As primeiras palavras de Dunga
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta terça-feira, o novo técnico da Seleção Brasileira , o gaúcho Dunga.
Ele apresentou números sobre a sua primeira passagem no cargo, falou sobre a pesquisa que mostra a sua rejeição, do desafio que terá pela frente e relacionamento com a mídia, mas sobretudo da importância do trabalho coletivo na Seleção. Bem ao seu estilo, Dunga foi bastante firme nas respostas.
Veja algumas declarações do técnico Dunga durante a coletiva no Rio:
“Fico feliz de ter nova oportunidade, mas, ao mesmo tempo, a responsabilidade é nossa agora. Precisamos trabalhar e obter os resultados que a CBF quer”.
“Você não coloca o jogador porque ele é novo, mas pela competência e rendimento. Em 2010 era para resgatar o amor e o carinho pela Seleção. Nós colocamos muitos jovens naquela seleção. Quem tem que se afirmar são os próprios jogadores. Não se pode excluir pela idade, mas pelo rendimento em campo”.
“Temos que obter resultados, formar uma seleção para 2018. Essa seleção é bastante jovem. A Holanda mesclou. Temos que passar pro torcedor as duas partes da moeda. O importante é você colocar no momento certo jogadores jovens e com certa experiência. No caminho você tem que ter o resultado e aos poucos ir colocando jogadores”.
“Também tem pessoas que apoiam. É mais ou menos como uma eleição, às vezes o favorito nem sempre ganha. Tenho que buscar força e energia em que está ao meu favor e tentar buscar conquistar os demais. Se os 76% de aproveitamento não foram suficientes, terei que fazer muito mais para conquistar essas pessoas”.
“Quando a gente comete erros, tem que corrigir e tentar ser uma pessoa melhor para não cometer novamente. Eu nunca me preocupei com o que vai se falar ou fazer. Me preocupei em fazer o meu trabalho da melhor maneira, ter o respeito de quem trabalha comigo, que as pessoas possam confiar em mim”.
“Meus números, o trabalho que realizei, foram os indícios que o presidente Marin e Del Nero me chamaram. Injustiça? A gente usa essa palavra, mas não existe, tanto que estou aqui novamente. O que a gente tem que passar, principalmente para as crianças, que temos que ter um perfil de ética, respeito”.
“Nós que temos que ter a humildade de sermos melhores cada dia. É notícia no mundo todo ganhar do Brasil. Não acharmos que vamos entrar com a camisa e vamos ganhar. Que vamos ganhar a Copa antes da Copa acontecer”.
“É um trabalho de conscientização de todos nós, imprensa, torcedores. A gente teve noção do futebol agora dentro da Copa do Mundo. Não podemos passar para o torcedor que somos os melhores. Quando o adversário vê que você não dribla, ele te dribla. A camisa do Brasil sempre será respeitada, mas eles nos respeitam tanto que querem ganhar de nós de qualquer forma”.
“O futebol muda, mas não muda tanto. O importante é não estar posicionado parado. A equipe tem que se movimentar. Cai muito o conceito nosso de que o craque não precisa participar do jogo. O futebol já não é mais de uma ou duas figuras. Tem que ter a participação de todos os jogadores”.
“A gente sempre tem que aliar a esse talento a humildade, o equilíbrio emocional. Passar para torcedores, para essas crianças que a escola é uma coisa, mas a vida é muito mais dura. A vida não nos perdoa. Se não nos prepararmos bem, a vida cobrará por nossos erros”.
“Um goleiro fazer uma defesa também é arte, o zagueiro roubar uma bola também é arte. A gente não pode achar que vai encontrar o Pelé a toda hora. A gente não pode querer criar um ídolo a cada dia. O Brasil sempre teve jogadores de grande talento”.
“E temos que trabalhar para reconquistar o direito de estar entre os melhores. Não podemos vender para os torcedores a ilusão de que será de um dia para o outro”.
“O futebol está cada vez mais parecido, com pessoas muito competentes, muito trabalho. Não podemos achar que somos os melhores. Já fomos os melhores.Temos talento para isso, mas temos que ter a humildade de reconhecer que outras seleções trabalharam muito para chegar onde chegaram”.
“O que aconteceu é que a Alemanha encontrou uma geração de jogadores ótimos, conseguiu encaixar as peças, teve tempo. Não obteve resultados nos primeiros campeonatos. E aí a Alemanha foi vencedora com amplo merecimento”.
“É interessante dizer que o mundo descobriu a Alemanha agora. Ela sempre foi assim organizada, sempre teve planejamento. Alemanha sempre deu importância para o esporte em geral, sempre deu importância à formação dos atletas, da convivência”.
“A seleção continua representando muito. E vamos conquistar isso através dos resultados, mostrando o quanto a gente quer fazer o melhor. Já temos um esboço, mas o torcedor brasileiro e vocês já me conhecem. Não vou vender um sonho, é a realidade. E a realidade é que é preciso muito trabalho”.
“Todos queremos jogar futebol. Você chegar à seleção brasileira é fantástico. Retornar à Seleção, é quase impossível. Quanto ao resgaste do carinho pelo torcedor, ele está machucado, mas continua com carinho”.