Obra permanece parada em Chapadinha

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Clínicas de hemodiálise que já deveriam ter sido inauguradas pelo Governo do Estado seguem com obras paradas ou lentas no Maranhão. Enquanto isso, pacientes renais crônicos no interior do Maranhão seguem sofrendo com longas viagens para fazer o tratamento na capital.

“Quando nós tomamos conhecimento dessa situação, quando tivemos notícias de que pessoas estavam fazendo esse tratamento em situações totalmente extenuantes… cansativas… viajando três vezes por semana, nós começamos a conversar com essas pessoas e reunir as provas. Demos entrada com uma ação civil pública para obrigar o estado a construir esse centro de hemodiálise”, afirmou o defensor público Renan Barros dos Reis.

Quando chegam na capital os pacientes do interior passam quatro horas nas máquinas de hemodiálise, saem debilitados depois do processo agressivo de filtragem do sangue e seguem viagem de volta pra casa.

Na volta são mais cinco horas e só chegam em casa no fim da noite. Maria Amorim de Souza, paciente renal de Chapadinha, precisa madrugar para conseguir a condução que a levará até São Luís. A viagem dura cinco horas e é feita três vezes por semana.

“Tem hora que nem dá vontade de ir, mas é o jeito que tem eu ir”, reclamou.

Clínica de Chapadinha

O Ministério Público do Maranhão também investiga o uso de 2 milhões e 400 mil que haviam sido liberados para a obra da clínica em Chapadinha, a 247 km de São Luís, em um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No total, o governo havia reservado em 2014 quase sete milhões de reais para a construção de sete novos centros de hemodiálise no estado, mas até agora nenhum foi entregue. A obra da clínica de de Chapadinha deveria ter sido entregue em 2015.

Em 2016, uma liminar da justiça determinou que o Governo do Estado entregasse a clínica em um prazo de um ano sob pena de multa de 10 mil reais por dia. Até o fim do ano passado a multa já passava de um milhão de reais e atualmente a obra continua abandonada.

Em nota, o Governo do Maranhão informou que as obras tiveram de passar por readequação com relação ao projeto original. Também disse que a empresa responsável está concluindo um dos sete novos centros de hemodiálise, que fica na capital, e que depois seguirá com os serviços no interior do estado, mas não deu nenhum prazo novo para a conclusão das obras.

A nota diz ainda que o dinheiro liberado pelo BNDES para o Centro de Hemodiálise de Chapadinha continua disponível. Sobre a multa aplicada pela Justiça, o governo afirmou que vai recorrer da decisão.

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MP aciona Estado por falta de clínicas de hemodiálise

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A falta de clínicas de hemodiálise no Maranhão fez o Ministério Público entrar com uma ação contra o Estado para garantir o tratamento dos pacientes. São sete clínicas que já deveriam estar funcionando, mas estão com as obras paradas.

Nos últimos quatro meses, pacientes que precisavam fazer longas e cansativas viagens para fazer hemodiálise não resistiram à jornada exaustiva e morreram. Atualmente, mais uma clínica ameaça parar o atendimento em Codó.

O centro de diálise da cidade foi entregue no ano passado, mas a partir do dia 2 de abril todos os atendimentos serão suspensos por falta de repasse de verba do Governo do Maranhão para a empresa terceirizada que administra o centro. Segundo o paciente José de Riibamar Sousa, sem o tratamento o jeito é se preparar para a morte.

“Você tem que saber que vai morrer logo porque não escapa. Quando eu faço o tratamento na sexta-feira e preciso voltar só na segunda, já passo mal. Sem o tratamento eu vou passar da cama para a rede… aquela agonia”, desabafou o paciente.

Enquanto a falta de verbas e problemas nos projetos dos prédios atrasam a inauguração das clínicas, os pacientes têm sofrido. Salvanir Vieira tem 39 anos e sofre com problemas renais há seis anos e toda semana precisa fazer hemodiálise.

A luta de Salvanir se estende para toda a família que morava em Governador Luís Rocha e teve que se mudar para São Luís, que fica a 404 quilômetros de distância. Segundo o marido dela, Leonardo Vieira, que atualmente está desempregado, isso aconteceu porque no município onde moravam não existe tratamento para pessoas que precisam fazer diálise.

“A gente alugou uma casa e estamos aqui (São Luís). Hoje eu estou desempregado e com três meses de aluguel atrasado e minha mulher está doente”, relatou Leonardo.

Clínicas atrasadas

No Maranhão, sete centros deveriam ter sido entregues desde 2015: Em São Luís, Pinheiro, São José de Ribamar, Santa Inês, Chapadinha, Imperatriz e Coroatá, mas as obras estão paradas, segundo o promotor da saúde Herberth Figueiredo.

“Estamos aguardando a formalização das informações da Secretaria de Estado da Saúde para que possamos requisitar informações junto ao Ministério da Saúde e também do banco financiador, que é o BNDES, para que possamos marcar uma audiência pública para a formação de uma TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) tendo em vista que agora não temos nenhum prazo para adiantar à população acerca da inauguração desses sete centros de diálise”, informou o promotor.

“Segunda, quarta e sexta tenho que fazer hemodiálise. Para mim é muito cansativo. Eu chego cansada. É muito difícil”, desaba

Em São Luís, a espera é longa pra ter acesso ao tratamento na vida de cerca de 400 pessoas que precisam de hemodiálise. O anexo do hospital Nina Rodrigues seria mais um centro para desafogar o sistema de atendimento e o prazo para entrega seria no fim de março, mas o Governo do Maranhão alegou que as obras estão paralisadas por problemas estruturais.

Sobre a clínica em Codó, a Secretaria de Saúde da cidade disse que continua buscando um entendimento com o Governo do Estado para garantir recursos financeiros e atendimento a todos os pacientes de hemodiálise. A Secretaria de Estado da Saúde informou que será celebrado convênio entre o Estado e o Município para repasse financeiro com o objetivo de assegurar assistência e tratamento aos pacientes de hemodiálise.

Sobre os demais centros de hemodiálise com obras paradas, o Governo do Estado informou que tem adotado todas as medidas legais para garantir a entrega das novas unidades em diferentes regiões do Maranhão, mas não deu prazo para a entrega. A Secretaria Estadual de Saúde informou que vai credenciar clínicas em São Luís para abrir novas vagas para o tratamento dos pacientes.

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