Adriano quer aumento de 17,49% a todos os professores

3comentários

O deputado estadual Adriano Sarney (PV), líder da oposição, apresentou na sessão de hoje (6) na Assembleia Legislativa, uma emenda que aprimora o projeto de lei 002/2020, que segundo o governador gera um novo piso de remuneração para os profissionais no Maranhão.

A emenda tinha como objetivo conceder o reajuste linear de 17,49% para toda a categoria, mas foi rejeitada durante sessão plenária pelos deputados da base governista que votaram contra.

“Apenas 23% dos professores vão receber o reajuste de 17,49%, mas a maioria irá receber um reajuste de 5%, o que não satisfaz a categoria”. declarou Adriano.

É importante ressaltar que, mesmo após a rejeição da sua emenda, o deputado Adriano votou a favor do projeto original do governo, pois todo o reajuste é importante para valorizar a classe e a educação. Até o presente momento, o Sinproesemma não realizou nenhuma assembleia geral com os professores.

“Vou continuar na luta para um reajuste mais justo para os professores do nosso Estado”, concluiu.

Foto: Kristiano Simas / Agência Assembleia

3 comentários »

Romper com o silêncio

0comentário

Por Adriano Sarney

Escrevi no final de semana passado um artigo sobre o mais praticado tipo de preconceito no Brasil, o machismo. O texto faz parte de uma série que trato dos problemas do preconceito e da discriminação de gênero, raça, classe social, opção sexual, religião e outros em nossa sociedade. Por coincidência, no dia em que foi publicado, sábado,  dia 25, foi também a data do trágico assassinato de Bruna Lícia e de José William, perpetrado pelo soldado PM Carlos Eduardo. O caso, que obteve ampla repercussão, foi polêmico tanto pela violência quanto pela motivação do autor. Segundo psicólogos ouvidos pela imprensa, uma série de fatores mentais poderiam ter levado o suspeito a tomar tal medidas. No entanto, na raiz do crime está o machismo encrustado em nossa cultura.   

O machismo é uma crença que pode ter sido concebida na convivência de um indivíduo em casa, na escola e/ou com amigos. A discriminação é a ação motivada pelo preconceito, machismo, de que homens e mulheres não são iguais, de que o sexo feminino é inferior, mais fraco do que o masculino e de que “ela” é propriedade “dele.” O feminicídio é caracterizado pelo assassinato de uma mulher por razões da condição do sexo feminino, é portanto o preconceito e a discriminação de gênero levado ao extremo.

O feminicídio pode ocorrer dentro ou fora de casa. Quando o homicida é um familiar da vítima ou já manteve algum tipo de laço afetivo com ela, o crime resulta da violência doméstica. Esse é o tipo de feminicídio mais comum no Brasil, a casa é um local de alto risco de crimes contra as mulheres. O feminicídio pode também ocorrer fora do lar, quando o crime resulta da pura discriminação de gênero manifestada pela misoginia e pela objetificação da mulher. Por se tratar de uma forma qualificada de homicídio, a pena para o feminicídio é superior à pena prevista para os homicídios simples. Enquanto o homicídio simples tem pena de 6 a 20 anos, no feminicídio a punição é de 12 a 30 anos de prisão.

O crime que ocorreu no sábado passado em São Luís constitui, além do homicídio simples, a qualificação de feminicídio. Como o suspeito foi namorado da vítima, que se encontrava no local com outro homem, assumiu uma postura de que ela o pertencia e decidiu tirar-lhe a vida. A mulher, que nunca poderá falar a verdade do que realmente aconteceu, ainda foi vítima, mais uma vez, de julgamentos nas redes sociais. Incautos tiveram o desprezo de culpar a vítima e comentar coisas do tipo “estava pedindo por isso”. Mais um exemplo do machismo sendo exercido de forma descarada em nossa sociedade. Como bem relatou a delegada do caso, Viviane Fontenelle, nada justifica tirar a vida de uma pessoa, nem que tivesse havido traição, algo que não está claro pois tudo indica que o casal estava separado.

Podemos evitar casos de feminicídios. Mas para isso é preciso que as mulheres rompam o silêncio. A grande maioria das vítimas nunca registrou boletim de ocorrência ou obteve uma medida de proteção. Segundo a psicóloga Lais Nicolodi, “superar uma situação de violência doméstica depende de uma rede de apoio de pessoas confiáveis, suporte psicológico e, essencialmente, a denúncia.” As mulheres que sofrem abusos, não podem esperar a violência física acontecer, pois os demais tipos de condutas podem desencadear algo mais grave como o feminicídio. Mulheres podem denunciar violência doméstica pelo Disque 100 ou Ligue 180, 24 horas, todos os dias da semana.

sem comentário »

Adriano pede comissão contra coronavírus em São Luís

4comentários

O deputado estadual Adriano Sarney (PV), encaminhou ofício ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, solicitando a instalação de uma comissão especial contra o “coronavírus” para São Luís. Clique aqui e veja o vídeo.

Composta por membros da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, ANVISA, representantes da Organização Pan-Americana da Saúde e de institutos como Instituto Evandro Chagas (IEC) e FIOCRUZ, entre outros, a comissão solicitada por Adriano deverá apresentar medidas de preparação, orientação e controle para um possível atendimento de casos suspeitos de “coronavírus” no Maranhão.

Segundo Adriano Sarney, a instauração de uma comissão especial na capital do Estado se justifica pelo fato de São Luís abrigar um dos maiores complexos portuários em movimentação de carga do país e representar a rota mais curta para a Ásia, o que fez crescer vertiginosamente o fluxo de navios oriundos da China e demais países que já tiveram casos confirmados do vírus com destino ao nosso Porto do Itaqui, o que coloca São Luís numa zona de risco iminente de contaminação pelo “coronavírus”.

Foto: Reprodução

4 comentários »

Machismo

0comentário

Por Adriano Sarney

Assim como outros temas abordados nesta série de artigos relacionados ao preconceito, a problemática da desigualdade de gêneros é ligada à uma forte crença, difícil de combater. Na raiz do preconceito contra as mulheres está a cultura machista impregnada na sociedade brasileira, tanto nos homens quanto em algumas mulheres. Pode ser consciente, mas também inconsciente. É algo que as pessoas “aprendem” em casa, na escola e com os amigos, muitas vezes com a colaboração da grande mídia e da internet.

Segundo uma pesquisa do IBOPE de 2017, o machismo é o preconceito mais praticado no Brasil, seguido pelo racial, LGBT e gordofobia. Constatou-se que 61% dos entrevistados já pronunciaram algum comentário machista, mesmo que alguns não reconheçam o preconceito. A pesquisa também constatou que embora 45% dos brasileiros consigam perceber o preconceito em frases ditas ou ouvidas em seu convívio, metade destas pessoas diz não reagir ao ouvir um comentário machista. Esta última constatação nos remete à duas questões: 55% das pessoas não consideram as frases preconceituosas e dos que consideram, apenas metade, 22,5%, chamam a atenção do interlocutor. Isto reafirma o quanto o preconceito machista está enraizado em nossa cultura e que precisa ser debatido nas escolas. Apresentei na Assembleia Legislativa o projeto de lei 156/2016 que institui noções básicas da Lei Maria da Penha nas escolas no intuito de forçar o debate nos círculos mais jovens. Infelizmente, o projeto foi rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça com o argumento de que ele geraria despesas ao governo estadual.

No exemplo de hoje relato uma denúncia que recebi no meu gabinete de uma mulher que sofria quase que diariamente de assédio sexual no ônibus. Com medo de reagir e sem saber como proceder ou a quem recorrer, ela era forçada a conviver com a situação. Constatei que muitas mulheres que utilizam o transporte coletivo em São Luís são vítimas dessas agressões, principalmente quando o ônibus está lotado. Os agressores, canalhas decadentes, frutos da cultura machista misógina, se aproveitam do pouco espaço para cometer o crime. Por isso apresentei e aprovamos a Lei 10.953/2018 que institui o “Programa de Combate ao Assédio Sexual Contra Mulheres Dentro do Transporte Coletivo”. Esse programa, dentre outras coisas, instrui a vítima a recorrer ao motorista ou a outro funcionário da empresa de ônibus e os orienta a agir. O motorista deve comunicar a polícia imediatamente e fornecer dados da localização do ônibus via GPS para auxiliar os policiais na captura do agressor imediatamente.

A legislação avançou no sentido de punir quem comete o ato de discriminar mulheres- xingar, assediar ou agredir por exemplo. Mas, como tenho explicado em textos anteriores, o preconceituoso, neste caso o machista, não obrigatoriamente cometerá uma ação contra alguém. Mudar ou “re-ensinar” uma pessoa sobre algo que vai contra o que ela acha o certo é uma tarefa árdua, mas não impossível. Isso me remete mais uma vez para a frase de Nelson Mandela utilizada no artigo sobre o preconceito racial, “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.” Para combater o machismo é preciso mais do que leis, é necessária educação para o reconhecimento das diferenças e conscientização sobre a igualdade de gênero. Somos todos iguais.

sem comentário »

Incautos preconceituosos

0comentário

Por Adriano Sarney

Por sentir na “pele” a rotulação atribuída ao meu sobrenome, a dificuldade de ser ouvido por alguns, de construir uma história própria e de expor ideias de forma imparcial, me interesso e estudo a problemática do PRECONCEITO de perto. O desejo de trabalhar pelo meu estado, o Maranhão, me faz aceitar e encarar o jogo político rasteiro de estereótipos arquitetados por profissionais do marketing e difundidos para as massas. Combater qualquer forma de prejulgamento é uma luta árdua, como já venho relatando em vários artigos publicados nesta coluna. No entanto, não existe nada mais revoltante do que o preconceito racial, principalmente no Brasil, um país mestiço e que tem na diversidade um de seus maiores ativos.

Ora, se a grande maioria dos brasileiros é descendente de negros e/ou índios, qual a lógica de ainda existir preconceito racial ou, ainda pior, racismo no país? Algo que sempre me chamou atenção são os mais de 45% dos brasileiros que se declaram brancos ao IBGE. Muitos que aqui se consideram brancos são chamados de latinos nos Estados Unidos e na Europa. Mas na verdade são mestiços ou, segundo o IBGE, pardos, pois tem “variadas ascendências étnicas”. A minha ancestralidade, por exemplo, é fruto da composição africana, européia e indígena. Na linha européia, a minha predominância é portuguesa, que, por sua vez, tem forte influencia moura (povos oriundos do Norte da África). Assim como eu, tenho a convicção que a nossa população, em sua grande maioria, é formada por pardos. Temos descendência africana, indígena e européia, não podemos nos colocar em uma categoria que poderia nos definir como brancos no sentido daqueles cuja linhagem é composta apenas por europeus. No Maranhão então nem se fala. No entanto, quando os brasileiros são questionados pelo IBGE, cometem um erro de concepção, muitas vezes influenciado pelo preconceito inconsciente, falta de informação, desconhecimento da história e negação de nossa forte miscigenação.

Presenciei uma vez, estarrecido, um incauto criticar os negros. Apesar da já latente ignorância do indivíduo, soma-se à isso o fato dele mesmo ser visivelmente um mestiço, de pele bem morena. Ele certamente seria considerado negro nos Estados Unidos ou na Europa. Como já expliquei em outros artigos, o preconceito, por ser uma crença pessoal, é difícil de punir. As leis brasileiras conseguem atingir apenas os atos de discriminação e racismo, ou seja, o preconceito quando se torna uma ação. Pode-se provar uma agressão ou uma rejeição de emprego ou matrícula, mas jamais o que se passa na cabeça de um indivíduo.

A problemática do preconceito racial é tão complexa que, aparentemente, vai além da própria linhagem, característica física, identidade e antepassados de um indivíduo. Ela está no cerne de uma sociedade desinformada e egocentrista. Parafraseando Nelson Mandela, “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.” Deixo as últimas palavras com Mandela.

Foto: Agência Assembleia

sem comentário »

Preconceito que mata

0comentário

Por Adriano Sarney

Julgar alguém pela sua orientação sexual ou identidade de gênero é um preconceito que pode gerar discriminação. O Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo. Travestis e transexuais são os mais atingidos, perdem a vida de forma violenta. A legislação avança de forma lenta contra atos de discriminação sexual. Já o preconceito, por se tratar de uma crença pessoal, ainda é forte entre os brasileiros e na maioria das vezes existe dentro de casa e nas escolas.

Foi apenas em junho de 2019 que o Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da ADO 26 e MI 4733, determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero fosse considerada crime no Brasil. Conforme a decisão do STF, “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime. Contudo, a aplicação das penas valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema. Com efeito, os maiores avanços se deram pela via do Judiciário. Em 2011, houve o reconhecimento pelo STF da união homoafetiva estável como entidade familiar, garantindo a casais de mesmo sexo direitos como herança, benefícios da previdência e inclusão como dependente em plano de saúde. O STF também entendeu ser possível a alteração de prenome e gênero no registro civil mediante averbação no registro original.

No nosso exemplo de hoje relato o caso da Dona Maria que tem uma filha transexual. Na confraternização do final de ano com os funcionários do meu gabinete contratei a Maria para fazer a feijoada. Antes de começar o evento li o meu primeiro artigo sobre o preconceito, o “Dedo na Ferida”, e perguntei se eles já tinham sido vítimas do problema. Ela relatou que seu filho, hoje filha, é transexual e ambos sofrem com o preconceito. Disse que aceita a natureza do filho, mas enfrentam a rejeição do pai. Como se não bastasse o que sua filha passa em casa, ainda teve que deixar a escola e enfrenta muita dificuldade de encontrar emprego. A nossa heroína relatou que sua família sofre com a cisma de vizinhos, familiares e amigos. Seus olhos encheram de lágrimas e pediu que eu escrevesse sobre isso.

As dificuldades encaradas pela filha de Dona Maria são compartilhadas com uma parcela significativa da população. Segundo a professora de direito da Universidade Brasil-MG Claudia Mara, “há de se notar que o desprezo e o desrespeito às pessoas LGBTTIs- lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais – é notório e evidente, notadamente, no âmbito do trabalho, variando desde a total exclusão, à discriminação e perturbação diária, em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero.” Em comum existe o fato de que sofrem preconceito e discriminação e, por isso, encontram-se, muitas vezes, em situações de vulnerabilidade. A fragilidade ou até rompimento dos vínculos familiares, a exclusão do convívio na comunidade, a discriminação sofrida nas escolas que, em vários casos, provoca o abandono dos estudos, a dificuldade ou impedimento do acesso ao mercado de trabalho, entre outros.

Assim como em outros exemplos já relatados nesta coluna, em outros artigos, precisamos também desconstruir as ideias equivocadas sobre a população LGBTTIs que estão arraigadas em nossa sociedade. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU), reconhece em cada indivíduo o direito à liberdade e à dignidade. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 também adota o princípio da dignidade humana, e afirma como objetivo fundamental, entre outros, “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Falar sobre o assunto é a melhor forma de conscientizar e educar as pessoas sobre os malefícios do preconceito. Semana que vem continuarei abordando o tema.

Foto: Agência Assembleia

sem comentário »

Adriano Sarney denuncia caos na estrada do Araçagy

2comentários

O deputado estadual Adriano Sarney (PV) denunciou nas redes sociais, a situação caótica da Estrada do Aracagy por conta de uma obra interminável do governo do Maranhão. Clique aqui e veja o video.

Segundo Adriano, a população vem enfrentando bastante transtorno na região.

Adriano Sarney destacou que quando Flávio Dino assumiu o governo, a Estrada do Araçagy já estava preparada para o receber o BRT, mas a obra foi refeita e as pistas alargadas.

Agora, Flávio Dino decidiu reduzir as pistas para implantar o BRT num despercício de dinheiro público.

2 comentários »

Precisamos falar sobre isso

0comentário

Por Adriano Sarney

Se você ainda não viu o documentário da Netflix “Carta para Além dos Muros”, de André Canto, está perdendo uma ótima oportunidade para entender sobre a evolução, os tratamentos, as legislações, os estigmas e a atualidade do vírus HIV no Brasil. A AIDS é o estágio avançado da infecção pelo HIV. Hoje, com o progresso da medicina e o acesso gratuito aos medicamentos, as pessoas com HIV conseguem ter uma vida saudável. Com apenas dois comprimidos diários e pouco efeito colateral, o vírus chega até mesmo a ser indetectável em um exame de sangue. Quando descoberto e tratado precocemente e com regularidade, o HIV não mata. O que mata hoje em dia é o estigma em não falar sobre o assunto.

É preciso quebrar o preconceito sobre o tema para educar as pessoas sobre o HIV, ensiná-las a se proteger, falar sobre os riscos e incentivar o teste periodicamente. O vírus não pertence à um grupo ou à uma etnia, ele pode estar em qualquer lugar. Após um considerável esforço do governo e da sociedade civil nos anos 80 e 90, o Brasil avançou no combate contra o vírus, tornando-se pioneiro na ameaça de quebra da patente para produção de antirretrovirais e na distribuição e tratamento gratuito aos soropositivos. No entanto, vemos atualmente uma piora nos índices entre os mais jovens em nosso país e ao mesmo tempo um estigma ainda presente contra os que vivem com o HIV.

A exclusão social e o preconceito sofridos pelas pessoas que portam o vírus são um grande obstáculo. A história retratada no documentário do jovem Caio (nome fictício), descreve suas experiências e descobertas desde que recebeu o exame de HIV. Sua própria mãe recusou-se em ajudar no seu tratamento e muitas pessoas próximas se afastaram. Em uma situação, conta, que uma profissional de saúde ao ver no seu fichário que era soropositivo, evitou usar a mesma caneta que ele tinha utilizado. Não se contrai o vírus por contato nem suor.

Hoje no Brasil temos uma legislação especifica, trata-se da Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus HIV-AIDS e a Lei 12.984/2014, que prevê quatro anos de prisão. De acordo com a lei, é crime impedir ou dificultar a inscrição de soropositivos em instituições de ensino, assim como demitir ou exonerar de cargos ou isolar trabalhadores em razão da doença.

É preciso atitude política. Enquanto o poder público gasta milhões com peças publicitárias de promoção política dos seus governantes, deveriam investir parte desse recurso às instituições como, por exemplo, a Casa da Criança com HIV no Maranhão, ¨Sonho de Criança¨, contemplada pelo nosso projeto Emendas Participativas e, também, para divulgação de campanhas de conscientização e combate ao preconceito.

Se a medicina avança, a sociedade também precisa evoluir. Quem vive com o vírus pode trabalhar, estudar, namorar, constituir família, fazer exercícios físicos, ter uma vida normal. No entanto, muitos sofrem com o preconceito e isto é a principal causa de suas inquietações. A falta de diálogo e o estigma em falar do assunto nas famílias e nas escolas também é um risco para o aumento do número de casos. Por estas razões, precisamos falar sobre isso!

sem comentário »

Superar obstáculos

0comentário

Por Adriano Sarney

Muitas pessoas com algum tipo de deficiência, assim como seus familiares, já relataram casos de preconceito. Como expliquei no primeiro artigo desta série, o preconceito é uma crença, uma cisma, algo enraizado nas pessoas, difícil de provar. A justiça passa a poder punir quando existe o ato de discriminação, ou seja, as ações começam a externalizar os pensamentos e atitudes preconceituosas: quando alguém diz coisas ofensivas ou trata pessoas de forma distintas devido à sua etnia, classe social, religião, raça, condição física ou mental, aparência, etc. Caso não exista a atitude discriminatória, a vítima do prejulgamento é prejudicada por uma crença injusta, sem conhecimento prévio, de uma pessoa ou de um grupo de pessoas.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência, sancionado em 2015, tem por objetivo “assegurar direitos e punir atitudes discriminatórias.” No entanto, a lei é uma gota no oceano de preconceitos existentes para que a pessoa com deficiência sinta-se realmente ativa na sociedade.

Um famoso caso ocorrido em 2010 exemplifica a luta de um cadeirante para se tornar servidor público. O médico veterinário João Paulo Fernandes Buosi foi aprovado em primeiro lugar em um concurso público para atuar como fiscal do Conselho de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo. Mas o segundo colocado foi chamado para preencher a vaga. Absurdo maior é que o edital do concurso previa vagas reservadas a deficientes. O órgão afirmou que o candidato não foi chamado porque não se enquadrava nos requisitos para o cargo. Após denunciar o caso no Ministério Público e na Procuradoria da República, o episodio ganhou repercussão nacional e a posição do órgão foi revista.

Foi preciso que o nosso herói fosse a luta para que a situação mudasse, pois como dito acima, não temos como provar na justiça o preconceito, precisamos conseguir demonstrar que houve um ato de discriminação. Existem muitos casos parecidos com o do João Paulo que não são denunciados, que reforçam o preconceito e atrasam o processo de inclusão de um grande número de pessoas.

No Maranhão, 1.6 milhão de pessoas apresentam pelo menos 01 deficiência, correspondendo a 24,97% da população. O Estatuto prevê reserva de vagas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas em nosso estado apenas 17% das vagas voltadas para elas são preenchidas. Por que será que essas vagas não são preenchidas? Desinformação, falta de estimulo do governo e também preconceito.

O esforço a favor da inclusão é certamente um aliado contra a discriminação, pois a legislação também trouxe mecanismos mais rígidos para punir os infratores. Entretanto, como o preconceito trata-se de uma crença, algo velado, deve ser combatido principalmente com conscientização. São vários obstáculos, vamos superá-los com bom senso e inteligência.

No próximo artigo desta série relataremos casos de preconceito e discriminação contra soropositivos.

*Adriano Sarney é deputado estadual, economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.

sem comentário »

Dedo na ferida

1comentário

Por Adriano Sarney

O preconceito e a discriminação são assuntos que há muito tempo me chamam atenção e agora decidi levantar uma discussão para tentarmos entender o impacto deles em nossa sociedade. Por isso, inicio hoje uma série de artigos para tratar sobre esses temas.

Os dicionários definem o preconceito como um juízo de valor preconcebido sobre algo ou alguém; prejulgamento. Uma opinião feita de forma superficial em relação a determinada pessoa ou grupo, que não é baseada em uma experiência real ou na razão. Uma construção a partir de análises sem fundamento, conhecimento nem reflexão. Ou ainda, uma convicção fundamentada em crenças ou superstições; cisma.

O preconceito é motivado, portanto, pela ignorância e por estereótipos. As pessoas ou grupos são medidos apenas pela sua aparência, gênero, raça, habilidades, orientação sexual, diferença de idade, educação, estado civil, religião, família, etc. O preconceito pode resultar em racismo ou discriminação. O racismo é ainda pior, pois é a crença em diferenças biológicas entre os povos. Enquanto a discriminação é o tratamento injusto fruto do racismo e do preconceito. Tanto atos de racismo quanto de discriminação podem ser levados à justiça no Brasil de acordo com a Lei 7.716/89. Já o preconceito, por ser uma crença enraizada geralmente em um indivíduo, é difícil de ser combatida se ela não virar uma ação concreta de discriminação.

Vamos a um exemplo fictício para ilustrar a gravidade do preconceito. Um nordestino e um sulista disputam a mesma vaga de emprego em um processo seletivo. Os dois mostraram ter qualidades muito parecidas, mas suponhamos que o entrevistador tem preconceito contra nordestinos. A empresa escolhe o sulista para a vaga de trabalho por pura intervenção preconceituosa do entrevistador. O nordestino foi vitima de preconceito e não consegue provar absolutamente nada pois quando questiona a firma, recebe como resposta que a escolha atendeu critérios puramente técnicos. No entanto, se a empresa respondesse os reais motivos pela escolha do outro candidato e não a sua, o nosso herói teria uma prova de discriminação. De porte dessa prova poderia reagir na justiça contra o entrevistador e a empresa. Por essa razão é tão difícil provar uma situação de preconceito, pois ele está em todo lugar. Eu passo por isso e com certeza você já passou.

Nosso objetivo é identificar maneiras de amenizar os malefícios do preconceito. Vamos entrevistar vítimas, descrever como elas lidam com o problema no seu dia a dia. Expor situações. O preconceito é algo velado na sociedade, muitos o tem de forma consciente ou inconsciente mas ninguém gosta de falar sobre isso por ser um assunto muito delicado. Está na hora de colocarmos o dedo na ferida.

No próximo artigo desta série relataremos casos de preconceito e discriminação contra os deficientes físicos e como podemos diminuir a dor daqueles que sentem na pele esse problema.

*Adriano Sarney é deputado estadual, economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.

1 comentário »
https://www.blogsoestado.com/zecasoares/wp-admin/
Twitter Facebook RSS