Provocou, levou
Na entrevista que concedeu ontem à noite ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para falar das medidas para resolver os problemas dos presídios, a governadora Roseana Sarney (PMDB) reagiu com firmeza a uma situação imprevista. Uma repórter dirigiu ao ministro uma pergunta na qual tentou politizar o contexto falando sobre “a relação entre o Governo Federal e a família Sarney”.
Roseana pediu a palavra e foi enfática: – Isso não existe como família. Sou Roseana, tenho sobrenome Sarney, mas sou uma pessoa que tenho passado, presente e, se Deus quiser, futuro. Quem manda aqui não é a família, sou eu. Quem foi eleita, em primeiro turno, fui eu. Assim como representei o Maranhão no Congresso. Querem o quê? Se querem penalizar alguém por isso, penalizem a mim, não a família. Eu que sou a governadora.
A reação da governadora fez todo sentido. Principalmente porque, desde os ataques aos ônibus, os grandes jornais vêm tentando de todas as maneiras politizar o problema.
Com o objetivo, às vezes camuflado, mas explícito na maioria dos casos, de atingir o senador José Sarney e, por via de desdobramento, a governadora e seus familiares. E alguns repórteres, sem o cuidado maior de investigar melhor os fatos, embarcam na tentação de “bater” na família Sarney.
O episódio durante a entrevista de ontem mostrou bem essa intenção política. E a governadora, consciente do seu papel e da sua responsabilidade, reagiu no tom da provocação. Muitos dos presentes a aplaudiram.
Coluna Estado Maior, O Estado