referindo-se ao uso de celulares, consumo e até tráfico de drogas no ambiente carcerário.
João Alberto lembrou que assim como as ações de governo na área social dependem de vontade política, o combate à violência deve seguir o mesmo princípio. “Se o governo decide construir mais casas populares e faz isso com determinação as coisas avançam. O mesmo deve acontecer com as políticas de segurança pública”, recomendou. “A violência nunca acabará, mas pode ser reduzida se houver determinação para enfrentá-la”, assegurou.