O senador Roberto Rocha (PSDB) fez graves acusações relacionadas ao financiamento de campanha do governador Flávio Dino(PCdoB), em 2014. O tucano disse que Dino é um dos governadores que recebeu dinheiro da empresa de Joesley Batista, JBS, para a campanha. Rocha confrontou o delator na CPMI da JBS e cobrou que ele dissesse qual era o nome do político eleito governador que faltava na lista divulgada.
E houve mais acusações. Roberto Rocha fez referências às relações do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e seu subprocurador, Nicolao Dino, irmão de Flávio.
Segundo o senador, essas relações podem ter favorecido o “esquecimento” ou “desaparecimento” do nome do governador maranhense da lista de favorecidos do delator.
Quem fez as acusações foi um senador da República, diante de outros senadores, durante uma sessão da CPMI que investiga a relação da JBS com os políticos brasileiros.
Estranhamente, o governador Flávio Dino calou diante das acusações. Não usou, como de costume, as redes sociais para rebater as graves acusações feitas a ele. E também não explicou ao eleitor maranhense esses R$ 13 milhões, que, segundo Rocha, foram doados para o comunista em 2014.
Apenas aliados do governador levantaram a voz para defender Dino. Poucos falaram e, quando falaram, pouco disseram, rebatendo as acusações apenas com críticas ao senador do PSDB.
Será que Dino e seus subalternos acreditam não ter obrigação de nada explicar à população diante de graves acusações? Ou será que o comunista e seus asseclas não têm o que explicar por não ter como se defender?
Documentos entregues por executivos da empresa J&F, controladora do frigorífico JBS, mostram que a empresa teria supostamente feito doações nas eleições 2014 para financiar a campanha dos deputados federais Julião Amim (PDT), Rubens Pereira Júnior (PCdoB) e Weverton Rocha (PDT).
Em sua delação, Ricardo Saud fez um “mapa da propina” para políticos. Segundo detalhou o delator, dos mais de R$ 500 milhões doados a políticos pela empresa, no máximo R$ 10 milhões ou R$ 15 milhões não foram propina. O dinheiro, segundo ele, era repassado em contas no exterior, em espécie – e as quantias eram levadas em malas e bolsas –, em doações oficiais – propina disfarçada de doação legal –, ou por meio de empresas ligadas ao políticos.
Segundo a delação dos executivos da empresa JBS, Rubens Pereira Júnior, que é coordenador da bancada do Maranhão na Câmara, teria recebido R$ 150 mil. Já o deputado federal Weverton Rocha e Julião Amim, este licenciado da função para assumir a Secretaria do Trabalho do Maranhão, teriam recebido R$ 100 mil cada.
Procurado pela reportagem, o deputado Rubens Júnior (PCdoB) disse que rebebeu uma doação oficial do partido e que não houve, nem haverá qualquer tipo de contrapartida ou ilegalidade.
Segundo a direção nacional do PDT, a empresa JBS S/A fez doações ao partido de forma legal e devidamente registrada na prestação de contas da campanha 2014, conforme manda a lei eleitoral. A nota diz ainda que esses valores foram repassados para diversos candidatos do PDT em todo Brasil, sem nenhum tipo de contrapartida ou qualquer outra combinação.
Um dos beneficiados pela doação, o deputado Weverton Rocha também que recebeu os valores de forma legal, e que não houve troca de favores. Julião Amim disse ter recebido a doação do partido e que nem ele e nem o PDT cometeram qualquer ilegalidade.
Segundo a comissão de defesa de prerrogativas da OAB no Maranhão (OAB-MA), que acompanha o caso Willer, que é proprietário de um escritório de advocacia em Brasília, afirmou que defende a JBS desde janeiro deste ano.
O advogado Willer Tomaz foi encaminhado para a sede da Polícia Federal (PF), no bairro Cohama, na capital, de onde será levado para Brasília ainda nesta tarde.
O G1 tentou entrar em contato com a defesa do advogado Willer Tomaz, mas ainda não conseguiu obter resposta.