O primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Edilázio Júnior (PV), atribuiu a Flávio Dino (PCdoB) a autoria intelectual da decisão técnica apresentada pelo presidente interino da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão (PP) e que resultou na anulação temporária da sessão de votação de admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PCdoB).
A decisão – polêmica -, foi apresentada ontem por Waldir, e ignorada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que deu prosseguimento ao processo na Casa.
“De onde que Waldir Maranhão ia fazer esse relatório, essa decisão, para suspender a sessão do impeachment? Aquilo ali o governador já entregou pronto. Está aqui, Waldir, prontinho, para você perder seu mandato”, disse.
Edilázio também propôs uma Nota de Repúdio ao ato de Waldir Maranhão, que parou o Congresso Nacional por algumas horas.
“Proponho a nota para ser votada por esta Casa, a fim de repudiar essa atitude inconstitucional e antidemocrática do deputado Waldir Maranhão”, destacou.
Edilázio também criticou o apoio público dado a Flávio Dino ao deputado Waldir Maranhão.
“O governador Flávio Dino decepciona os maranhenses, decepciona os brasileiros e creio eu, falei agora há pouco, para o deputado Othelino, não sei se o governador Flávio Dino não é um necrófilo, necrófilo é aquele que ama defunto, que ama quem já morreu. Creio para ele estar amando a presidenta Dilma e levando para a mesma tumba o deputado Waldir Maranhão, pode ser um necrófilo”, finalizou.
00Preocupado com a avaliação dos pares de que não teria “condições” para exercer a presidência da Câmara, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) tentou demonstrar otimismo na reunião nesta quinta (5) com alguns líderes partidários e membros da Mesa Diretora da Casa.
“Vocês vão se surpreender comigo”, afirmou a eles, segundo relatou à repórter Nathalia Passarinho, do G1, um deputado que participou da reunião.
Mas, logo depois, na mesma reunião, o presidente interino da Câmara fez um pedido que gerou risos entre os parlamentares.
Maranhão perguntou se seria possível levar adiante uma pauta de votações “leve” para o plenário nas próximas semanas.
Os demais deputados explicaram então que, no atual momento de turbulência, não haveria espaço para isso.
Aliado de Cunha, mas contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, Waldir Maranhão tem atuação discreta na Câmara. Só se pronunciou no plenário uma vez este ano, exatamente quando proferiu voto contra a continuidade do processo de afastamento da presidente.
Por unanimidade (11 a 0) os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram manter a decisão do ministro Teori Zavascki que determinou a suspensão do mandato parlamentar do deputado federal Eduardo Cunha e o afastamento dele da presidência da Câmara.
Até o momento, nove dos 11 ministros acompanharam o relator, Teori Zavascki. Os votos foram proferidos pelos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Camen Lúcia, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
Mais cedo, o ministro Teori Zavascki determinou a suspensão do mandato parlamentar do deputado federal Eduardo Cunha e o afastamento da presidência da Câmara. O ministro atendeu a um pedido liminar do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, determinou nesta quinta-feira (5) o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de deputado federal e da presidência da Casa.
Logo no início da manhã, um oficial de Justiça foi à residência oficial do presidente da Câmara Eduardo Cunha para entregar a notificação do ministro do STF.
A decisão de Teori é liminar e atende ao pedido de procurador-geral da república, Rodrigo Janot.
Em seu pedido, procurador-geral da república, Rodrigo Janot argumentou que Eduardo Cunha estava atrapalhando as investigações da Lava Jato.
O presidente da Câmara dos Deputados é réu em uma ação e investigado em outros 11 procedimentos.
Segundo Teori, a medida cautelar visa neutralizar os riscos apontados por Rodrigo Janot no pedido de afastamento de Eduardo Cunha.
Quem assume o cargo é o vice-presidente Waldir Maranhão (PP).
Não me lembro de alguma ocasião em que eu tenha sentido mais vergonha do que no último domingo, 17 de abril de 2016, quando no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, os representantes do povo brasileiro votaram o parecer aprovado na comissão especial destinada a apreciar a autorização para que se instaurasse no Senado, processo de perda de mandato da presidente Dilma.
Ocorre que aquela vergonha nada tinha de minha. Ela não era resultante de ato praticado por mim. Ela era consequência do pavoroso espetáculo que foi assistir quase a totalidade dos parlamentares que lá estavam exercendo seu direito e sua obrigação ao voto, proveniente do mandato outorgado pelo povo brasileiro, justificarem seus posicionamentos das maneiras mais esdrúxulas e bizarras que qualquer ser humano com um mínimo de bom senso poderia imaginar.
Não quero julgar aqui o mérito do voto de cada um dos deputados. Se eles votaram sim ou votaram não, é uma mera questão de posicionamento de cada um, do ponto de vista jurídico-político, sobre a admissibilidade da abertura do processo. Gostaria de analisar nesse caso, não o principal, mas o acessório que acabou por desqualificar o principal de maneira tão contundente, que os comentários sobre os efeitos da votação foram quase que totalmente encobertos pela forma tresloucada como os votos foram declarados.
Foram poucos… Foram pouquíssimos os deputados que se restringiram a dizer simplesmente que votavam assim ou assado! Tanto os que se manifestavam favoráveis a que o Senado instaurasse o processo que poderia culminar com a perda de mandato da presidente, quanto os que rejeitavam essa ideia, portaram-se de maneira abjeta, asquerosa, imbecil, inaceitável para pessoas que representam todo o povo de uma nação!
Os absurdos não foram privilégio de quem se opunha à permanência de Dilma. Seus defensores foram tão ridículos em sua defesa quanto aqueles que a atacavam.
Nem vou aqui comentar os insultos que alguns parlamentares proferiram contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, acusado de inúmeras irregularidades e de crimes graves, até porque sou dos que acredita que ele já deveria ter sido afastado do cargo… Mas no meio daquilo tudo ali, lembrei-me do dia 5 de outubro de 1988, quando eu e meus colegas constituintes, comandados por Ulisses Guimarães, naquele mesmo templo sagrado da liberdade e dos direitos e garantias do povo brasileiro, cantamos o hino nacional… E aqueles sujeitos ali, maculando de forma absurda a confiança que a eles havia sido confiada pelo povo brasileiro.
Havia certo temor de um possível “efeito manada” quanto àquela votação. O tal efeito manada aconteceu, não no que dissesse respeito ao conteúdo do voto, mas quanto ao seu invólucro, as justificativas que cada parlamentar tinha o direito de fazer quando fosse proferir o seu posicionamento. Alguém começou a falar bobagem e os seguintes o acompanharam tal qual gado rumo ao abate.
Naquela votação foram vistas coisas inacreditáveis. Além do ridículo de citações a familiares, a profissões, a motivos que nada tinham com aquele ato, usou-se muitas vezes o nome de Deus de maneira completamente inapropriada.
Foi um espetáculo digno de um circo de horrores!
Por falar em circo, há um parlamentar que tem como profissão a atividade circense. Um homem de conhecimento formal limitado, de poucas luzes e quase nenhuma letra. Mas esse palhaço por profissão portou-se mais corretamente do que políticos experientes e tarimbados. Em horas como essa, apenas uma fala simples e bem colocada pode ganhar a cena. Era só dizer “voto sim” ou dizer “voto não”!
Aconteceu ainda um caso realmente lastimável. O deputado Jair Bolsonaro, não satisfeito por ser simplesmente um político de extrema direita, resolveu se perpetuar como um burro radical de extrema direita ao elogiar em sua declaração de voto um torturador do tempo do regime militar.
Se aquilo foi marketing, surtiu efeito! Mas o efeito contrário foi infinitamente maior, devastador, comprometendo inclusive, em parte, o resultado da votação.
Apenas para que não passe em branco: a cusparada que o deputado Jean Willys deu em Bolsonaro é outra coisa completamente injustificável, a menos que eles estivessem em um bordel disputando um acompanhante, e ainda assim, acredito que as pessoas que frequentam um bordel teriam melhores modos!…
A deputada Andrea Murad repercutiu o texto publicado pelo governador Flávio Dino nas redes sociais, anunciando que fará homenagem aos deputados que votaram contra o impeachment da presidente Dilma. A parlamentar considerou uma imoralidade às custas do Estado.
“Com o dinheiro de quem ele vai fazer homenagem aqui no Maranhão, é com o dele? Ou é com o do povo? Não, daqui da Assembleia, Isso é um verdadeiro absurdo. Deve está achando que não tem o que fazer e com o que gastar.”
A parlamentar questionou ainda a liderança do governo sobre os gastos com viagens para Brasília, onde o governador Flávio Dino e sua equipe dedicaram esforços por votos contra impeachment, considerados um verdadeiro fracasso.
“Eu e o povo maranhense queremos saber se Flávio Dino fez essas viagens a Brasília em avião de carreira ou no jatinho alugado tbm pelo governo. Se for em avião de carreira, se foi pago pelo governo, se pagou hotel para ele e equipe do bolso ou se foram recursos nossos, do estado do Maranhão para bancar. Se ele usou jatinho e hotel com dinheiro do Estado, ele vai ter que devolver o dinheiro. Se Márcio Jerry também fez a mesma coisa, se foi dinheiro dele ou se foi dinheiro do governo e dos demais da equipe, irão ter que devolver. Essas respostas nós vamos querer. Fez tudo isso e sua passagem por Brasília ainda foi um fiasco assim como é a administração do seu governo aqui”, discursou.
Teve de tudo ontem durante a sessão na Câmara dos Deputados que aprovou por 367 votos o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).
Em suas justificativas, a maioria dos deputados lembrou familiares; pais, filhos, netos, tios, avós, enfim… E o nome de Deus? Nunca vi tanta citação….
Outros preferiram fazer referências às cidades onde moram ou são votados, principalmente aqueles que serão candidatos a prefeito em outubro deste ano. Ninguém queria perder tamanha visibilidade.
Até parece que muitos estavam mesmo em um palanque e em plena campanha.
A deputada Eliziane Gama (PPS) que é pré-candidata a prefeita de São Luís e não poderia perder a oportunidade neste dia histórico de se dirigir à população de São Luís.
E foi bastante enfática ao votar “em nome da força da minha São Luís”.
“Senhor presidente, pelo combate da corrupção que ficou cristalizada nesse governo, em nome da força do meu Maranhão, em nome da força da minha São Luís, em nome da minha força da gente nordestina eu voto sim ao impeachment presidente”, disse Eliziane.
A deputada aproveitou bem os segundinhos que teve…
A Câmara dos Deputados aprovou o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
A votação terminou com o placar de 367 votos a favor, 137 votos contra, 7 abstenções e 2 ausências.
Apenas 11 dos 25 partidos tiveram votação fechada a favor ou contra o impeachment.
Os partidos tiveram votação em 100% a favor foram: DEM, PPS, PRB, PSC, PSDB, PSL, PV e Solidariedade, num total de sete.
Entre os que votaram contra foram: PCdoB, PMB, Psol e PT, apenas quatro.
Veja como ficou a votação por partidos:
DEM – 28 a favor
PcdoB – 10 contra
PDT – 6 contra – 12 a favor – 1 abstenção
PEN – 1 contra – 1 a favor
PHS – 6 a favor – 1 contra
PMB – 1 contra
PMDB – 59 a favor – 7 contra – 1 ausência
PP – 38 a favor – 4 contra – 3 abstenções
PPS – 8 a favor
PR – 26 a favor – 10 contra – 3 abstenções – 1 ausência
PRB – 22 a favor
Pros – 4 a favor – 2 contra
PSB – 29 a favor – 3 contra
PSC – 10 a favor
PSD – 29 a favor – 8 contra
PSDB – 52 a favor
PSL – 2 a favor
Psol – 6 contra
PT – 60 contra
PTB – 14 a favor – 6 contra
PTdoB – 1 a favor – 1 contra
PTN – 8 a favor – 4 contra
PV – 6 a favor
Rede – 2 a favor – 2 contra
Solidariedade – 14 a favor
A Câmara dos Deputados aprovou o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Após cinco horas e meia de sessão, a votação terminou com o placar de 367 votos a favor, 137 votos contra, 7 abstenções e 2 ausências.
A grande maioria dos deputados aproveitou para dedicar o voto aos seus familiares. Também a maioria dos deputados que votou contra o impeachment aproveitou para hostilizar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha.
Com o voto do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), a Câmara dos Deputados alcançou às 23h08, os 342 votos necessários.