Serão cerca de 40 dias até o prazo para início das convenções partidárias que definirão a escolha das chapas majoritárias para as eleições de 2018. Em matemática simples, os partidos como o MDB e o PSDB estão, teoricamente, em situações confortáveis para o pleito por terem já os aliados contemplados e organizados na chapa majoritária.
Já no PCdoB, por exemplo, ainda há muita equação para resolver a composição na chapa principal que disputará o pleito de outubro deste ano.
O principal problema de Flávio Dino (PCdoB) para a composição de sua chapa majoritária é o PT. O partido quer porque quer espaço na chapa de Dino seja para vice-governador ou para senador. E tem demonstrando isto nas últimas semanas, principalmente, com as manifestações do preterido por Dino, Márcio Jardim, pré-candidato ao Senado pelo PT, que vem usando as redes sociais para ganhar espaço e pressionar o comunista a ceder local na chapa majoritária.
Além de Jardim, quase todo o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Maranhão tenta compor com Dino, mas força o espaço na majoritária. Alguns comandantes da legenda pensam que não precisam de espaço algum na chapa majoritária. Mas há quem proteste e diga que sem este espaço, o PT deve ficar de fora da aliança com o comunista.
Mas na verdade, tantos os petistas quanto Flávio Dino – que tenta manter o PT como mero coadjuvante neste processo eleitoral do Maranhão – sabem que a decisão será dada pela direção nacional da sigla. E neste aspecto, o governador do Maranhão não tem a vantagem que pensa ter por ter em seus quadros de auxiliares o presidente estadual do PT, Augusto Lobato.
Para a direção nacional, Dino não faz questão da aliança do PT porque quer impor a candidatura de Eliziane Gama (PPS) ao Senado – figura que tem total antipatia do PT devido ao voto no impeachment de Dilma Rousseff e também devido à CPI da Petrobras – e não quer discutir com o partido espaços na chapa majoritária mesmo sendo o PT o partido que pode garantir maior tempo de propaganda no período eleitoral.
Devido a isto, os petistas que estão contra a aliança com Dino e os que querem espaço na majoritária apostam que o comunista perderá o apoio do PT por pura inabilidade política. O tempo vem passando e o PT terá até o fim do próximo mês para definir sua estratégia. Basta aguardar a cena dos próximos capítulos das negociações do ex-presidente Lula e o reflexo desta influência do petista no Maranhão.
Novo sentimento
As reclamações de Flávio Dino e suas atitudes autoritárias vem fazendo crescer dentro do PT o sentimento de sair solitário na disputa eleitoral deste ano.
Este sentimento ainda não avançou totalmente devido a posição dos detentores de mandato eletivo como Zé Carlos na Câmara Federal e Zé Inácio na Assembleia Legislativa. Nos dois casos, os parlamentares se preocupam somente com as promessas feitas por Dino que poderão levar os Zés a uma vitória em outubro.
Mudanças
E falando em PT, o partido ainda vai demorar para definir o caminho que seguirá em 2018 no Maranhão. O calendário que estava valendo até há duas semanas previa a realização de encontros estaduais logo no início de junho.
Depois de tantos impasses nos estados, a direção nacional modificou o calendário e deixou as reuniões estaduais para o fim de julho, já próximo às convenções.