“Não precisa ter o resultado das pesquisas no Maranhão para saber o que elas vão dar, basta saber quem são as empresas e a quem elas estão ligadas!”.
A declaração é de Joaquim Haickel ex-deputado estadual e ex-secretário de Estado de Desporto e Lazer do governo Roseana Sarney e aumenta ainda mais a discussão sobre os resultados que os institutos vem divulgando nesta eleição em São Luís.
Haickel até antecipa o que acredita ser os resultados dos próximos levantamentos que serão divulgados pelos institutos.
“As novas pesquisas da eleição em São Luís! Empate técnico: Ibope e Prever com Braide na frente e Econométrica e Data M com Edivaldo na frente”, garante.
E finaliza com insinuações que só ele mesmo poderia explicar melhor.
“Não conheço ninguém do Ibope e estou até fora do Maranhão! Mas tenho experiência suficiente para saber algumas coisinhas!”.
Por coisas desse tipo que um dia, ainda espero que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proíba a divulgação de pesquisas eleitorais no país.
Li em alguns blogs que o secretário Marcio Jerry fez uma lista onde constam os nomes dos candidatos a prefeito de São Luís que serão apoiados informalmente pelo governo, uma vez que o governador já se manifestou dizendo que nem ele, nem a máquina do Estado, irão participar das eleições municipais, atitude que eu reputo muito correta e salutar, e que se de fato isso acontecer, se consubstanciará como uma das tais mudanças de postura apregoada por ele.
Mas eu fico me perguntando quais seriam os motivos pelo qual, no sofisma de neutralidade, dentro do seu grupo, meu bom amigo Marcio Jerry não incluiu a candidatura de Wellington como sendo da base Dinista, uma vez que ele é deputado eleito em coligação ligada ao governo!
Digo isso porque todo mundo sabe que mais desconfortável que o caso de Wellington, há uma candidatura ainda menos apoiada pelo governo, a de Eliziane, e mesmo assim o Marcio Jerry a incluiu como da base governista.
Existe algo na lógica comunista que eu não consigo entender. Não seria mais sábio incluir todos que não sejam adversários formais do governo como sendo seus candidatos!? Pelo menos pareceria mais lógico e coerente.
Prova disso foi o esquecimento do nome de Braide na primeira lista de candidatos, o que demonstra que essa lista não é lá muito verdadeira, nos dando a impressão de que o candidato do governo, mesmo, de verdade, seja só o atual prefeito!
É como se o governo estivesse escolhendo um adversário a dedo. Alguém pra chamar de seu… “Inimigo”… E escolheram logo o professor Wellington pra palito. Logo um político não convencional, alguém de fora do ramo, um iniciante na política, alguém ainda com poucos vícios, não acostumado com os jogos dessa atividade.
Mais adiante Marcio Jerry diz no Twitter que não relacionou Wellington na sua lista de candidatos apoiados pelo governo, em respeito a sua independência. Ora, isso significa que os outros candidatos relacionados não tem independência, são dependentes das decisões do Governo!?
Se a vontade popular de mudança for verdadeira, como eu acredito que é, a estratégia de Marcio Jerry, do PC do B e do governo, de isolar o candidato Wellington, taxando-o de adversário, é totalmente equivocada, pois ele seria a mudança viável para uma mudança que muita gente acha que não deu certo!
Mas como não poderia deixar de ser, há também algo de muito inteligente nessa estratégia traçada pelo experiente e calejado presidente do PC do B e secretário de assuntos políticos, Marcio Jerry: Se o governo apoia quatro candidatos e dois deles são os melhores nas pesquisas de opinião, é porque o governo deve estar com tudo! Quando se joga com muitas possibilidades, pode se dizer no final que se ganhou! O governo acha que o prefeito de São Luís será Edivaldo ou Eliziane e quer que qualquer um dos dois seja seu, pois o sucesso na eleição de 2018 passa necessariamente pela vitória na de 2016.
PS: Vão já inventar que o Wellington é Sarneysista!
Os quadros que surgiram entre meados das décadas de 1960 e de 1980, ou seja, o grupo de colaboradores que tiveram Sarney, Pedro Neiva, Nunes Freire, Castelo e Luiz Rocha, tornaram-se importantes personagens da história administrativa e política de nosso Estado. Transformaram-se na mão de obra que avançaria na administração pública até meados dos anos 2000.
Agora, em meados da década de 2010, abre-se a oportunidade de uma nova geração repetir e quem sabe, superar o feito daquela geração de 50 anos atrás.
Se naquela época como governador tínhamos José Sarney, hoje temos Flávio Dino. Se os compararmos, em uma abstração temporal, poderíamos dizer que se equiparam, se bem que Sarney assumiu o governo com menos idade que Dino. Em 1966 Sarney tinha 36 anos e Dino nasceu em 1968, no meio do governo de Sarney. Dino assumiu o governo em 2015, com 47 anos de idade, 11 a mais que Sarney tinha na sua época e, portanto, com 10 anos a mais de experiência de vida e de trabalho acumulado, tendo sido juiz federal por quase 15 anos.
Se compararmos os currículos dos dois, antes de se tornarem governadores, veremos que ambos foram funcionários da Justiça e deputados federais, mas Dino, devido ter mais idade e experiência que Sarney, em tese, estaria mais bem preparado para o desafio de governar o nosso Estado.
Enquanto Sarney desbancaria o vitorinismo que controlava o Maranhão desde a década de 1930, Dino desbancaria o sarneysismo que se estabeleceu no Maranhão a partir de 1966 e que em certas ocasiões, entrou e saiu de cena, com mais ou menos força e intensidade nestes 50 anos.
No tempo de Sarney, ele tinha Alberto Tavares, Eliezer Moreira, Joaquim Itapary, José Reinaldo Tavares, João Alberto (que era tido como comunista), Cabral Marques, Lourenço Vieira da Silva, Haroldo Tavares, Carlos Madeira, Edson Vidigal, Cesar Cals, Bandeira Tribuzi, Vicente Fialho e Reginaldo Teles, dentre tantos outros importantes nomes de nosso Estado e de nosso país.
Analisando os nomes citados descobrimos que alguns chegaram a ocupar cargos de ministros do STF e STJ, de ministros de Estado, diretores de grandes autarquias federais, de senadores, deputados federais, além de serem homens de letras e humanistas.
O que vemos hoje é um grupo, talvez não tão jovem quanto o de 67, mas que tem a mesma missão. A de mudar o Maranhão.
Quadros nem sempre com pouca experiência como é o caso de Marcelo Tavares, Márcio Jerry, Carlos Brandão e Humberto Coutinho, que já militam na política faz bastante tempo e acumularam experiências importantes em suas vidas.
E outros como Ted Lago, Felipe Camarão, Carlos Lula, Marcellus Ribeiro Alves, Diego Galdino, Rodrigo Lago, além de Marcos Braide, Diogo Diniz Lima e Lula Fylho, esses três últimos, oferecendo sua importante força de trabalho à prefeitura de São Luís.
Escrevo este texto não para comparar Sarney com Dino ou seus respectivos staffs. Aludo esse assunto para comprovar que ambos os grupos buscaram antes e buscam agora a implementação de mudanças transformadoras das realidades que encontraram e com as quais, em tempos diferentes, discordavam.
Comprovo que em 2015, assim como em 1967, a tarefa delegada àqueles, como também a estes jovens, foi e é imensa. Acredito que, como aconteceu antes, acontecerão agora as mesmas transformações que foram tão benéficas ao nosso Estado e ao nosso povo.
Abstraindo preferências ideológicas, partidárias e políticas, sem maniqueísmo nem sectarismo, vejo nas atribuições destes jovens, hoje, uma possibilidade muito maior de sucesso que 50 anos atrás, mesmo que seja obrigado a reconhecer que o passado já foi provado, gostemos dele ou não, e que o presente ainda está por se provar.
De tudo isso, uma coisa é muito clara para mim: 50 anos sem uma renovação política efetiva é realmente tempo demais para, de uma forma ou de outra, não acabarmos desaguando em alguns erros de avaliação e de percurso.
É sabido que a preservação do poder por um tempo prolongado demais causa sérios problemas no exercício deste mesmo poder, o que requer uma constante reciclagem de lideranças e de métodos de atuação.
A não observância das leis básicas da boa política causa mudanças nem sempre suaves ou facilmente absorvíveis. As leis básicas da boa política valem para todos, em todos os tempos e em todas as situações!
Tenho recebido muitas cobranças de amigos e de leitores que desejam que eu aborde temas políticos, coisa que tenho procurado não fazer ultimamente, mas vou tentar reproduzir abaixo algumas ideias contidas numa conversa que tive com um desses amigos.
Desde quando Flávio Dino assumiu o governo do Maranhão instalou-se uma permanente batalha midiática, onde de um lado, seus partidários propagam as ideias de mudança e de outro, seus adversários tentam desconstruir esse discurso no afã de mostrar que tudo está hoje, igual ou pior que antes.
O Maranhão vive uma luta renhida, eivada de sectarismo, maniqueísmo, cinismo e hipocrisia. Se alguém apoia Flávio Dino, é comunista ou foi comprado. Se alguém se opõe a Flávio Dino, é fascista ou uma viúva da oligarquia.
Enquanto isso Flávio Dino passa a ser o único parâmetro e o principal referencial da política do Maranhão, da mesma forma que Zé Sarney o foi durante 50 anos. Digam se nisso mudou alguma coisa!?
Mudou sim! Nisso não!
Mudou, pois o grupo Sarney não foi feito pra viver na oposição, pra operar fora do poder. Enquanto isso, seus adversários, pelo contrário, não foram talhados para ter o poder nas mãos. Mas é bom que se diga que eles aprendem rápido!
Vejam a disputa para prefeitura de São Luís! Ela é a maior prova de que o grupo Sarney não tem capacidade de se agrupar na adversidade, que ele só consegue funcionar no controle do poder, tanto do poder estatal quanto do poder moral resultante dele.
Enquanto o grupo de Dino faz de tudo para melhorar as chances de seu candidato ganhar a eleição em São Luís, o grupo Sarney era para estar também totalmente engajado nessa disputa, seguindo fervorosamente os ensinamentos de quem entende corretamente os mecanismos da política, fortalecendo a candidatura de quem se opõe ao seu adversário.
Disse um sábio, muito tempo atrás, “o amigo de meu inimigo é meu inimigo. O amigo do meu amigo, bem que poderia ser também meu amigo”. Ocorre que esse grupo Sarney aí, não segue essa lógica, até porque está totalmente sem comando.
Algum tempo atrás, algumas pessoas imaginaram que poderiam substituir Zé Sarney. Ledo engano! Aos 86 anos e covardemente atacado por uma pessoa que ele tinha como amigo, em pouco ou em nada ele pode ajudar neste momento.
Mas a política percorre caminhos estranhos. São Luís, desde tempos imemoriáveis, é tida como a “Ilha Rebelde” e essa seria a oportunidade perfeita para tal teoria ficar indubitavelmente comprovada.
Um grupo que jamais ganhou uma eleição para prefeito de São Luís, postado na oposição, poderia vencer essa disputa. Se! Vejam bem! Se, tomasse as decisões acertadas.
Se isso acontecesse, minha tese se mostraria mais uma vez correta, pois os lados estariam invertidos, mas a mecânica da política prevaleceria, dando a vitória para a oposição, que agora contaria com o grupo Sarney em suas fileiras.
Caso aconteça a derrota da oposição em São Luís, ela será o prenúncio de outras derrotas que virão em seguida, na esteira das eleições subsequentes. Se não acontecer a derrota da oposição em São Luís em 2016, é possível que outras vitórias sobrevenham.
Volto a insistir. Pode ter mudado o nome do coronel, pode até ter mudado a patente do comandante, mas a forma de agir na política não muda. A mecânica da política é mais forte que a mecânica da ideologia.
Podem até os mais românticos imaginarem que estão fazendo diferente. Eles podem até, em alguns aspectos, estarem realmente tentando fazer diferente e quem sabe em algumas circunstâncias estejam fazendo diferente realmente, mas as práticas da política são mais fortes e se impõem de forma indelével.
É chegada a hora e a vez do deputado, e agora novamente ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, eleito pelo voto popular pela primeira vez em 1978, portanto há quase 40 anos trilhando os caminhos da política, assumir definitivamente o comando de seu grupo.
Ele tem tudo para isso! É experiente, culto, bom orador, bem articulado, bem relacionado, respeitado por todos, inclusive por seus adversários, que sempre o tiveram em um bom conceito.
Zequinha, como ele é chamado pelos mais íntimos, é correto cumpridor de seus acordos, simpático e elegante no trato da vida social e na política, sempre desenvolveu a atividade parlamentar de forma um tanto independente do posicionamento de seu pai, tanto, que por diversas vezes ficaram em campos legislativos opostos.
É lógico que a nomeação dele para o ministério do presidente em exercício, Michel Temer, é ainda reflexo do poder e da influência que Zé Sarney mantém, principalmente dentro do PMDB, mas também no cenário político nacional. No entanto, só o prestígio de Sarney não seria suficiênte para emplacar alguém em um ministério. O indicado precisaria ter nome capaz de valorizar a indicação e suportar as pressões que advêm dela.
Sarney Filho desenvolveu em sua passagem pelo Ministério do Meio Ambiente, durante o segundo governo de Fernando Henrique, entre 1999 e 2002, um excelente trabalho, elogiado por diversos ambientalistas. Nos útimos anos aprofundou seu conhecimento no setor, transformando-se em referência na política nacional sobre o tema.
Na política doméstica, aqui na paróquia, se manteve discreto, desenvolvendo seu trabalho parlamentar, sempre em estreito contato com os prefeitos, vereadores e correligionários que o apoiam.
Pelo menos uma vez ele teve prestes a ser candidato a governador de nosso estado, mas foi cogitado também em outras ocasiões. O certo é que nunca foi candidato ao governo, mas sempre se elegeu deputado com extrema facilidade, tendo sido inclusive o deputado mais votado dentre todos.
É muito dificil que os mecanismos da política permitam o protagonismo de duas pessoas da mesma famíla, por isso, a ascenção de Roseana à condição de governadora do Maranhão, cargo que ocupou por 14 anos, colocou Zequinha, de certa forma, na penumbra do poder.
Mas ele, muito cedo, adquiriu a capacidade de voar com suas próprias asas, o que fez com que consolidasse em torno de si um nicho de representantes importantes de seu grupo político, e desenvolveu com os demais um relacionamento afável, respeitoso e confiável, o que agora lhe dá a possibilidade de reclamar para si o comando de todo o seu grupo, uma vez que seu pai, Zé Sarney, já ultrapassou a barreira dos 86 anos e que sua irmã, Roseana, já afirmou, reinteiradas vezes, que não mais deseja participar da vida eleitoral do Maranhão, tanto que jogou fora, em 2014, uma eleição ganha para o Senado. Sarney Filho poderá agora ser a amálgama que unirá as forças políticas que gravitam em torno de si.
Tenho vívidas lembranças de fatos que o ligam a dois políticos bem diferentes entre si. O primeiro foi o então deputado estadual Haroldo Saboia, que saindo de uma noitada de boa comida para mim e de boa bebida para ele e para outros parlamentares, no extinto restaurante La Boheme, de Tália Rola e Teresa Martins, me disse um tanto alto: “Brigo com o Sarney Filho, mas sei que ele é o que de há melhor na famíla Sarney… Acontece que ele jamais será governador do Maranhão…”
O outro político que comentou sobre ele foi meu pai, Nagib Haickel, num dia em que estávamos só nós dois, voltando para casa, ele como sempre, dirigindo seu Chevetinho: “Meu filho, eu sei que Fernando é verdadeiramente teu amigo, que ele gosta de ti e demonstra isso, mas o melhor deles, em termos de política, é Sarney Filho!…” Meu pai me disse isso poucos dias antes de morrer, em setembro de 1993, a propósito de especulações sobre quem da família Sarney seria candidato a governador do Maranhão.
Por tudo isso, porque as circunstâncias o beneficiam e porque o seu grupo precisa realmente se reciclar, passar por uma profunda faxina e uma importante reforma, adaptando-se verdadeirmente às novas formas de fazer política, é que eu acredito que seja a hora e a vez de Sarney Filho liderá-lo.
O processo de impeachment é de natureza eminentemente política, tendo, no entanto, obrigatoriamente, que se basear em lastro jurídico.
Por causa da natureza ambígua de seu objeto fático, algo proveniente de mera manifestação da vontade política, com pressuposto regramento legal, fica complicado definirmos o que configura, sem que sobreviva a menor dúvida, um crime de responsabilidade, capaz de levar um presidente da Republica a perder o mandato que lhe foi outorgado pelo povo, nas urnas.
Que fique bem claro que uma coisa é a eleição que coloca o governante no poder, outra coisa é a destituição deste governante por cometimento de irregularidade suficiente para tanto. As duas coisas podem coexistir e coexistem em nossa Constituição, sem que nenhuma supere a outra em legalidade.
Se no Direito Penal a dúvida deve ser contabilizada em favor do réu, no caso do processo de impedimento de um agente público, essa lógica deve ser invertida, pois desses agentes esperamos a mais completa correção e a indispensável lisura no trato da coisa pública. Logo, a instauração de um processo dessa natureza deve ser acatada, a menos que não haja o menor indício para tanto.
O que parece cristalino para mim é turvo e opaco para outras pessoas. Observados através de filtros ideológicos, políticos e partidários, coisas que para uns são tão nitidamente aceitáveis do ponto de vista jurídico e legal, para outros são absurdos que subvertem o estado de direito, abalam os alicerces da República e comprometem a democracia.
Quem está certo!? A resposta a essa pergunta resultará consequentemente na constatação do erro de alguém!?
Em meio a tudo isso, sentimentos abomináveis afloram. Intolerância, sectarismo, maniqueísmo, preconceitos de diversos matizes, autoritarismo, cinismo, hipocrisia…
Aprendi muito cedo que se deve sempre conversar, dialogar, debater, discutir… Todas essas gradações crescentes da função parlamentar que tanto prezo. Vejam que não usei os verbos insultar, cuspir, agredir ou brigar!
Digo isso para comentar a horrível sessão do plenário da Câmara dos Deputados que aprovou a continuidade do processo de impeachment e seu envio ao Senado Federal. Foi uma das cenas mais constrangedoras que eu já presenciei e confesso que ela quase faz perder o brilho de ver a lei sendo cumprida.
Quanto ao processo político em si, acredito que tenha ficado claro para muita gente, da mesma forma que ficou para mim, o fato de os apoiadores da presidente Dilma Rousseff terem construído em “benefício” dela, uma defesa utópica, baseada por um lado, na vitimização do réu, e por outro, na utilização midiática dessa bandeira, o tal do “golpe”! Bandeira essa que foi desfraldada inicialmente na intenção de garantir o apoio da militância em torno de uma causa praticamente indefensável.
A alegação de que a imprensa mobilizou-se, orquestradamente, de comum acordo com a oposição, era apenas mais um capítulo da novela cujo enredo apresentava a tese recorrente de golpe geral, onde todos que se posicionavam contra os interesses do governo, eram e são golpistas, fascistas, e estavam lutando para reverter as conquistas sociais que os governos do PT implementaram em nosso país. Com isso usavam o medo como arma de convencimento, como já haviam feito antes, na época da eleição.
Dilma e seus correligionários usaram dois tipos de argumentos em sua defesa: A negação da existência de crime de responsabilidade e a alegação de que outros agentes públicos cometeram as mesmas irregularidades elencadas na ação pelos denunciantes.
Foram de certa forma, infantis. Era como se dissessem algo do tipo: “Papai, faz um tempo, peguei um dinheiro em sua carteira, mas ontem recoloquei no lugar!”, e “Mamãe, eu bati no meu coleguinha hoje, mas fulano também bateu!”.
Isso tudo, pouco importa agora. O que realmente importa é que o novo governo possa agir no sentido de recuperar a economia de nosso país, possa trabalhar para gerar empregos e fazer retornar a credibilidade do Brasil a patamares aceitáveis no contexto das nações.
*Joaquim Haickel é advogado e ex-deputado federal e estadual
Edivaldo Holanda (PTC) parabeniza Sérgio Frota pela conquista do Sampaio no basquete
Em pronunciamento feito na sessão desta terça-feira (3), o deputado Edivaldo Holanda (PTC), ao destacar a conquista do Sampaio Correia de Basquete Feminino, no campeonato brasileiro, parabenizou o deputado Sérgio Frota e a atleta maranhense Iziane pelo trabalho que vêm desenvolvendo em prol do esporte no Maranhão.
Em princípio, ele homenageou o deputado Sérgio Frota que, segundo Edivaldo Holanda, chegou à direção do Sampaio Corrêa em uma hora em que aquele time precisava de uma força nova, de alguém que pudesse levar o time à altura de grandes times nacionais.
“O Sérgio nos trouxe grandes alegrias com o Sampaio. O Maranhão se uniu e torceu pelo time na sua luta em busca de um título nacional. Não chegou lá, mas fez bonito, fez bem feito, demonstrou garra, levou o nome do Maranhão aos quatro cantos deste país”, afirmou o deputado.
Ele também acrescentou que Sérgio Frota também criou o Sampaio Corrêa Basquete Feminino, tendo conquistado o título de campeão brasileiro na última disputa com o time do Corinthians, tendo a atleta Iziane como a melhor jogadora do campeonato.
“A Iziane foi eleita a melhor atleta do campeonato, ela que é do bairro da Liberdade e que junto com o prefeito e o governador Flávio Dino entregou uma quadra de esportes para atender cerca de 30 mil pessoas da Liberdade e de todo o entorno daquele bairro”.
O deputado também destacou a Lei do Incentivo ao Esporte, de autoria do ex-deputado Joaquim Haickel, que beneficia o esporte em todo o Estado. Outro destaque foi a atitude do governador que, apesar da crise nacional, fez a renúncia de receita para ajudar o Maranhão no esporte, em especial, o Sampaio Corrêa de Basquete Feminino, que trouxe a memorável vitória nesse campeonato.
“Parabéns ao governador Flávio Dino que, baseado na Lei de Incentivo ao Esporte, fez a renúncia em favor do time do Sampaio Corrêa de Basquete Feminino. Parabéns mais uma vez a Sérgio Frota, ao Joaquim Haickel, à Iziane, ao prefeito Edivaldo e ao nosso governador Flávio Dino”, finalizou o deputado Edivaldo Holanda.
Não me lembro de alguma ocasião em que eu tenha sentido mais vergonha do que no último domingo, 17 de abril de 2016, quando no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, os representantes do povo brasileiro votaram o parecer aprovado na comissão especial destinada a apreciar a autorização para que se instaurasse no Senado, processo de perda de mandato da presidente Dilma.
Ocorre que aquela vergonha nada tinha de minha. Ela não era resultante de ato praticado por mim. Ela era consequência do pavoroso espetáculo que foi assistir quase a totalidade dos parlamentares que lá estavam exercendo seu direito e sua obrigação ao voto, proveniente do mandato outorgado pelo povo brasileiro, justificarem seus posicionamentos das maneiras mais esdrúxulas e bizarras que qualquer ser humano com um mínimo de bom senso poderia imaginar.
Não quero julgar aqui o mérito do voto de cada um dos deputados. Se eles votaram sim ou votaram não, é uma mera questão de posicionamento de cada um, do ponto de vista jurídico-político, sobre a admissibilidade da abertura do processo. Gostaria de analisar nesse caso, não o principal, mas o acessório que acabou por desqualificar o principal de maneira tão contundente, que os comentários sobre os efeitos da votação foram quase que totalmente encobertos pela forma tresloucada como os votos foram declarados.
Foram poucos… Foram pouquíssimos os deputados que se restringiram a dizer simplesmente que votavam assim ou assado! Tanto os que se manifestavam favoráveis a que o Senado instaurasse o processo que poderia culminar com a perda de mandato da presidente, quanto os que rejeitavam essa ideia, portaram-se de maneira abjeta, asquerosa, imbecil, inaceitável para pessoas que representam todo o povo de uma nação!
Os absurdos não foram privilégio de quem se opunha à permanência de Dilma. Seus defensores foram tão ridículos em sua defesa quanto aqueles que a atacavam.
Nem vou aqui comentar os insultos que alguns parlamentares proferiram contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, acusado de inúmeras irregularidades e de crimes graves, até porque sou dos que acredita que ele já deveria ter sido afastado do cargo… Mas no meio daquilo tudo ali, lembrei-me do dia 5 de outubro de 1988, quando eu e meus colegas constituintes, comandados por Ulisses Guimarães, naquele mesmo templo sagrado da liberdade e dos direitos e garantias do povo brasileiro, cantamos o hino nacional… E aqueles sujeitos ali, maculando de forma absurda a confiança que a eles havia sido confiada pelo povo brasileiro.
Havia certo temor de um possível “efeito manada” quanto àquela votação. O tal efeito manada aconteceu, não no que dissesse respeito ao conteúdo do voto, mas quanto ao seu invólucro, as justificativas que cada parlamentar tinha o direito de fazer quando fosse proferir o seu posicionamento. Alguém começou a falar bobagem e os seguintes o acompanharam tal qual gado rumo ao abate.
Naquela votação foram vistas coisas inacreditáveis. Além do ridículo de citações a familiares, a profissões, a motivos que nada tinham com aquele ato, usou-se muitas vezes o nome de Deus de maneira completamente inapropriada.
Foi um espetáculo digno de um circo de horrores!
Por falar em circo, há um parlamentar que tem como profissão a atividade circense. Um homem de conhecimento formal limitado, de poucas luzes e quase nenhuma letra. Mas esse palhaço por profissão portou-se mais corretamente do que políticos experientes e tarimbados. Em horas como essa, apenas uma fala simples e bem colocada pode ganhar a cena. Era só dizer “voto sim” ou dizer “voto não”!
Aconteceu ainda um caso realmente lastimável. O deputado Jair Bolsonaro, não satisfeito por ser simplesmente um político de extrema direita, resolveu se perpetuar como um burro radical de extrema direita ao elogiar em sua declaração de voto um torturador do tempo do regime militar.
Se aquilo foi marketing, surtiu efeito! Mas o efeito contrário foi infinitamente maior, devastador, comprometendo inclusive, em parte, o resultado da votação.
Apenas para que não passe em branco: a cusparada que o deputado Jean Willys deu em Bolsonaro é outra coisa completamente injustificável, a menos que eles estivessem em um bordel disputando um acompanhante, e ainda assim, acredito que as pessoas que frequentam um bordel teriam melhores modos!…
Joaquim Haickel e Raimundo Penha iniciaram projeto da reforma da quadra da Liberdade
Um reconhecimento é necessário ser feito até para que todos lembrem do belo exemplo dado por dois gestores no dia 5 de março de 2013. Naquela ocasião, quando interesses políticos prevaleciam diante dos interesses da cidade, os secretários de esporte Raimundo Penha (Município) e Joaquim Haickel (Governo) se reuniram e mostraram que era possível um trabalho em conjunto por São Luís.
Passados três anos, eis que esta semana, resultado daquela reunião, a quadra de esportes da Liberdade foi entregue totalmente recuperada à comunidade. Executada pelo governo do estado, contou com a parceria da Prefeitura de São Luís. Também apoiam a iniciativa o Instituto Iziane Castro, o Fórum de Desenvolvimento do Jaracati e a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.
O prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) destacou o trabalho de Raimundo Penha e agradeceu ao ex-secretário Joaquim Haickel. A atleta Iziane Castro também não poupou elogios aos dois ex-gestores.
“A liberdade ganha uma quadra reformada que não perde em nada pra outras quadras em outros bairros. Ë mais um equipamento público pra uma comunidade muito carente de investimento e rica em talentos como a exemplo é Iziane Castro e Ana Paula, ambas jogadoras da seleção Brasileira. Vamos torcer para que esta quadra ajude a descobrir outras Ana Paula e outras Iziane”, destacou Penha.
Em 2007 presidi as comissões que na nossa Assembleia Legislativa efetivaram as reformas de seu Regimento Interno e a necessária adequação da Constituição de nosso Estado, uma vez que muitas mudanças haviam sido feitas e nossa Carta Magna nunca havia sido adequada a elas.
Nesse intento, também concorreram para o sucesso dessa façanha, de forma bastante ativa, os deputados Rubens Júnior, Chico Gomes, Víctor Mendes, Marcelo Tavares, Pedro Veloso e Penaldon Jorge, que trouxeram importantes contribuições à mesa dos trabalhos.
Alinhamos e revisamos leis antigas às novas regras da Constituição Federal de 1988, que nunca haviam sido revisitadas.
Diminuímos a quantidade de comissões temáticas de 18 para 12 e aumentamos a quantidade de parlamentares membros de 5 para 7, o que deu maior poder às comissões e mais relevância a seus membros.
Estabelecemos os critérios para a concessão de títulos de cidadania e de medalhas de mérito legislativo, dando nomes de maranhenses ilustres a cada uma das suas divisões, segundo as especificidades das atividades dos agraciados.
Para ser cidadão maranhense a pessoa precisa residir no Maranhão por pelo menos 10 anos ou ter prestado relevantes e comprovados serviços ao nosso Estado. Isso não tem sido lá muito respeitado.
Já no âmbito das medalhas, se quiséssemos homenagear uma pessoa ligada à cultura, a medalha seria a João do Vale; no âmbito da educação e ciência, a medalha se chamaria Terezinha Rêgo; no âmbito da cidadania o nome da medalha seria Maria Aragão; no âmbito esportivo a distinção levaria o nome de Canhoteiro; e no setor da política, o nome da comenda seria o de Nagib Haickel; se o agraciado não se encaixasse em nenhum desses âmbitos de atividades a medalha de mérito legislativo continuaria levando o nome de Manoel Beckman.
Mas em minha opinião a regulamentação mais importante que fizemos naquela ocasião foi nivelar o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do nosso Estado, bem como a Constituição do Maranhão às suas semelhantes de vigência federal, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e a Constituição da Republica, no que diz respeito à eleição da Mesa Diretora do Legislativo maranhense.
A legislação federal não prevê a reeleição para membros da Mesa Diretora do Poder Legislativo dentro da mesma legislatura, coisa que no Maranhão nunca havia acontecido. Nós tivemos a preocupação de estabelecer aqui, norma semelhante à federal.
O que fizemos foi realmente uma façanha e ela parecia que iria durar.
Qual não foi a minha surpresa ao ver que no final de 2010, sob o patrocínio do deputado Ricardo Murad, já então candidato à presidência da ALM, os dispositivos de reeleição foram reintroduzidos em nossa legislação!
Pensando que se elegeria presidente da ALM no início da legislatura seguinte, o deputado Ricardo Murad fez com que deputados ligados a ele o ajudassem na aprovação dessas mudanças, o que configura um erro grave no funcionamento do Legislativo.
Assim foi feito. Desfizeram tudo de bom que havíamos construído três anos antes e reestabeleceram a reeleição para membros da Mesa Diretora, contra o meu voto e de meia dúzia de deputados conscientes de seus deveres.
Veio a nova legislatura e a eleição da Mesa Diretora da ALM. O eleito, no entanto, foi Arnaldo Melo. Foi ele que se beneficiou do instrumento casuístico que fora estabelecido no intuito de beneficiar Ricardo Murad.
Praticaram um desserviço ao Legislativo maranhense e consequentemente ao povo de nosso Estado, que desde então não pode contar com uma disputa realmente republicana e democrática na esfera deste poder.
Deste fato eu extraio duas lições que acredito serem fundamentais para o conhecimento e o entendimento da política. Primeiro, que o casuísmo é uma arma cujo projétil pode atingir também quem a dispara. Segundo, realmente não se pode contar com o ovo “dentro” da galinha.
Independentemente de quem seja o presidente do Poder Legislativo, independentemente de qual partido ele seja, se ele é considerado ou não um bom presidente, esse dispositivo deve ser extirpado mais uma vez de nossa legislação.