Protesto acaba em conflito em São Luís
Uma manifestação realizada na manhã desta segunda-feira (6) no bairro João Paulo, em São Luís resultou em um conflito entre policiais e manifestantes. Durante a manifestação líderes do movimento foram presos e o fotografo Paulo Soares, do jornal O Estado, foi agredido enquanto tentava registrar a ação dos policiais. Seis pessoas foram detidas.
O ato foi iniciado nas primeiras horas da manhã e bloqueou completamente a Avenida São Marçal, principal via bairro e que dá acesso ao centro da capital. Por conta do bloqueio, um grande engarrafamento se formou no local e muitos passageiros foram obrigados a descer os coletivos e seguir a pé até o seu destino.
Os moradores da Rua da Felicidade, conhecida como ‘Rua da Vala’ manifestavam contra as condições precárias da via. A reivindicação dos moradores é antiga e a Defensoria Pública do Estado (DPE-MA) entrou com um processo na Justiça obrigando que a Prefeitura de São Luís e a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) realizem obras de drenagem e saneamento. De acordo com os manifestantes a obra deveria ter começado em fevereiro, mas até o momento nada foi feito.
Os manifestantes pretendiam encerrar o protesto às 9h da manhã, mas 20 minutos antes do fim do ato, começou um conflito entre policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar que chegaram para dispersar a multidão e desbloquear a pista. Um dos policiais quase foi atingido por um pneu que fazia o bloqueio da via e em seguida, ele jogou spray em alguns manifestantes. A Polícia Militar entrou em ação a deu voz de prisão aos líderes da manifestação. Durante a ação o fotografo do jornal O Estado, Paulo Soares, foi agredido por policiais enquanto tentava registrar a prisão dos manifestantes.
Seis pessoas que participavam do manifesto foram presas e levadas para a Delegacia do bairro João Paulo e em seguida, para a Delegacia de Roubos e Furtos do bairro Vila Palmeira, onde foram iniciados os procedimentos para a apuração do que aconteceu no conflito entre a PM e os manifestantes. “O choque já chegou e começou a jogar bomba, muita gente foi agredido e a gente após sair daqui vai fazer um boletim de ocorrência da agressão”, disse Germano de Sousa, um dos manifestantes.
Segundo os policiais, a corporação só foi responsável em retirar os manifestantes da via. “Nós fizemos o trabalho que deveria ter sido feito a desobstrução. Houve a resistência por parte de alguns e nós tivemos que fazer e demos voz de prisão e conduzimos ao distrito”, afirmou o Coronel Harlan, da Polícia Militar.
Por meio de nota, o jornal O Estado repudiou a forma violenta de como o policial militar agiu para impedir o registro das imagens da ação policial durante a manifestação e afirma que irá recorrer de medidas legais, em defesa da liberdade de imprensa e dos direitos à integridade do repórter no exercício da profissão.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA) por meio da Polícia Militar informou que irá abrir procedimento para apurar a agressão. A nota afirma que o órgão não compactua ou mesmo legitima condutas ilegais ou que violem o respeito à dignidade humana.
A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos de São Luís (Semosp) afirmou por meio de nota que faz a desobstrução de galerias, canais e bueiros de forma periódica no bairro do João Paulo e informou que há obras previstas para os serviços de drenagem no local.