Segundo plano

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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), parece ter mesmo relegado a um segundo plano o debate sobre as queimadas e desmatamentos na Amazônia brasileira.

Na sexta-feira, 13, governadores e vice-governadores dos estados da Amazônia Legal reuniram-se com embaixadores de Noruega, Alemanha e Reino Unido, em Brasília, para discutir investimentos internacionais para ações ambientais na região.

O comunista maranhense, no entanto, não apareceu por lá. Preferiu enviar seu vice, Carlos Brandão (PRB).

Há duas semanas, ele já havia deixado de comparecer a reunião do tipo, no Pará, porque viajara a São Paulo para uma entrevista ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, com quem conversou sobre Jair Bolsonaro (PSL), conjuntura política nacional e eleições de 2020 e 2022.

Enquanto Dino seguia no Maranhão, em Brasília os governadores dialogavam com os embaixadores Nils Martin Gunneng (Noruega), Georg Witschel (Alemanha) e Vijay Rangarajan (Reino Unido).

Recentemente, os gestores da região afirmaram que estavam negociando o acesso direto ao Fundo Amazônia, sem intermediação do governo federal, depois de Bolsonaro afirmar que o Brasil não precisava do dinheiro alemão para preservar a floresta e sugerir à Noruega que utilizasse os recursos para reflorestar a Alemanha.

Estado Maior

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Brandão discute situação da Amazônia em Belém

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O vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão (PRB), particiou nesta segunda-feira (3), em Belém, de reunião entre os governos da Amazônia Oriental e o governo Federal.

Em pauta as ações conjuntas de combate às queimadas na região Amazônica.

“O Maranhão continua participando ativamente das discussões conjuntas sobre as queimadas na região amazônica. Hoje, estive em Belém, em reunião de trabalho com os demais governos da Amazônia Oriental com o governo federal, a fim de reforçar o nosso compromisso em cooperar com todas as ações e propostas que consideramos legítimas e viáveis para o nosso estado, diante deste cenário.

Brandão apresentou as ações tomadas pelo governo do Maranhão, dentre elas a edição do decreto pelo governador Flávio Dino que proíbe o uso do fogo para limpeza de áreas no estado.

“Corroborei com o que o nosso governador Flávio Dino defende enquanto medidas e soluções para o Maranhão, na companhia do secretário Marcelo Tavares”, destacou.

O vice Carlos Brandão representou o Maranhão em Belém em função da viagem do o governador Flávio Dino a São Paulo onde terá reunião sobre investimentos no Maranhão, participa de debate na PUC e ainda uma entrevista com ex-candidato à presidência da República Fernando Haddad pelo PT.

Foto: Divulgação

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O Rosa e a Amazônia

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Por José Sarney

Volto ao tema da moda — que, para a tristeza de todos nós, continua sendo a destruição do meio ambiente —, com as lembranças e recordações de quem viveu um tempo parecido com este, o Brasil como o grande vilão mundial, que toca fogo na Amazônia e mata os índios.

Já disse como reagi a essa campanha, que nada tinha de verdadeira. Reconhecemos a nossa responsabilidade em relação ao desprezo dos governos brasileiros, e aqui não abro exceção, e a desídia em não encarar com a gravidade necessária a preservação deste continente, que é aBacia Amazônica. Ficamos na retórica e nos esquecemos de agir. Uma coisa é clara e necessária: não podemos fechar os olhos àqueles que ali residem, nem à pobreza que faz parte daquela paisagem.

A consciência desse estado de coisas teve como primeiro governante preocupado com o verdadeiro desafio e a necessidade de enfrentá-lo o presidente Castello Branco. Ele criou um grupo de trabalho para buscar o desenvolvimento sustentável para a região. Para ter um certo charme nacional, essa comissão — da qual eu fazia parte — se reuniu no navio Rosa da Fonseca, que subiu o Rio Amazonas sem que a floresta tivesse ouvidos para ouvir os debates que travamos dia e noite, examinando todos os aspectos econômicos e sociais que tínhamos a enfrentar.

Quando desembarcamos em Manaus, e meu amigo Arthur César Ferreira Reis nos recebeu, já tínhamos a formatação dos órgãos e a ideia de que a zona franca de Manaus era necessária como centro industrial de tecnologia e de progresso humano, a ser implantada com todos os subsídios necessários.

Outra grande decisão foi a de transformar a SPVEA, o órgão de coordenação regional, bolorento e burocrático, em Sudam, nos mesmos moldes da Sudene, com um conselho administrativo formado pelos governadores da área e representantes dos Ministérios, para coordenar projetos industriais e preservar a floresta, evitando a sua degradação.

Essas decisões, sobretudo a criação da Zona Franca de Manaus, provocou, de logo, uma reação de setores do empresariado paulista, que temeram pela destruição da indústria paulista.

A Zona Franca de Manaus passou a centralizar as ações destinadas ao desenvolvimento da Amazônia. Depois, veio o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia-FDA, com um volume respeitável de recursos. A indústria eletrônica logo descobriu as vantagens competitivas que passaram a existir e correu para Manaus e lá passou a fabricar os mais sofisticados produtos eletrônicos.

Mas, com pesar, verificamos que esse surto desenvolvimentista ficou muito restrito a Manaus. Até hoje os outros Estados clamam por melhor distribuição de recursos, pois as indústrias não se localizaram em outros lugares, nem criaram os empregos necessários.

Eu, a partir do modelo de Manaus, criei no Amapá a Zona de Livre Comércio de Macapá e Santana e a Zona Franca Verde para construir uma indústria baseada em matéria-prima de produtos locais.

Agora se fala muito no fogo e no problema indígena. Ambos muito graves. Mas não vejo uma palavra sobre o desenvolvimento da região, que respeite a natureza e seja capaz de dar melhores condições de vida à população.

Coluna do Sarney

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Amazônia: Senado aprova requerimento de Eliziane

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O Senado vai realizar uma sessão especial nesta terça-feira (3), às 11h, para debater as iniciativas do governo para a situação da Amazônia. O aumento do desmatamento e das queimadas, bem como as políticas públicas para o desenvolvimento da região, estarão entre os temas da sessão.

Para o debate, estão convidados o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Os ex-ministros do Meio Ambiente, Rubens Ricupero e Marina Silva, também estão entre os debatedores. Completam a lista de convidados o governador do Amapá, Waldez Góes, e o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo. MapBiomas é uma entidade que congrega universidades, ONGs e empresas de tecnologia que buscam contribuir com o entendimento da transformação do território brasileiro por meio do mapeamento do uso do solo.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) é autora do requerimento para a sessão de debates (RQS 718/2019). Segundo a senadora, o debate é urgente e importante. Com base nos dados da Agência Espacial Europeia, Eliziane destaca que as queimadas na Amazônia neste ano se multiplicaram por quatro em comparação com os incidentes registrados no mesmo período de 2018.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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Papel diplomático

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A reunião de ontem do presidente da República com os governadores dos estados da Amazônia Legal mostrou o que, na prática, tem sido a atuação de Flávio Dino (PCdoB), que comanda o Maranhão e tem o sonho de chegar à Presidência da República.

O comunista se mostrou diplomático, apto ao diálogo e, claro, encheu todos de dados sobre o Maranhão que somente o governo tem e que costumam confrontar com o que dizem órgãos e entidades nacionais.

Um Flávio Dino bem diferente das redes sociais desde outubro do ano passado. Aliás, do segundo turno das eleições de 2018. Antes disso, o comunista nunca criticou o então candidato Bolsonaro. Deu sugestões, mostrou ações do estado na questão ambiental e combate a queimadas (incluindo o decreto assinado horas antes da reunião com o presidente da República) e falou da importância do Fundo da Amazônia. Finalmente, Dino agiu como um chefe de Executivo mostrando equilíbrio, respeito ao cargo de presidente da República (mesmo não falando diretamente o nome de Bolsonaro) e deixando claro que no Brasil os estados e União precisam trabalhar juntos.

A única incoerência do governador maranhense foi pedir moderação na atuação do Governo Federal.

Moderação nunca foi uma postura costumeira na gestão estadual. Se contar pelas manifestações em redes sociais, moderação e coerência não fazem parte do “cenário” do Maranhão.

Estado Maior

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Eliziane diz que Bolsonaro foi negligente com Amazônia

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A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) acusou, nesta sexta-feira (27), o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) de negligência em relação à sua política ambiental, principalmente em meio à grave crise na Amazônia.

Segundo Eliziane, o presidente erra duas vezes ao politizar a situação das queimadas na Amazônia e por não corrigir os erros.

“Bolsonaro foi negligente com sua política ambiental, desaparelhou a fiscalização de órgãos competentes. Pensou que o mundo não fosse perceber. Não adianta politizar, é preciso corrigir os rumos. Reafirmar o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável’, disse nas redes sociais.

A senadora lembrou que a radicalização com a Europa vai prejudicar o Brasil. Ela lamentou que o governo Bolsonaro se recuse a receber recursos oriundos do G7 para a Amazônia em reação às críticas feitas pelo presidente Macron, da França.

“Bolsonaro decidiu rejeitar ajuda do G7 para Amazônia, caso Macron não retire as supostas ofensas ao mandatário brasileiro. Não se afirma soberania no grito. A radicalização com a Europa vai prejudicar o Brasil. É preciso substituir o destempero de ambos os lados por boa diplomacia”, afirmou.

Foto: Divulgação

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Está quem manda

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Por José Sarney

Nos meus primeiros meses como Presidente da República, tive que aprender a rotina das solenidades militares, sempre muito bem organizadas, com fórmulas estabelecidas há décadas e impecável respeito a horário e cerimonial. Justamente neste aprendizado, cometi uma das maiores gafes ao ser recebido no Corpo de Fuzileiros Navais de Brasília, no Dia da Marinha.

Diante da tropa formada estava o Ministro da Marinha, Almirante Henrique Saboia, um dos melhores homens públicos que conheci, grande profissional, mas sobretudo personalidade de honradez, cultura e sensatez. Devo-lhe grande ajuda de conselhos, recomendações e solidariedade.

Quando cheguei, ele, com grande garbo, deu a ordem a sua tropa, conforme os costumes navais, seguida pelo toque dos apitos dos marinheiros, e abriu a solenidade, anunciando: —”Está quem Manda!”

Eu, novato em ser o Comandante em Chefe das Forças Armadas, entendi a saudação do Almirante Saboia como “Está queimando.” Abandonei a postura solene de Comandante para me voltar, à procura de onde vinha o fogo. Fui socorrido por meu ajudante de ordens, Major Heitor, a explicar-me que não havia fogo e sim a saudação naval. Até hoje conto com vergonha minha gafe aos almirantes amigos.

Essa foi a exclamação que me veio à cabeça quando recebi a trágica notícia do que acontece na Amazônia, lembrando-me daquele tempo. Desta vez está queimando mesmo, e muito, e escandalosa e catastroficamente fora de controle a nossa Amazônia.

Quando caiu o muro de Berlim, com o fim da utopia socialista, nasceu a ideologia do Meio Ambiente. O Brasil foi colocado no banco dos réus sob a alegação de que destruía a Amazônia, pulmão do mundo — por produzir uma sobra de oxigênio, o que não é verdadeiro, o papel pertence às algas marinhas. A Amazônia é fundamental para a humanidade porque é a maior floresta úmida, tem a maior diversidade e faz, aí sim, a regulação do clima mundial.

Minha reação, eu que sou ambientalista, amante da Natureza, humanista, foi contestar o que não era verdadeiro como teoria, reconhecer que desde a Colônia o Brasil tinha descuidado de enfrentar o problema do Meio Ambiente e trabalhar. Criei o “Programa Nossa Natureza” — com a ajuda dos ministros Bayma Denis e João Alves —, o Ibama e toda uma estrutura nacional de órgãos e institutos de natureza científica e tecnológica, a começar pelo monitoramento das queimadas. Fomos o primeiro país no mundo a dedicar ao Meio Ambiente um capítulo da Constituição, trabalho dos deputados Feldman e Sarney Filho.

Respondi à comunidade internacional reivindicando para o Brasil a Conferência Mundial do Meio Ambiente, com os embaixadores Paulo Tarso, Ricúpero e Seixas Corrêa pedindo apoio para a candidatura do Rio de Janeiro. A Conferência Rio-92 foi um sucesso e cumpriu sua finalidade. Assim saímos do banco dos réus.

Agora, devemos fazer uma mobilização nacional contra o fogo. Começar pelos municípios, com brigadas de voluntários, chamar os Estados à colação e fazer um grande mutirão nacional.

Vamos dar uma resposta correta. Nada de retórica, tudo de trabalho.

Como eu entendi o que disse o Ministro Saboia: “Está queimando!”

Coluna do Sarney

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Eliziane pede que PF apure denúncia de Bolsonaro

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A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) criticou, nas redes sociais, a postura do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) em relação à situação da Amazônia.

Segundo Eliziane, o presidente deveria agir com firmeza, mas prefere se esconder atrás de “sandices” e “fakes”

“A Amazônia está sob ataque, poluidores se sentem à vontade para desmatar e queimar a floresta. É inconcebível que a presidência da República ao invés de agir com firmeza contra as queimadas se esconda atrás de sandices e fakes. A Amazônia é vital para o Brasil e vital pra o mundo”, destacou.

Eliziane disse que pediu à Polícia Federal que apure a denúncia feita pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Encaminhei ofício à Polícia Federal para que abra inquérito sobre denúncia feita por Bolsonaro de que ONGs internacionais em conluio com governadores, estariam por trás de queimadas na Amazônia. Essa grave acusação precisa de uma resposta oficial das instituições”, afirmou.

Quem também se manifestou sobre o assunto nas redes sociais foi o governador Flávio Dino (PCdoB).

“Quanto à Amazônia, o melhor modo de defender a sagrada soberania nacional é garantir o cumprimento das leis ambientais. É isso que nos dará autoridade moral perante outros países. E não desnecessárias palavras de prepotência e grosseria”, disse.

“Além da grave questão ambiental, de alta relevância para a humanidade, cumprir as leis na Amazônia significa proteger a economia do Brasil contra sanções internacionais. Nossos produtores precisam dos mercados de outros países e por isso devemos dialogar pelos canais diplomáticos”, finalizou.

Foto: Agência Senado

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