A apenas quatro dias do fim do prazo determinado pela Justiça Eleitoral para as filiações partidárias daqueles que pretendem disputar as eleições de 2014, é grande a movimentação de partidos na Assembleia Legislativa. Ontem, mais dois deputados confirmaram desfiliações de legendas pelas quais haviam sido eleitos em 2010. Hélio Soares deixou o PP e Bira do Pindaré anunciou a sua saída do PT. Também deputado estadual – licenciado – o secretário de estado do Meio Ambiente, Victor Mendes, pré-candidato a deputado federal, trocou o PV pelo PSL.
A movimentação também é intensa entre pretensos candidatos à Assembleia e à Câmara Federal. O suplente de deputado federal e empresário Carlos Wellington Bezerra, o Wellington do Curso, se filiou ao PPS e quer uma cadeira no legislativo estadual. O ex-deputado federal e estadual e ex-prefeito Chico Coelho também deve confirmar filiação ao PSL. O ex-diretor do Socorrão Yglesio Moyses chegou a ser sondado por vários partidos, mas deve permanecer no PT – sobretudo com a confirmação da saída de Pindaré.
Sem espaços no PP, o deputado Hélio Soares confirmou ontem a O Estado a sua saída do partido. Ele pretendia ser candidato ao Senado pelo grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB), mas a direção estadual da sigla passou a se posicionar como oposição na veiculação do programa político em TV e rádio.
Foi a própria direção da legenda quem oficializou a saída do parlamentar junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão. Os dirigentes Ribamar Soares e Daniel Bandeira levaram ao tribunal documento de desfiliação. Hélio afirmou que discutia o seu futuro partidário com o PSDC, PT, PTdoB e PSD. “Por enquanto, não há nada decidido”, adiantou.
Outro parlamentar que ficou sem partido após deixar a legenda que o elegeu em 2010 foi Bira do Pindaré. Em conflito com a direção estadual e sem espaços no partido, ele utilizou ontem o grande expediente da sessão ordinária para anunciar a sua desfiliação.
O ex-petista falou de toda a sua trajetória no partido, iniciada em 1990 e disse ter sido obrigado de deixar a sigla. “Não me sobrou escolha. Sou forçado a sair do PT e procurar outro caminho”, disse.
Pré-candidatos ao governo também precisam se definir
Os pré-candidatos ao Governo do Estado Eliziane Gama (PPS) e Hilton Gonçalo (PDT) ainda têm futuro partidário indefinido. Eliziane aguarda uma definição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação à liberação do Rede, legenda criada pela pré-candidata a Presidência da República Marina Silva. Já Hilton tenta sem muito sucesso articular a candidatura própria dentro do PDT, que deve apoiar a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) e indicar o vice na chapa majoritária.
Eliziane já se manifestou várias vezes a imprensa sobre o assunto. Em todas as oportunidades, garantiu que continuaria a aguardar a liberação do Rede para a disputa eleitoral do próximo ano.
Até o momento, ela trabalha na articulação de sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, mas não obteve apoio de nenhum partido. Mantém diálogo com o PSDB, que também não se posicionou definitivamente sobre 2014.
A situação de Hilton, por outro lado, é diferente. Ele ainda é filiado ao PDT e pretende ser candidato ao Governo do Estado pelo partido, mas não conta com o apoio da direção da legenda. Hilton chegou a ser convidado para filiar-se ao PP, mas não chegou a anunciar nenhuma decisão. Ele procura um partido que esteja disposto a lhe conceder espaço para uma disputa majoritária. Até o momento, no entanto, não obteve êxito.
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O PSD é o partido que passa pelo maior processo de esvaziamento no Maranhão. Criado no fim de 2011, por iniciativa do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, a legenda foi o destino de seis parlamentares – chegando depois a sete com a filiação de Afonso Manoel. A estratégia de todos era clara: sair de onde estavam sem perder os mandatos e garantir, no futuro, a possibilidade de uma nova troca, mais uma vez sem ser incomodados pela Justiça Eleitoral. Afonso Manoel foi obrigado a retornar ao PMDB. Já os deputados Alexandre Almeida, André Fufuca, Camilo Figueiredo e Dr. Pádua, devem sair. No mês passado, Raimundo Cutrim deixou a sigla e migrou para o PCdoB.
O Estado