Pobreza aumenta no Maranhão, aponta IBGE
De acordo com a última pesquisa que avaliou a renda dos brasileiros realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou o empobrecimento da população no Maranhão. Segundo a pesquisa, 396 mil maranhenses vivem em situação de miséria em todo o estado.
Em 2014, 51,7% das famílias sobreviviam com até meio salário mínimo em todo o estado. Em 2016, esse número subiu para 56,7%. Ainda de acordo com a pesquisa, 312 mil maranhenses voltaram à condição de pobreza. Especialistas afirmam que o empobrecimento da população em todo o estado não se deve somente a crise econômica no país, mas principalmente pela falta de investimentos no Maranhão.
“O Maranhão ele teve mais dificuldades por conta dessa dependência externa de trabalhar pouco o mercado interno, de ter poucos empregos de qualidade. Que essa massa salarial ela possa efetivamente ser suficiente para que as empresas maranhenses possam sobreviver das próprias vendas internas. Então, essa dependência do mercado externo ela não é positiva para o Maranhão”, explica Heric Hossoé, vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Maranhão.
Ainda segundo IBGE, o PIB (Produto Interno Bruto) que é a soma de todas as riquezas produzidas no estado, foi o pior registrado nas últimas décadas. Ele caiu cerca de 4,1% em 2015, enquanto em 2014 havia crescido 4,2%.
“O PIB no Maranhão desde 1995 para cá ele vinha em uma trajetória de elevação e essa trajetória de elevação ela é maior do que a do nordeste e a do Brasil. Mas nos últimos dois anos principalmente, nos anos de 2015 e 2016 o Maranhão sofreu demais”, afirma Heric.
O reflexo da pesquisa é visto em milhares de maranhenses, como o desempregado Nilson Martins que até 2015 trabalhava como serviços gerais em São Luís. Após ser demitido, usou o dinheiro da indenização para comprar uma palafita em cima de um mangue no bairro do Jaracaty. Sem renda, Nilson sustenta a mulher e os três filhos com R$ 200 reais que ganham do Bolsa Família.
“O desemprego bateu na porta, a gente sai bota currículo e as empresas não estão chamando mais e com três crianças em casa o negócio complicou muito. A situação complicou muito, muito mesmo.”, conta.
A situação de Nilson também é vivida pelo pedreiro desempregado Welton Rodrigues, de 33 anos, que perdeu o emprego há um ano e foi morar com a esposa em uma palafita. Para sobreviver, ele faz serviços temporários e diz que nunca havia passado tanta dificuldade na vida. “A situação não tá nada boa, porque ultimamente eu estou desempregado e tô levando a vida do jeito que dá”, afirma.