Medidas antipáticas
O ator, diretor e produtor cultural, Guilherme Telles divulgou nas redes sociais um desabafo no qual critica medidas adotadas pela administração do Teatro Arthur Azevedo.
Uma delas diz respeito à proibição do público de comparecer aos camarins para tirar fotos com os artistas, bem como fotografá-los na recepção do Teatro. “Uma decisão dessa beira o extremo do ridículo e ditarorial”, escreveu.
Essa decisão também teria desagradado recentemente a cantora Ângela Rorô que se recusou a sair do teatro para fazer fotos com o público. Pelo que apuramos, Rorô “empurrou” a recepcionista do teatro e mandou o público entrar novamente no teatro. A gritaria do público do lado de fora foi geral.
Após uma das apresentações do espetáculo Pão com Ovo, vi os artistas César Boaes, Adeílson Santos e Charles Júnior fazendo fotos na calçada do teatro com o público. Até pensei que era coisa dos artistas, mas na verdade é uma proibição para que façam fotos após os espetáculos com o público, o que convenhamos não tem nada a ver.
O secretário Felipe Camarão não pode cruzar os braços diante dessa situação.
Fica o espaço do blog para a direção do Teatro Arthur Azevedo se posicionar.
Leia o que escreveu Guilherme Telles
“A necessidade de imprimir sua marca administrativa pode levar a equívocos”.
Vamos lá: O que se espera de um administrador de qualquer coisa pública, e aqui reforço o “público” como de todos, é que toda e qualquer decisão seja para o consenso do coletivo.
Na primeira visita que fiz ao Teatro Arthur Azevedo nessa nova administração, fui interpelado com um aviso que estava proibido o acesso das pessoas com bermuda e camiseta a parte administrativa do teatro. Assim, se um artista que é naturalmente despojado ao viver em uma ilha tropical onde é culturalmente aceitável o habito de bermudas e camisetas por causa das altas temperaturas que se faz presente o ano inteiro em nossa ilha, se necessitasse falar com a direção da referida casa de arte seu acesso seria imediatamente negado. Levada tal decisão ao coletivo de maior interesse na causa, a decisão foi revogada.
Voltando ao teatro Arthur Azevedo nos dias 04/05 de setembro para apresentar temporada com o espetáculo “Uma linda Quase Mulher”, no segundo dia após o espetáculo fui surpreendido mais uma vez com mais uma decisão que segundo os funcionários partiu da direção da casa: “O acesso do publico aos camarins dos artistas para cumprimentar, tirar uma foto, dar um abraço ou simplesmente agradecer estava proibido. Como assim proibido??? Agora para receber o público vou ter que sair do camarim e ir lá fora??? A casa não é mais do artista?? Uma decisão dessa beira o extremo do ridículo e ditatorial.
A atitude dos funcionários ali presentes deixou-me extremamente irritado, perplexo e envergonhado na presença dos que ali foram pra cumprimentar o elenco, fato que já foi repetido inúmeras vezes.
O mais estranho de tudo é saber que o atual diretor do Teatro Américo Azevedo Neto é muito antes de “estar” diretor, é um artista.
E custa-me acreditar que uma atitude dessas tenha partido de uma pessoa com uma vasta experiência com publico e arte. Se assim o foi, é lamentável”.
Guilherme Telles
Ator, Diretor e Produtor Cultural