Bequimão perde seu maior líder político

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Bequimão está de luto. Faleceu, na manhã desta sexta-feira (18), o ex-prefeito João Batista Cantanhede Martins (Juca Martins), o maior líder político da história do município. Ele tinha 79 anos e dedicou-se por mais de meio século à vida pública bequimãoense. O velório está acontecendo na Pax União, no Centro de São Luís. No sábado (19), seu corpo será transladado para Bequimão, onde receberá as homenagens do povo de sua terra.

Juca Martins nasceu em 11 de junho de 1938, filho de Lídia Cantanhede Martins e Atanásio Lourenço Martins. Na juventude, trilhou o caminho que muitos jovens do interior do Maranhão percorrem, indo estudar na capital do Estado. Em São Luís, cursou o ginásio e o científico (atuais ensino fundamental e médio, respectivamente). Mas, precisou voltar a Bequimão depois que seu pai morreu, para ficar perto da família e ajudar no seu sustento.

De volta à sua cidade, fez amizade com Torquato Pereira, comerciante e exportador de babaçu, que lhe ofereceu o primeiro emprego. Aos 18 anos, Juca começou a trabalhar como caxeiro e, mais tarde, tornou-se sócio na firma Torquato PP de Abreu & Cia. Foi o comerciante da família dos Pereira quem incentivou o jovem a entrar na política. “Entrei na política porque naquela época haviam as pressões políticas através dos fiscais de estado. Inclusive, haviam os pinheirenses que eram pessoas indicadas do governo para massacrar a oposição que tivesse comércio. Aqui nós eramos contra, do PP, filiado à família Damasceno, que tinha como prefeito Joarez Damasceno”, contou recentemente Juca Martins, em entrevista exclusiva ao repórter Paulinho Castro.

Torquato Pereira sugeriu que seu sócio se candidatasse a vice-prefeito. Naquela época, os registros de candidatura de prefeito e vice eram feitos separados. O curioso é que Juca Martins obteve 16 votos a mais do que Joarez Damasceno, eleito prefeito. Aos 28 anos, em 1966, ele deu um passo maior na política e se tornou, até então, o prefeito mais jovem do país, pelo PSP. Depois desse primeiro mandato, o político bequimãoense sofreu perseguição da administração estadual, de nomes como o general Arthur Carvalho e Francisco Figueiredo, que pressionaram para que ele não saísse candidato.

Ainda assim, Juca coordenou as campanhas e ajudou a eleger os ex-prefeitos Dedé Almeida, Antônio Martins e Leles Pinheiro. Ele voltou à chefia do executivo nos anos de 1983-1988, 2003-2004, 2005-2008. No meio de toda essa trajetória, trabalhou com Clodomir Millet e Neiva Moreira, que o aproximaram do ex-presidente José Sarney, a quem se aliou até o fim. “Foi com profundo pesar que recebi a notícia da morte do meu amigo João Batista Cantanhede Martins, o Juca Martins, ex-prefeito de Bequimão. Ele foi um político muito importante para a história e o desenvolvimento do município”, declarou o deputado Adriano Sarney.

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, também manifestou seu pesar. “Quero me solidarizar com o prefeito de Bequimão, Zé Martins, e toda a sua família pelo falecimento de seu pai, Juca Martins, nosso amigo, companheiro na luta política e ex-prefeito. Um homem que sempre trabalhou com garra pelo município e que agora deixa um belo legado a Zé Martins, sua esposa Maria Lênora e demais filhos. A vocês, todo o meu carinho e de minha família, nesse momento difícil. Muita força e fé!”, disse, em nota.

Juca Martins deixa mulher, dona Maria Lénora, quatro filhos João Martins (superintendente do Sebrae/MA), Antônio José Martins (atual prefeito de Bequimão), Liana Martins e Cirlanda Martins, além de sete netos.

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3 comentários para "Bequimão perde seu maior líder político"


  1. magno figueiredo

    Lamento o falecimento do amigo Juca Martins, um dos mais longevos e honrados politicos maranhenses, sempre dedicado à sua querida Bequimão.
    Cabe-me fazer um reparo no texto acima relacionado ao meu pai Francisco Figueiredo no que diz respeito a pseuda perseguição a Juca. Todos da nossa família sempre mantivemos o melhor relacionamento com o Juca, desde os tempos das reuniões na Rua da Mangueira, residência de Clodomir Milet, maior líder do PSP no Maranhão. Francisco Figueiredo obteve uma boa votação em Bequimão em 1974, numa disputa limpa, apoiado que foi pelos irmãos Manoel e Pedrinho Moraes e pelo Sr Alcides Boeres.
    Em mais de 50 anos de vida pública, Chiquitinho só deixou exemplo de dignidade e honradez, o que não vemos hoje na maioria da classe politica brasileira.
    Grato
    Magno Figueiredo

  2. Joaquim

    (…) Maquiavel! Que Deus o tenha.

  3. João Olímpio Martins Bouères

    Minhas condolências à família enlutada, em exclusividade Dilu Martins Ferreira, Noca (companheira de muitas brincadeiras no passado), filhos, viúva e parentes.
    Talvez vocês não saibam, fui muito amigo de Juca nos finais das décadas de 50 e início de 60; eu ia todos os dias ao comércio de Torquato Pereira, ficávamos conversando por longo tempo; os anos passaram, tomamos rumos diferentes, porém, às vezes, ao depararmos, cumprimentávamos.
    Desejo-lhes consolo e esperança em Deus
    Saudações.

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