O G1 publica hoje um especial sobre a crise nos estados brasileiros. No raio-x da crise, 19 esatdos e o Distrito Federal estão com as contas no vermelho. O Maranhão está no azul, mas pediu ajuda ao governo federal.
Apesar da crise econômica que se instalou no Brasil nos últimos meses, o governo do Maranhão afirma que as contas do estado estão em dia. O estado tem superávit primário de R$ 438 milhões no primeiro semestre deste ano, quase o mesmo valor registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Siconfi/Tesouro. Mesmo assim, o estado foi um dos signatários de uma carta enviada ao governo federal em setembro relatando calamidade financeira e pedindo ajuda à União.
Segundo a assessoria do governo, o estado não cortou investimentos ou atrasou salários este ano. O atraso em algumas obras no território maranhense foi decorrente de fatores jurídicos e também técnicos.
O governo do Maranhão revela que há alguns atrasos no pagamento de fornecedores derivados do alto volume do restante a pagar que foi recebido da administração anterior.
Governo não comenta
O G1 enviou um email à Secretaria de Comunicação e Articulação Política com algumas questões relativas às finanças do estado, mas o governo do estado não respondeu.
Oposição em alerta
De acordo com a deputada Andrea Murad (PMDB), que faz parte da Comissão de Orçamento, Finanças, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa do Maranhão, a crise financeira pode causar reflexos no Maranhão.
“A situação do Maranhão não é tão agradável como ele (Flávio Dino) diz. Na peça (orçamentária) está tudo ótimo, mas se nós deputados não tivermos cautela a tendência é o estado virar um Rio Grande do Sul. Todo dia é um empréstimo que chega a Assembleia Legislativa e as dividas vão aumentando. A tendência é o estado parar” revelou.
“Está enxuto”
Na análise do deputado estadual Adriano Sarney (PV), que também é membro da Comissão de Orçamento, Finanças, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa do Maranhão, o estado não corre o risco de vivenciar uma crise como acontece com outras unidades federativas do país como o Rio de Janeiro. Segundo ele, apenas um erro na Lei de Responsabilidade Fiscal poderia reverter esse quadro.
“Apesar da crise, as contas do Maranhão estão em ordem. De 2014 a 2015, a ex-governadora deixou as contas bem abaixo do limite orçamentário permitido e a atual gestão aumentou as receitas tributárias, aumentando a receita total. Está enxuto. Não vejo possibilidade de o estado viver uma crise, a não ser que o governador cometa algum erro na Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, que haja aumento desordenado de despesas” destacou.
O deputado enumerou razões que autenticam seu diagnóstico, destacando o recebimento de R$ 285 milhões, recurso advindo do pagamento de imposto de renda referente à regularização de bens e ativos no exterior – a repatriação de recursos.
“O Maranhão vai receber o segundo maior volume de recursos de repatriação e estes recursos que vão para o Tesouro Estadual. Além disso, existem recursos do BNDS de R$ 2 bilhões prontos para serem investidos. Tem dois empréstimos de mais ou menos R$ 200 milhões, um de um banco internacional e outro da Caixa Econômica Federal para mobilidade urbana. Amanhã deve chegar autorização de mais um empréstimo de milhões, mas ainda preciso confirmar essa informação”, afirmou o deputado.
Foto: Jonas Alves Júnior / VC no G1
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