Por Adriano Sarney
Em janeiro deste ano enviei um ofício para o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, solicitando a instalação de uma comissão especial para impedir a chegada do coronavírus no Maranhão, principalmente em São Luís, nossa cidade portuária. Sugeri que a comissão fosse composta por membros da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, Anvisa, da Organização Pan-Americana da Saúde, do Instituto Evandro Chagas e FIOCRUZ, e que adotasse medidas de preparação, orientação e controle para um possível atendimento de casos suspeitos do Convid-19. Recebi a resposta do governo federal que encontra-se disponível em meu site (www.adrianosarney.com.br) e enviei cópias para a Secretaria de Saúde estadual e municipal. Esse é um problema que está bem acima de qualquer disputa política, em busca de holofotes ou vaidades. Cada cidadão precisa se manter bem informado e conscientizar-se de que a tarefa de conter a disseminação é nossa.
Em resposta ao meu pleito, fui informados sobre a ativação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Publica para o novo Coronavírus (COE-nCoV), obedecendo o Plano Nacional de Respostas às Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, como responsável por planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas; intensificação dos procedimentos de limpeza e desinfecção nos terminais e meios de transporte, disponibilização e monitoramento dos avisos sonoros em inglês, português, mandarim e espanhol sobre sinais e sintomas e cuidados básicos como lavagem regular das mãos, articular com os gestores estaduais, distrital e municipais do SUS. Na 1a reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite – CIT/MS, onde se discutiu, com os secretários de saúde estaduais e das capitais, a organização das ações referentes à resposta do governo federal em relação ao Convid-19. O ofício não respondeu qual foram as ações.
Segundo especialistas, devemos oferecer uma atenção especial aos idosos, os mais vulneráveis ao vírus e, por isso, precisam tomar alguns cuidados extras ao sair para ir ao banco ou supermercado, por exemplo, ou até mesmo quando estão em casa. Apesar da baixa letalidade do coronavirus ser baixa, a cada 100 contaminados cerca de três morrem, nos idosos com mais de 80 anos ou com doenças crônicas as chances de complicações ou até morte pelo Covid-19 são bem maiores, a probabilidade de morte é 6,4 vezes maior do que do resto da população. É importante que eles evitem sair de casa, mas isso não quer dizer isolamento social. Só precisamos tomar alguns cuidados, em caso de visitas, é importante lavar as mãos e evitar cumprimentos. Manter janelas sempre abertas e que o idoso recuse visitas de quem estiver resfriado.
A disseminação do coronovirus pelo mundo demonstra que os países que estão combatendo melhor com o agente infeccioso são aqueles que, sem pânico ou paranoias, seguem atentamente os encaminhamentos das autoridades de saúde e entendem que a vida em sociedade, ainda mais em uma época de intranquilidade, exige cooperação e protocolos ainda mais elevados de civilidade.
É indispensável a união de todos, governantes, empresariado, sociedade e mídia para que qualquer desinformação ou crise sejam superadas. Evitar que fake news e pânico sejam espalhados é ato necessário para frearmos o avanço deste vírus em nosso país.
*Adriano Sarney é depurado estadual, Economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em gestão pela Universidade Harvard.