O deputado Adriano Sarney (PV) criticou, nas redes sociais o que chamou de “populismo barato”, do governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB).
Segundo adriano Sarney, o governador Flávio Dino é “mestre para rotular adversários Políticos.
Adriano lembrou que Flávio Dino durante anos se utilizou da expressão “oligarquia” até vencer a eleição no Maranhão.
A expressão da vez, utilizada por Flávio Dino para atingir o presidente da República, Jair Bolsonaro é “milícia” e suas variantes.
“Dino é mestre na tática de rotular adversários políticos. No Ma insistiu no uso do “oligarquia”, pegou. Agora, a nível nacional, já partiu para a palavra “milícia”. Reparem que ele usará variantes dessa palavra sucessivamente. Conheço esse populismo barato a anos!”, afirmou.
O Maranhão é um dos cinco estados da federação com mais casos e óbitos. Isto se deve a uma série de medidas adotadas pelo governo do estado que não obtiveram o resultado esperado. Lembremos dos hospitais de 20 leitos no interior transferidos para os municípios e que o governo abriu mão de um planejamento do sistema de saúde que nesse momento poderia servir com maior segurança frente as decisões referentes a pandemia. Se não fossem as presenças do Judiciário, governo federal, bancada federal, empresariado e Assembleia Legislativa, a situação do nosso estado estaria pior.
Segundo o sistema de informação do Ministério da Saúde, no final de 2014 os leitos de UTI na capital passaram de 22 para 224, 10 vezes maior do que em 2009. No interior, de 22 leitos para 207, quase 7 vezes maior. O governo precedente também deixou 86 leitos completos de UTI para serem instalados nos hospitais macrorregionais, além de 55 leitos de curta duração nas salas vermelhas das Upas. Por que o governador destruiu a rede de hospitais construídos no interior e após seis anos no governo não construiu um sistema de saúde que atendesse a população? Por que o governo, mesmo sabendo das consequências dessa pandemia, não providenciou um mínimo de estrutura sanitária para diminuir os impactos sobre a população? Avisei as autoridades sobre os riscos da pandemia em janeiro, quando o vírus ainda estava na China. Passados cerca de três meses do início da presença do vírus aqui, já são mais de 30 mil casos confirmados e 911 mortos, fora as subnotificações. Para piorar ainda mais, agora o vírus se espalha pelo interior, sem que o governo possa prestar uma assistência hospitalar aos que mais precisam.
O governo federal já transferiu para o combate ao Covid-19 uma quantia milionária em recursos. E com o auxilio aprovado pelo Congresso Nacional para socorrer os estados, vai enviar quase R$ 1 bilhão. A bancada federal, senadores e deputados federais, já enviaram R$ 131 milhões. Os empresários bancaram e transportaram 80 respiradores e ajudam a construir hospitais de campanha, como o de Açailândia. A Assembleia Legislativa, além de aprovar importantes leis para superarmos este momento difícil, já distribuiu aproximadamente 200 mil cestas básicas e destinou R$ 2,1 milhões para aquisição de respiradores.
A pergunta é: o que o governo do MA está fazendo além de gerenciar esses recursos, equipamentos, testes, EPIs, medicamentos que recebeu de outros poderes e doações? Onde estão sendo investidos os recursos do Tesouro Estadual já que não aplicam as emendas dos deputados estaduais (incluindo os R$ 3 milhões destinados pela oposição), não compram novos testes, não compram respiradores, não pagam auxílio aos desempregados nem ajudam as micro e pequenas empresas, não transferem créditos extras aos municípios, não abrigam pessoas com vulnerabilidade, não investem em medidas de prevenção das pessoas que tiveram contato com infectados? Podemos afirmar que uma parte desses recursos estão sendo gastos em propaganda. São milhões para promover uma realidade que não existe, confundir a opinião pública já pouco convencida.
Até mesmo decisões do executivo estadual, como o lockdown, estão sendo de iniciativas do Judiciário. Inclusive quanto a isso, o governo estadual vem afirmando um êxito sem apresentar de forma transparente os dados e índices deste período. O governador, além de não gerenciar de forma eficaz os recursos que “caem no seu colo”, se exime de suas responsabilidades.
Como diz Abraham Lincoln: “Pode-se enganar todos por algum tempo, pode-se enganar alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo” .
*Adriano Sarney é deputado estadual, economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.
O deputado estadual Adriano Sarney (PV) disse que aguarda com expectativa, uma definição do governador Flávio Dino quanto ao Projeto de Lei de sua autoria e da Helena Duailibe (SD), que suspende as cobranças de empréstimos consignados em folha de pagamento para funcionários públicos, ativos e aposentados e de empresas privadas, no Maranhão.
Segundo Adriano, o governador tem até o próximo dia 5 de junho para se manifestar. A partir dessa data, o projeto retorna para a Assembleia Legislativa que decidirá se o projeto vira lei ou não.
“O projeto foi votado e aprovado no dia 11 de maio na Assembleia Legislativa. O governador tem por obrigação 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. O prazo termina no dia 3 de junho, a primeira quarta-feira do mês de junho. Ai o governador tem mais 48 horas para se decidir, ou seja, até a sexta-feira dia 5 de junho. Após essa data se o governador não decidir nada, se silenciar, o projeto volta para a Assembleia Legislativa para ser promulgado, ou seja para virar lei, no prazo de até 48 horas, ou seja pessoal temos até no máximo dia 9 de junho que é a segunda terça-feira do mês de junho para que esse projeto vire lei, mas lembro a vocês que o governador pode a qualquer hora sancionar ou vetar esse importante projeto de lei. Continuamos no aguardo do posicionamento do governador Flávio Dino, na esperança de sua sanção, no menor prazo possível”, destacou.
) o Projeto de Lei de autoria dos deputados estaduais Adriano Sarney (PV) e Helena Duailibe (SD), que trata da suspensão dos empréstimos consignados ,
O economista André Lara Resende, que foi nada mais do que um dos formuladores do Plano Real, escreveu no final de semana passado um interessante artigo no jornal Folha de São Paulo. Ele defende a emissão de moeda pelo Banco Central para financiar o Tesouro. Essa tese chacoalha premissas dominantes sobre políticas monetária e fiscal. O texto é longo, mas tentarei resumir e simplificar as ideias centrais.
Diante da crise do coronavírus, o governo deve gastar o que for necessário na saúde e nas ajudas assistenciais às pessoas e empresas. Com a arrecadação em queda, é impossível pensar, nesse momento, em aumento de impostos, pois agravaria mais ainda a crise. Como as despesas emergenciais deterioram as contas públicas, Lara Resende defende que restam, então, duas opções para financiar o déficit: o aumento da dívida ou a emissão de moeda.
O artigo explica que antigamente a moeda tinha um valor intrínseco, valia o peso e o tipo de metal que ela continha. Depois, passou a ser um certificado de dívida do governo pelo qual o portador poderia trocar por um metal com valor equivalente. Hoje, a moeda é apenas um certificado da dívida do estado sem lastro metálico, é fiduciário, um registro contábil eletrônico.
Ele argumenta que, no mundo contemporâneo, o dinheiro (moeda) e um título do Tesouro são bem parecidos por se tratarem de uma dívida do Estado. A diferença é que o título custa mais caro do que a pura emissão de dinheiro. Um título do Tesouro paga juros, enquanto a moeda sempre é aceita pelo seu valor de face. Com as taxas de juros básicos no Brasil se aproximando a zero e, em alguns países, negativas, a distinção de moeda e títulos (dívida) se torna cada vez mais irrelevante.
Lara Resende se aprofunda em questões técnicas, mas sacramenta que a emissão de moeda ao invés da emissão de títulos que pagam juros, reduziria a dívida pública em 60%, dos atuais 75% para 45% do PIB!
No entanto, mais dinheiro circulando na economia não geraria inflação? Para responder a essa pergunta, o economista usou o exemplo de outros países. Após a crise financeira de 2008, Bancos Centrais de países desenvolvidos se valeram do Quantitative Easing (QE) que é nada mais do que uma massiva expansão monetária em mais de 1.000% sem que houvesse qualquer sinal de inflação. Pelo contrário, esses países beiram a deflação. No mais, Lara Resende acredita que já existe emissão de moeda no Brasil via o sistema financeiro: “Para evitar que a taxa de juros no mercado de reservas, principal instrumento de política monetária, se desvie da taxa fixada, o Banco Central é obrigado a sancionar a expansão da moeda. Ao dar crédito, os bancos emitem moeda”, argumenta.
Mas, nem tudo é linear na análise de um dos idealizadores do Plano Real. Para fechar o raciocínio ele precisou recorrer à prudência política. Afinal, quase tudo se resume à tomada de decisão política. Claro que emitir dinheiro de forma indiscriminada é um prato cheio para que políticos possam fazer a festa de gastos irresponsáveis. Para que a tese da emissão de moedas vingue, é necessário que os investimentos sejam feitos de forma responsável na saúde e no setor produtivo uma vez que precisamos salvar vidas e que a economia só cresce com produtividade.
O artigo de Lara Resende quebra a mesmice dos textos sobre economia que lemos diariamente. Como em outros textos polêmicos escritos por ele, vale a pena a reflexão e o debate.
Saúde para todos!
*Adriano Sarney é deputado estadual, economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.
Em decorrência de inúmeros problemas no setor da saúde do Estado por conta da pandemia do Coronavírus, o deputado Adriano Sarney (PV), propôs nesta quinta-feira (21), um Projeto de Lei para que todas as farmácias disponibilizem o aparelho oxímetro de forma gratuita pelo tempo que durar a pandemia.
O oxímetro é um pequeno dispositivo a ser colocado no dedo com a finalidade de mensurar o nível de saturação de oxigênio (abreviado como O2sat ou SaO2). A SaO2 é a porcentagem de oxigênio que o sangue está transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de transporte.
O parlamentar atentou que a hipóxia -baixa oxigenação dos tecidos-, causada pela Covid-19 não tem sintomas. “É muito possível que a pessoa tenha o problema de baixa oxigenação sem sentir nada, pois a hipóxia não dá falta de ar. Se detectarmos esse problema precocemente, mais cedo o paciente será tratado, pois a queda da oxigenação é um critério de gravidade e de acompanhamento da Covid-19, por isso a importância de todos, mesmo aqueles que não tem condições de comprar o aparelho, checarem sua oxigenação sanguínea”, explicou o parlamentar.
O projeto de lei específica que: as farmácias deverão ter ao menos 1 oxímetro como medida pública para toda a população, que os farmacêuticos façam a higienização correta do mesmo -com álcool e panos limpos- e que a preferência sempre seja dada a pessoas que fazem parte do grupo de risco para Covid-19, como as pessoas com mais de 60 anos ou com doenças crônicas respiratórias ou cardiovasculares. As farmácias terão 10 dias para se adequarem ao cumprimento desta Lei.
Podemos afirmar que o Maranhão recebeu aproximadamente 200 mil testes de Covid-19 do Governo Federal, mas curiosamente o governo do estado não chegou a utilizar nem 15 mil desses testes. Diagnóstico rápido e em ampla escala é um dos mecanismos básicos de controle epidemiológico do Coronavírus, mas alguns governos não têm sido capazes de ajustar a escala dos testes, a exemplo do nosso estado, que vem batendo recordes de contaminação e óbitos. Pois bem, no presente texto faço uma análise sobre esse momento da pandemia no Maranhão e proponho ideias contributivas para revertermos essa situação.
A diretriz do governo estadual, documento público, deixa claro que o paciente apenas terá direito ao teste do coronavírus caso seja internado. Segundo o documento do governo do Maranhão, casos suspeitos que não estejam em situação grave de internação, devem ter alta do pronto-socorro, “não coletar exame específico (PCR ou teste rápido); prescrever sintomáticos para casa e prescrever Oseltamivir (Tamiflu) para grupos de risco com síndrome gripal”, diz o documento. Ou seja, pessoas suspeitas com sintomas como febre, pneumonia e falta de ar, mas que ainda não apresentam baixo nível de saturação de oxigênio no sangue são mandadas para casa, sem o diagnóstico e sem medicamento (apenas com uma prescrição).
No Maranhão, a maioria das casas tem pouco cômodos o que impossibilita o isolamento completo de um membro da família com sintomas, aumentando assim a possibilidade de infecção de toda a família, inclusive de idosos e grupos de risco. No vizinho estado do Piauí, onde o número de casos e óbitos são menores e a disponibilidade de leitos é bem maior do que no Maranhão, todos com sintomas são testados, mesmo os que não precisam de internação, e aqueles que justificam situação social de impossibilidade de se isolar em um cômodo dentro de suas casas, são abrigadas pelo governo.
O “Mapa dos insumos estratégicos”, do Ministério da Saúde, consta que foram enviados ao Maranhão 51,6 mil testes PCR e 146,3 mil testes rápidos, um total de 197 mil. No entanto, até o dia 14/05, o próprio governo do estado divulgou que foram realizados apenas 14,4 mil testes na rede pública. Temos capacidade para testar também os pacientes suspeitos, assim como faz o Piauí.
Por considerar o protocolo do governo do Maranhão equivocado, considero duas questões que, ao meu ver, podem ajudar os que carecem de atendimento. A primeira é uma representação no Ministério Público para investigar e alterar as diretrizes de combate ao Covid-19 no estado: novos critérios para testagem de casos suspeitos e obrigação de alojamento para sintomáticos em vulnerabilidade social que não tenham quarto disponível para isolamento domiciliar. A segunda é um projeto de lei na Assembleia Legislativa que autoriza o governo estadual a utilizar os cerca de 40 mil leitos hoteleiros disponíveis no Maranhão para recolher em isolamento os suspeitos que se encontram no quadro social mencionado acima e todos os profissionais que trabalham no combate à epidemia (saúde, segurança, atendimento ao público, etc).
Como estamos assistindo no mundo inteiro a testagem é um dos caminhos eficazes para combater o Novo Coronavírus. Ainda que o Brasil seja um dos países que menos testa por 100 mil habitantes no mundo, penso que esse é o caminho e o Maranhão já possui testes disponíveis para realizar uma maior escala de testagem em relação ao número que realizam hoje. Quanto maior a testagem da população, mais conhecimento sobre a disseminação e sobre os efeitos do vírus será gerado. Não sabemos ao certo quando essa pandemia vai terminar, mas medidas enérgicas e o compromisso de cada um, podem abreviar este período e salvar vidas.
*Adriano Sarney é deputado estadual, economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.
Em entrevista concedida ao Ponto Final, na Rádio Mirante AM, o deputado estadual Adriano Sarney (PV), informou que vai acionar o Ministerio Público para que o Governo do Maranhão disponibilize os testes rápidos para o Covid-19 recebidos pelo Governo Federal à população. Segundo Adriano, após consulta ao “Mapa dos insumos estratégicos”, do Ministério da Saúde, foram enviados ao Maranhão 51,6 mil dos testes chamados PCR, e 146,3 mil testes rápidos, ou seja, são 197 mil testes disponibilizados.
A representação proposta pelo parlamentar, pretende alterar a Diretriz de Atendimento a Pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Infecciosa, requerendo :
A) modificação nos critérios para coleta de pesquisa de Covid-19, determinando a coleta para casos suspeitos, ou seja, quando o paciente apresenta febre + pelo menos um dos sintomas descritos na própria diretriz;
B) alteração nos critérios de internação, determinando a internação de pacientes que se enquadrarem como casos suspeitos e que estejam em problema social (falta de cômodo disponível para isolamento domiciliar);
C) Determinar a internação de casos suspeitos em um dos mais de 40.000 (quarentena mil) leitos de hotéis disponíveis no Estado do Maranhão caso esses pacientes não encontrem leitos desocupados na rede pública de Saúde.
Para Adriano, o avanço da pandemia da Covid-19 no Maranhão, em especial na Grande São Luís, justifica a adoção de medidas urgentes para aumento da oferta de leitos clínicos e leitos de UTI para pacientes com a Covid-19 em Hotéis, assim como, o governo do estado tem a responsabilidade de garantir a testagem da população, pois inúmeros pacientes sequer receberam testes, outros tantos em quantidade ínfima o que permite apenas a testagem em casos extremos.
“Temos uma rede de saúde disponível e os testes precisam ser realizados nessas unidades, pois não há testagem para as pessoas que estão apresentando sintomas, isso mostra a incapacidade e irresponsabilidade do governo do estado que negligenciou o que iríamos viver. Mais uma vez, apelo para que o governo não mande as pessoas que procuram as UPAs com sintomas graves de volta para casa. Que alugue os hotéis e faça um acompanhamento dessas pessoas¨, disse.
Quero, mais uma vez, usar esse espaço, para propor modelos de combate à pandemia que deram certo no Brasil e no Mundo. Em Israel, Alemanha, Espanha e alguns estados brasileiros, por exemplo, o aluguel ou requisição dos hotéis (mas também pousadas, escolas, estádios, etc) para isolamento e acompanhamento dos infectados do Covid19 tem surtido efeito. Com a falta de testes no estado, pessoas buscam UPAs e hospitais com falta de ar e pneumonia e, infelizmente, são orientados para voltarem para casa sem medicamentos e com o risco de transmitir a doença para seus familiares.
A situação se agrava devido aos pequenos cômodos que formam a maioria dos lares maranhenses. Quando esses pacientes retornam ao sistema de saúde, encontram-se em situação precária. Eles precisam ficar desde os primeiros sintomas graves em isolamento e sob a tutela do estado. No Maranhão não temos muitos leitos hospitalares disponíveis, mas existem aproximadamente 40 mil leitos de hotéis que podem ajudar a salvar vidas.
Em Israel, por exemplo, o coronel da reserva de origem brasileira Michael Gilinsk, coordena 13 hotéis em todo o país para receber pessoas afetadas pela Covid-19 e que precisam de isolamento. “Em cada hotel, a gente coloca uma equipe de 14 pessoas, reservistas, que ficam o tempo inteiro em contato com os órgãos de controle e os hóspedes”, explica o militar.
Na Alemanha, hotéis estão sendo convertidos em hospitais provisórios para pacientes com sintomas mais leves. Assim, as unidades de saúde podem se concentrar em cuidar dos casos mais graves.
Na Espanha, 40 hotéis de Madrid foram preparados para receber cerca de 9 mil casos menos urgentes da doença. Como primeiro atendimento, os enfermos são tratados nos hotéis e, a depender da evolução do quadro, poderão ir para casa ou encaminhados aos hospitais.
No Brasil, a rede Bourbon, com 21 unidades, pôs sua infraestrutura à disposição do governo federal para receber pessoas em recuperação. No vizinho Piauí, a rede Arrey também se voluntariou para abrigar doentes, pessoas em quarentena e profissionais.
Nesse sentido, apresentei um Projeto de Lei na Assembleia (PL 128/2020) que possibilita a utilização dos hotéis e pousadas para esse fim e também para abrigar os profissionais de saúde e outros trabalhadores de serviços essenciais. A ideia também ajuda a manter o setor hoteleiro em pé, salvando centenas de empregos, uma vez que passa por um dos piores períodos de sua história. É claro que a negociação de valores tem que ser razoável e dentro da realidade atual.
Com o sistema de saúde chegando ao seu limite de capacidade, os governos estão sendo forçados a encontrarem alternativas. A impressão é a de que o governo do Maranhão se fecha em uma redoma e reza para que o lockdown reduza a curva (exponencial) de infectados e de óbitos. Precisamos de uma política pública proativa para identificar os focos de contaminação e combatê-los enquanto ha tempo.
Que Deus nos proteja, vamos superar essa crise!
*Adriano Sarney é deputado estadual, economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) concedeu nesta quarta-feira (6) parecer favorável ao Projeto de Lei que dispõe sobre a suspensão do pagamento das parcelas das dívidas de trabalhadores. O projeto é de autoria dos deputados estaduais Adriano Sarney (PV) e Helena Dualibe (SD) e, recebeu emenda do deputado César Pires (PV) para aprimorar o PL, ampliando o benefício para empregados de empresas privadas. Com a aprovação na CCJ, o texto segue para apreciação em plenário.
O projeto trata em caráter excepcional suspendendo as cobranças de empréstimos, financiamentos, cartões de créditos e operações de arrendamento mercantil, consignados em folha de pagamento de funcionários de empresas privadas e servidores e empregados públicos estaduais e municipais, ativos e inativos, junto às instituições financeiras, enquanto durar o estado de calamidade causada pelo Covid-19.
“Diante da grave crise que estamos vivendo, causada pela pandemia do Coronavírus, essa minha proposição visa reduzir os gastos e danos que nossa população está enfrentando. Estou confiante na sua aprovação”, frisou Adriano.
Com a aprovação do PL, os trabalhadores poderão utilizar os recursos que anteriormente seriam destinados para os pagamentos desses descontos, com aquisição de itens necessários para prevenção e enfrentamento da Covid-19, assim como, ajudam a reerguer os setores do comércio e serviços. O projeto segue para votação em sessão virtual na próxima semana.
Duas sugestões para combater a crise de saúde e econômica que passamos. Governos e hotéis entrarem em um acordo para que pessoas que chegam às UPAs com sintomas graves, como falta de ar e pneumonia, não retornem para as suas casas, mas que sejam tuteladas pelo Estado nos hotéis. Governos e bancos entrarem em um acordo para adiar as parcelas de todas as dívidas: empréstimos, financiamentos, cartão de crédito, etc. Tudo isso sem pagamento de juros ou multas. A ideia dos hotéis salva as vidas de pessoas e seus familiares que estão convivendo com o vírus em cômodos apertados, sem medicamentos e que estão retornando às UPAs na beira da morte. Quanto aos bancos, mantém-se o dinheiro que iria para as parcelas das dívidas na casa de quem mais precisa neste momento, o cidadão comum e as empresas.
Os hotéis estão ociosos e, muito provavelmente, demitindo funcionários. Eles tem a estrutura perfeita para isolar o paciente que está com sintomas graves e baixo nível de oxigênio no sangue. Também podem abrigar profissionais da saúde que não podem voltar para casa. Nos hotéis temos cozinhas e lavanderias. Os profissionais de saúde serão os únicos a ter contato com os pacientes isolados e os funcionários do hotel farão os serviços de logística, administração, alimentação, etc. O governo estadual que receberá mais de R$ 100 milhões do governo federal sentará com os donos dos hotéis para negociar o arrendamento. Claro que os hotéis não vão cobrar o valor de uma diária normal, eles já estão sem ocupação e um valor justo seria mais do que certo. Ninguém irá para o hotel por lazer, mas para lutar pela vida. Essa proposta, que já está sendo implementada em alguns estados, formalizei em um requerimento de Indicação na Assembleia Legislativa direcionado ao governo do estado e prefeituras.
Os bancos e outras instituições financeiras são, como já mencionei aqui nessa coluna, empresas bilionárias, parecem ser inatingíveis pelo seu tamanho e importância para a “segurança nacional”. Está na hora delas se coçarem. Não estamos propondo um calote, mas apenas que adiem, sem juros e multas, as parcelas das dívidas para depois. Não se trata de uma carência como estão fazendo nas negociações individuais com alguns clientes. A carência adia as parcelas, mas cobra esses juros lá na frente. Porque eles não podem abrir mão ao menos dos juros durante a pandemia? O Itaú diz que doou R$ 1 bilhão para o combate ao Coronavírus. Onde está esse dinheiro aqui no Maranhão?
Nesse sentido apresentei dois projetos de lei na Assembleia Legislativa. Um que trata apenas dos empréstimos consignados (PL 106/2020) e outro, mais completo (PL 113/2020), que trata que trata do adiamento de todas as dívidas bancárias e também das contas de luz. Esperamos que a Mesa Diretora da Assembleia paute os projetos nas comissões temáticas e no plenário e que os deputados, meus colegas, se sensibilizem com as iniciativas. Tenho certeza que irão. Inclusive já tenho conversado com o Presidente Othelino Neto e outros deputados como Cesar Pires, Wellington do Curso e Helena Duailibe, que também tem projetos parecidos, para aprovarmos o mais rápido possível. A recepção é ótima.
Os bancos, os hotéis, o governo estadual, prefeitura e Assembleia Legislativa precisam continuar fazendo a sua parte. Essas duas iniciativas ajudarão no combate à pandemia nas duas áreas que ela mais afeta: a saúde e a economia. Seguiremos na luta para colocarmos em prática esses e outros projetos de suma importância.
*Adriano Sarney é deputado estadual, economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.