Por Joaquim Haickel
Impressionante como os maranhenses gostam de dois assuntos muito polêmicos: política e futebol.
Digo isso, pela quantidade de pessoas que me procuram para comentar sobre os textos que tenho escrito a respeito daquele que eu imagino será cenário político do Maranhão e pela repercussão que ouço nos programas de rádio e vejo nas redes sociais, sobre futebol.
Imagino que possa juntar os dois assuntos e simultaneamente um tema comum a ambos. A ocorrência de craques nesses setores.
Quando eu era criança, os craques do futebol brasileiro eram jogadores da estatura de Garrincha e Pelé, mas a quantidade de gigantes neste esporte era imensa: começando pelo maranhense Canhoteiro, passando por Ademir Queixada, Djalma Santos, Heleno, Didi Folha Seca, Nilton Santos, Zizinho, apenas para citar alguns. No mundo se destacavam Puskás, Di Stéfano, Schiaffino, Walter, Kopa e Meazza, apenas para citar um time de vôlei.
Depois desta fase, o futebol que era arte, se transformou em força e foi a vez da Laranja Mecânica holandesa de Cruyff e Rensenbrink e da implacável Alemanha de Beckenbauer e Müller…
Não vou me estender neste assunto, pois teria que passar o resto de minha vida falando das glórias deste esporte e eu não o domino o suficiente nem para este texto… O fato é que o que veio depois todo mundo já sabe!
Na política maranhense, os craques do tempo em que eu nasci eram Sarney, que até hoje é show de bola, Victorino que já estava na descendente, mas era duro, Millet que era um Lord, Neiva Moreira, que teve sua jornada interrompida pelos dois golpes de estado de 1964, o tentado e o consumado… No Brasil tivemos o insuperável GetúlioVargas, tínhamos o eterno Juscelino Kubitschek, o onipresente Carlos Lacerda, o polêmico Jânio Quadros, e o bem intencionado, mas manipulável Jango.
No mundo havia políticos da estatura de Adenauer, Meir, Kennedy e Brandt, além de lideres dos direitos civis como Martin Luther King Jr e religiosos como João XXIII.
Da mesma forma que o que aconteceu com o futebol, sabemos no que deu a política atual.
Hoje a incidência de craques, tanto no futebol quanto na política é coisa rara. Na política muito mais que no futebol, pois os salários milionários ainda dão vazão a talentos incríveis como os de Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar.
Na política, parece que mataram o confeiteiro e queimaram a receita do bolo, pois nunca mais apareceu um político saído pronto e acabado do nosso forno! Alguém realmente bom, aquilo que poderíamos chamar de um craque.
Vejam só como são as coisas! Enquanto escrevia esse texto, parei um pouco, fui tomar água e quando voltei, fui passear pelas redes sociais e deparei-me com uma postagem no Blog de Jorge Aragão que de certa forma tem conexão com nosso assunto!
O vice-governador Carlos Brandão, no exercício do cargo de governador, vai, elegantemente, possibilitar que o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, assuma o cargo de governador do Maranhão!
Este é um gesto de alguém que conhece profundamente os caminhos da diplomacia e da política em suas mais altas concepções. Agindo assim Brandão demonstra para todos a sua disposição de compartilhar o poder, faz um ato de carinho, de deferência e de respeito, não apenas para com Othelino, presidente da ALM, mas com todos os deputados e de certa forma, para com todos os políticos e até mesmo, por extensão, para com o povo maranhense.
Um verdadeiro craque, como há muito tempo não vemos em nosso estado!