Por Felipe Camarão
O Grande, parceiro do Maranhão na expansão da rede de educação de tempo integral no Estado, entregou-me, nesta semana, uma publicação intitulada “Mais integral, mais oportunidades: um estudo sobre a trajetória dos egressos da rede estadual de ensino de Pernambuco”. Trata-se de um relatório que analisa jovens que estudaram em centros de ensino de tempo integral, nas dimensões: escolaridade, renda e equidade.
A pesquisa que avaliou a trajetória dos estudantes pernambucanos concluintes do Ensino Médio, entre os anos de 2009 e 2014, evidencia os impactos positivos que esse modelo de ensino gera na vida do jovem. De acordo com o levantamento, a probabilidade de ingressar no ensino superior é 17 pontos percentuais maior para estudantes formados em escolas integrais. E a probabilidade de ingressar em uma instituição pública, também, é 9 pontos percentuais maior.
No quesito “Mais renda”, o estudo revela um aumento da renda logo no início da carreira e a probabilidade de crescimento nos anos futuros, ou seja, com mais tempo no mercado de trabalho, o jovem obtém taxas de renda ainda maiores que os jovens egressos das demais escolas.
Outro aspecto que vale destaque é a equidade. A pesquisa aponta que o Integral é capaz de reduzir em 13% a diferença salarial entre os egressos brancos e pretos/pardos. Nas escolas de tempo parcial, o segundo grupo tem ganhos de cerca de 10% inferiores em relação ao primeiro. “Esse dado traz atenção para os benefícios advindos do ensino integral, com destaque para a promoção da equidade racial e possibilidade de garantir um maior empoderamento de jovens a despeito da etnia”, justifica o documento.
Esses impactos se devem ao fato de que a educação de tempo integral é um modelo voltado à formação cidadã, com foco no exercício do protagonismo juvenil para a construção do projeto de vida do estudante, a partir do desenvolvimento de todas as dimensões: intelectual, social, cultural, física emocional.
É meta do Plano Nacional de Educação (PNE) que, até 2024, pelo menos, 25% dos estudantes estejam matriculados nas escolas de tempo integral. E o Maranhão, desde 2015, vem fazendo sua parte, ainda que de forma tardia, dada às décadas sem que o poder público priorizasse a educação. Atualmente, são 49 escolas, entre Centros Educa Mais e unidades plenas do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão-IEMA. A partir de 2020, esse modelo será ampliado, chegando a 60 escolas que passarão a compor a rede de educação de tempo integral.
Com efeito, a educação de tempo integral, no Maranhão, vem demonstrando
ótimos resultados. Para se ter ideia, nas duas avaliações diagnósticas do SEAMA (Sistema Estadual de Avaliação do Maranhão), instituído, neste ano, pelo governador Flávio Dino, escolas de tempo integral obtiveram resultados acima da média estadual, entre elas o Centro Educa Mais Jacira de Oliveira e Silva, no município de Timon.
Só para citar algumas das conquistas da escola: melhor desempenho no SEAMA, entre as escolas da região; aprovação de 72% dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e demais vestibulares; evasão escolar zero; menção honrosa na Obmep (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), em 2017 e 2018; medalhista na olimpíada de robótica 2018, etc.
Poderia mencionar mais resultados encontrados em outros centros de tempo integral da rede estadual, que atestam a eficiência do modelo e a melhoria dos indicadores educacionais. Entretanto atenho-me ao fato de que a educação integral, com formação completa, aprendizagem com qualidade e garantia de permanência dos estudantes na escola são o foco deste Governo, que prioriza, desde o primeiro dia de gestão, a educação como setor prioritário para o desenvolvimento do Maranhão.
*Felipe Costa é professor, secretario de Estado da Educação e membro da Academia Ludovicense de Letras e Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão