Servidores municipais de saúde de São Luís realizaram na manhã de ontem um protesto na Praça Pedro II, em frente ao Palácio de La Ravardière, sede do governo municipal, para reivindicar melhores condições de trabalho e salário. O protesto reuniu aproximadamente 200 pessoas de diversas unidades de saúde geridas pelo Município. No fim do ato, os manifestantes afirmaram que poderiam paralisar temporariamente as atividades no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), no centro da cidade, e no Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II), na Cidade Operária, na manhã de hoje, caso não obtivessem uma resposta satisfatória do executivo municipal.
Os servidores se concentraram em frente à sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), no Parque do Bom Menino, e depois foram em caminhada para a Prefeitura de São Luís, por volta das 11h. Com faixas, cartazes e apitos, aproximadamente 200 funcionários dos Socorrões I e II, do Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos (Hospital da Criança), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), do Hospital da Mulher, das unidades mistas e de outros postos de saúde do município, expuseram sua insatisfação com relação à administração do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, em relação ao setor de saúde. Em diversos momentos, os manifestantes interditaram o trânsito na Avenida Pedro II, causando engarrafamento na via, que atingiu também a Avenida Beira-Mar.
Reivindicações
Os manifestantes são contra uma possível terceirização dos serviços municipais de saúde, a alteração das escalas de trabalho (os funcionários trabalham um dia, em regime de plantão, e folgam durante dois, no entanto, conforme proposta do Município, trabalhariam todos os dias).
De acordo com Agnaldo Serra, condutor socorrista do Samu e um dos líderes do manifesto, várias rodadas de negociação foram feitas com o prefeito de São Luís, mas as reivindicações da categoria nunca foram atendidas. “Estamos negociando com o prefeito há aproximadamente dois meses. Colocamos uma pauta de reivindicações que até agora não foi atendida”, disse.
Durante o protesto, a enfermeira Cassandra Pereira Costa denunciou as precárias condições do Socorrão II, onde ela atua. “A situação do hospital é precária. Está superlotado, faltam materiais de trabalho, remédios e uma série de outras coisas. Com isso, somos prejudicados, pois não temos condições de trabalho, e também os pacientes, que não recebem o tratamento adequado”, afirmou.
Paralisação
No fim do ato, os manifestantes foram recebidos pelos secretários municipais de Saúde e de Comunicação, César Felix e Márcio Jerry, respectivamente, no entanto, os servidores não ficaram satisfeitos com o encontro, pois suas reivindicações não foram atendidas.
Por causa da situação, eles prometem fazer uma paralisação de advertência nos Socorrões I e II e suspender alguns atendimentos, para pressionar o Executivo municipal a atender as reivindicações da categoria. Eles não descartam a possibilidade de uma greve geral em toda a rede municipal de saúde de São Luís.
Nota da Prefeitura
A Prefeitura de São Luís realizará na próxima quarta-feira (21) uma reunião para tratar da carga horária dos profissionais da rede municipal de saúde. O objetivo é tentar atender de maneira legal as determinações solicitadas, sem, no entanto, causar nenhum tipo de prejuízo ao sistema e, claro, aos profissionais envolvidos.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) garante ainda que nenhuma medida será adotada até que a reunião aconteça ou sem a participação dos representantes da classe.
Fotos: Diego Chaves
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