O sonho do menino baterista no Maranhão

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Em um vilarejo da zona rural de São Mateus, no norte do Maranhão, vive um menino movido pelo sonho de dar um futuro melhor para a sua família. Danilo Silva tem 14 anos, é estudante e escolheu na bateria o caminho para ser profissional um dia. A reportagem é de Sidney Pereira da TV Mirante.

“Quanto mais sonhar, mais longe você vai. Eu quero chegar a uma banda profissional e aí dar um futuro melhor para a minha família”, afirma o menino.

Danilo vasculha nos quintais os equipamentos para montar seu próprio instrumento. São engrenagens velhas, arame, tiras de pano velho, sobras de madeira e até restos de demolição usados na bateria de sucata de onde ele tira notas musicais.

“As coisas no interior é muito difícil de se conseguir. Sofro. Eu queria dar uma casa para minha mãe”, diz, chorando, o menino que carrega os traumas de uma infância pobre.

O baterista não conheceu o pai e a mãe foi para longe em busca de emprego. Danilo foi criado pela avó, uma quebradeira de coco que sonha os sonhos do neto.

Nossa condição é pouca. Nós não têm condição, vive de um ‘salarinho’. Eu sinto um vazio no meu coração, na minha alma porque eu não tenho condição de realizar os sonhos dele”.

O dom de Danilo enche de orgulho o produtor musical Silas do Carmo, que foi um dos primeiros a enxergar o talento do menino na bateria de sucata.

“Música significa tudo na vida da gente. Minha história que está aqui nessa bateria. Comecei a aprender teclado, mas é um instrumento muito triste. A bateria é mais animada”, conta Danilo.

“Raramente a gente vê pessoas com o mesmo compasso, mesmo ritmo, como o Danilo. Ele exerce a música, o ritmo, com precisão, com exatidão”, afirma o produtor.

O carisma de Danilo conquistou primeiro as primas. Agora, o menino também tem a admiração e o respeito de colegas da escola.

“Ele luta pelos sonhos dele. Ele não desiste. Por isso eu acredito nele”, diz Yasmim Kelly, prima de Danilo.

“Com o carisma que ele tem, vai muito longe. Sou fã número um do Danilo”, conta a prima Luciana da Costa.

“Do lixo ele tirou aquilo e é o sonho dele. Daí, eu acho muito legal ele falar que o sonho dele é construir a casa da mãe dele”, afirmou o estudante João Pedro.

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