Quem entra no Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão II) já sente a diferença. É possível andar tranquilamente nos corredores sem esbarrar em macas com pacientes. O trabalho de parceria para as transferências do hospital estão humanizando ainda mais o atendimento com uma grande redução do número de macas em corredores. O objetivo é seguir determinação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior de garantir condição mais digna a todos os pacientes. Em duas semanas, houve a retirada de mais de 80% das macas com pacientes dos corredores.
Somente com a força-tarefa feita desde segunda-feira (10) até sexta-feira (14), foram retirados 50 pacientes transferidos para a Santa Casa e 10 para o Hospital Universitário, por meio de parcerias firmadas entre a Semus e as unidades de saúde. Todos os sábados serão realizadas 10 cirurgias de pacientes traumatizados que estejam internados no Socorrão II à espera desse procedimento. Desde o início do ano, foram 228 transferências para unidades públicas, filantrópicas e privadas. As Unidades Mistas foram as que mais receberam pacientes.
A secretária de Saúde Helena Duailibe explica que o principal objetivo é a melhoria do atendimento, garantindo que o hospital que deve se dedicar à urgência, possa atender bem na sua finalidade. Com isto, ganha o paciente, que tem um tratamento de maior qualidade e melhora a funcionalidade do hospital, inclusive para os funcionários. “O hospital de urgência precisa estar livre para atender as urgências. Por isso estamos transferindo os pacientes que podem ficar nos hospitais da retaguarda para melhorar a qualidade do atendimento de urgência da nossa cidade. Estamos confiantes que essas medidas vão impactar na qualidade da assistência à saúde e dar mais resolutividade e eficiência ao atendimento à população, conforme orientação do prefeito Edivaldo”, afirmou.
Eram pelo menos 12 corredores do hospital que estavam ocupados por pacientes em macas que agora servem exclusivamente de passagem. O hospital possui 214 leitos. Todos estão preenchidos e ainda existe um pequeno excesso. A média de entrada no hospital é 400 pacientes por mês com muitas variações de estadia, por serem pacientes de clínica médica, cirúrgica, ortopédica entre outros.
A diretora administrativa do Socorrão II, Dorinei Câmara, explicou que ainda que um paciente chegue e ainda receba os primeiros procedimentos na maca por conta de todos os leitos estarem ocupados, o trabalho ágil de rotatividade faz com que ele rapidamente possa ser levado para o leito. E depois, se precisar de um tratamento mais específico, transferido para outra unidade.
A diretora afirma que é necessário um trabalho conjunto para que este padrão seja mantido para em pouco tempo, não ter mais pacientes em macas no Socorrão II. “Temos que trabalhar muito para manter estas parcerias e conseguir outras. Trabalhar para as Unidades Mistas poderem receber mais, conseguiremos ficar em um ótimo nível. A dinâmica de trabalho aqui no Socorrão também foi modificada, para agilizarmos a avaliação para transferências. Por isto, estão sendo envolvidos médicos, enfermeiros, técnicos, todo mundo. Assim, manteremos este padrão”, pontuou.
Com a parceria, todas as sextas-feiras, deverão ser transferidos 10 pacientes de média e baixa complexidade para o Hospital Universitário. Os demais para outras unidades, dependerão de cada caso.
Dorinei Câmara afirmou que o ideal para o hospital de Urgência é atender o paciente, estabilizá-los e em no máximo 72 horas ele possa ou ter alta ou ser encaminhado para outra unidade. Porém, como lá existem as clínicas médicas e ortopédicas, ainda podem haver casos de pacientes que permanecem de 15 a 30 dias. Mas com as mudanças, a rotatividade já é bem melhor. “Essas melhorias dão dignidade aos pacientes, aos acompanhantes e a quem está trabalhando. Paciente em maca não deve existir porque os hospitais não estão preparados para ter maca em corredor. Então, estamos qualificando o atendimento para que o paciente possa ter uma recuperação plena”, afirmou.
Fotos: Maurício Alexandre