Leilão partidário

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Tido como um dos membros mais controversos da Assembleia Legislativa, o deputado Josimar de Maranhãozinho (PR) fez jus à fama e resolveu pôr o seu partido em uma espécie de leilão eleitoral. Insatisfeito com o governador Flávio Dino (PCdoB) – por conta da não liberação de recursos de seu interesse -, Maranhãozinho saiu a negociar sua legenda com tantos quantos pré-candidatos quanto pôde alcançar nos últimos dias.

Mas o jogo do deputado tinha apenas um objetivo: jogar na parede o próprio Flávio Dino.

Com estilo arrojado para os padrões políticos maranhenses, Josimar – que fez carreira nas regiões do Gurupi e do Alto Turi, duas das mais tensas do Maranhão – usa dos meios possíveis de que dispõe para alcançar seus objetivos políticos. E foi para cima de Flávio Dino.

Sua arrojada ação deu resultados: o governador comunista chamou o parlamentar ontem, ao Palácio dos Leões, para tratar das articulações para formação da aliança que vai embalar seu projeto de reeleição. E pelo semblante do deputado ao deixar a casa do comunista, a conversa foi o que se pode chamar de “excelente” para ele.

Os leilões partidários às vésperas de convenções eleitorais são praxe no frágil processo político brasileiro, sobretudo com legendas sem qualquer definição ideológica, conteúdo programático ou doutrina definida, como é o caso do Partido da República.

E, obviamente, Flávio Dino deve passar por outras pressões do tipo da de Josimar de Maranhãozinho, tendo que abrir as portas e os cofres do Palácio dos Leões. E quem vai pagar a conta, claro, é o povo do Maranhão.

Estado Maior

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