Um eventual segundo turno entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) – o mais provável cenário, a partir da leitura das pesquisas de intenção de votos – poderá reordenar as forças políticas nacionais no estado e redefinir projetos para os próximos quatro anos.
A campanha local iniciou-se em agosto, com a declaração aberta do agora candidato Fernando Haddad (PT) – ainda na condição de vice – de apoio a Flávio Dino, totalmente antagônico ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). A possibilidade de Haddad no segundo turno forçará ainda mais o antagonismo de Dino em relação a Bolsonaro.
O candidato do PSL e capitão reformado do Exército tem no Maranhão como aliada a ex-prefeita Maura Jorge (PSL). E parece ter pouca ou nenhuma relação com Roseana ou qualquer um dos seus aliados mais próximos.
Mesmo com Fernando Haddad vinculado ao palanque de Flávio Dino, Roseana tem usado em campanha a condição legítima de aliada de Lula, para reivindicar os votos mais próximos ao ex-presidente. Mas terá de se posicionar no embate direto contra Dino, sobretudo diante do fato de que o comunista jamais se juntará ao capitão do Exército.
E isso pode ser um trunfo também para mostrar aos maranhenses que, sob Dino, o estado terá ainda mais dificuldade na relação com o Palácio do Planalto.
Bolsominion é o termo como são conhecidos nas redes sociais os admiradores do deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), pré-candidato a presidente da República. No Maranhão, os bolsominions se agrupam, sobretudo, na recém-criada União da Direita Maranhense (UDM).
A UDM tem até pré-candidato a governador do Maranhão, o coronel aposentado do Exército José Ribamar Monteiro Segundo, que foi comandante do 24º Batalhão de Caçadores. O problema é que, como abrigo partidário, tanto Bolsonaro quanto os membros da UDM escolheram o PEN, que deve ser transformado em “Patriotas” até o início de 2018.
Na semana passada, Monteiro e os membros da UDM – cujo principal coordenador é o polêmico médico Alan Garcez – estiveram com Bolsonaro em Brasília, quando confirmaram o interesse no PEN.
O problema é que o PEN no Maranhão é comandado pelo ex-deputado estadual Jota Pinto. Nem ele nem os parlamentares da legenda – deputado federal Júnior Marreca, estadual César Pires e os vereadores Marcial Lima e Concita Pinto – foram chamados ao encontro com o presidenciável.
O resultado é que Jota Pinto desautorizou os membros da UDM – Monteiro e Garcez incluídos – a falarem em nome do PEN. E o racha está formado na base bolsominiana no Maranhão.