O governador Flávio Dino (PCdoB) concedeu, entrevista coletiva nesta sexta-feira (1) para falar sobre a decisão da Justiça que determinou que o governo do Maranhão adote o “lockdown” nos quatro municípios da Grande São Luís por conta do avanço da pandemia do novo coronavírus.
O lockdown terá inicio na próxima terça-feira (5) e terá a duração de 10 dias, indo até 15 de maio.
“Nós daremos cumprimento à decisão do Poder Judiciário até pela harmonia entre os poderes. A nossa atitude é de acatamento da decisão. Nós fomos intimados e irei editar um decreto no domingo para cumprir a decisão do Judiciário”, afirmou acrescentando que a decisão da Justiça se coaduna com as orientações da Organização Mundial de Saúde.
Flávio Dino acrescentou que já vinha discutindo a possibilidade do lockdown e disse que ele ocorre no momento certo devido ao aumento da pandemia e do pico da doença previsto para maio, mas não esclareceu porque aguardou a determinação da Justiça.
Atividades essenciais – O governador destacou que não há possibilidade de desabastecimento, uma vez que a decisão da Justiça mantém a entrada e saída dos caminhões em São Luís. Feiras e mercados continuarão funcionando com restrições.
“Não há necessidade nenhuma de corrida em busca de alimentos. Os supermercados continuarão abertos, assim como também as farmácias que são atividades essenciais”.
Isolamento social – Flávio Dino rebateu as informações de que as medidas de isolamento social adotado pelos governadores não surtiu efeito.
“É falsa essa afirmação de que as medidas de isolamento não surtiram efeito. Se os governadores não tivessem tomados essas medidas, o quadro seria bem mais grave. As medidas de isolamento e distanciamento social são fundamentais e serão fundamentais.”, explicou.
Circulação e fiscalização – O governador disse que restringirá a circulação de barreiras tanto na entrada e saída, bem como em vários pontos da cidade, acrescentando que aumentará a fiscalização ao máximo.
Bancos – Flávio Dino condenou a postura dos bancos que, segundo ele não tem demonstrado responsabilidade social neste momento.
“As empresas que mais tiveram lucro nesse país não tiveram responsabilidade social. Eu enviei diversos ofícios ao Banco Central e ao governo Federal e o que nós estamos vendo? Filas quilometricas, desorganizadas. Eu não posso crer que os bancos não possam contratar pessoas para organizar as suas filas, mas o Banco Central não cobra os bancos, mas nós temos agora a Justiça cobrando os bancos. Todos os clientes dos bancos merecem respeito como os clientes vips. Irei editar aumentando as multas sobre os bancos”,destacou acrescentando que vai contratar pessoas para organizar filas para cavar com o que chamos de loteria da morte.
Aulas – Segundo Flávio Dino, as aulas nas escolas públicas e privadas, bem como nas faculdades continuarão suspensas por todo o mês de maio, devendo ser avaliada o retorno em junho.
Leitos – Flávio Dino falou sobre a ampliação de leitos na capital com a conversão de hospitais para tratamento exclusivo do coronavírus como foi o caso do HTO. O Hospital Carlos Macieira também terá atendimento de 100% para o coronavírus. Além da aquisição dos hospitais Real e São José que foram alugados pelo governo, bem como parte do Hospital Português, totalizando 330 leitos.
O governador destacou que o hospital de campanha no Multicenter Sebrae, em São Luís deve entrar em funcionamento dentro de 20 dias com mais 200 leitos.
Equipamentos – Flávio Dino explicou a aquisição e instalação de respiradores e acrescentou que o governo já foi acionado até por hospitais privados quanto a esses equipamentos. Ele também destacou a contratação de profissionais para reforçar o atendimento nas unidades de saúde.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Veja a entrevista