O deputado federal Edilázio Júnior (PSD) cobrou do governador Flávio Dino (PCdoB) um pedido público de desculpas à família de Ayrton Pestana, preso e apontado injustamente pela polícia como suspeito pelo assassinato do publicitário Diogo Adriano Costa Campos.
O parlamentar afirmou que o caso, traumático, provocou forte prejuízo à reputação e imagem do jovem e transtornos a todos os seus familiares e amigos.
Ele lembrou que Flávio Dino costuma tentar colher méritos para a sua gestão, em feitos positivos da polícia, por isso, a necessidade também de se reconhecer o grave erro.
Ayrton Pestana chegou a ser preso e conduzido para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas – logo após ter se apresentado voluntariamente à polícia -, onde permaneceu até a noite de ontem, depois que uma perícia do Icrim comprovou clonagem das placas do seu veículo, e consequentemente, a sua inocência.
“O governador do Maranhão tem o costume de tentar faturar a cada ação acertada da polícia. Ele explora as redes sociais, convoca a imprensa para entrevistas e busca colher os méritos. Foi assim, por exemplo, no caso dos policiais que salvaram a vida de um bebê na capital em 2018. Por outro lado, quando a polícia erra, ele se recolhe ao silêncio. Deve pedir desculpas a família de Ayrton. Seria um gesto de grandeza”, disse.
Em entrevista a emissoras de TV o delegado Wang Chao Jen, um dos responsáveis pelas investigações, chegou a desqualificar a alegação de clonagem de placas do veículo de Ayrton. O jovem teve uma foto divulgada de dentro do Complexo Penitenciário, vestido com roupa de presidiário.
Edilázio lembrou do episódio de São Paulo, onde o governador João Dória pediu desculpas às famílias das 9 pessoas mortas em ação da polícia em Paraisópolis.
“O mínimo que o governador do Maranhão pode fazer agora, é se retratar aos parentes do jovem preso injustamente. E pedir desculpas também aos familiares do Diogo, por acreditarem, por pelo menos dois dias, que o acusado pelo assassinato havia sido pego. A polícia errou de forma grosseira, e Flávio Dino não pode silenciar. Precisa assumir agora a posição de um verdadeiro chefe de Executivo”, finalizou.
Foto: Agência Câmara