A deputada estadual Andrea Murad (PMDB) revelou hoje (1º) durante discurso na Assembleia Legislativa, que a Empresa Projetos Engenharia LTDA (Epeng) recebeu pagamento do governo Flávio Dino referente a um contrato reincidido pela gestão passada por diversas irregularidades.
A empresa teve o contrato rescindido em 14 de abril de 2014 unilateralmente por não cumprir cláusulas contratuais como atraso no início da obra, subcontratação de empresa para execução, não cumprimento de prazos, entre outros. Mesmo assim, em maio de 2015, a gestão Flávio Dino pagou R$ 1.601.370,30 para a Epeng. Para a deputada, a empresa deveria estar no Cadastro de Inadimplente e, sequer, poderia participar de licitações do Governo, que na gestão atual venceu duas licitações, culminando em contratos que chegam quase a R$ 100 Milhões.
“Mesmo o governo anterior tendo rescindido esse contrato, estranhamente o Governo Flávio Dino decide fazer um pagamento de mais de um milhão e meio de reais, quando na verdade o governo não paga ninguém, deu calote nas empresas que realmente executaram serviços. Então, por que pagou essa que era para estar inadimplente com o governo? Quero fazer inclusive um alerta, são muitos os empresários que não receberam até hoje por serviços executados. E no Governo Flávio Dino, essa empresa que teve seu contrato rescindido pela ex-governadora por não cumprimento de cláusulas contratuais, recebeu poucos meses depois que Flavio Dino assumiu, está aqui o comprovante. E não satisfeito, o Governador Flávio Dino dá a Epeng a oportunidade de participar de licitações. Licitações muito suspeitas. E ainda vence duas licitações de quase cem milhões de reais”, discursou.
Andrea Murad relembrou ainda o fato do proprietário da Epeng, Francisco Antelius Sérvulo Vaz, estar sendo investigado pela Polícia Federal do Tocantins por lavagem de dinheiro, onde teria desviado R$ 9 Milhões referentes a serviços não executados, e que ainda em seu depoimento confessou ter pago propina para fiscais fraudarem medições e assim garantir liberação de recursos. Fatos considerados pela líder de oposição de extrema gravidade e que também merecem atenção dos órgãos fiscalizadores para os contratos da Epeng com o atual governo do Maranhão, que precisam ser auditados.
“Isso é escandaloso e mais do que suspeito. Pedirei informações ao secretário Noleto para que explique por que foi pago esse montante de um milhão e seiscentos mil, sendo que a empresa teve o contrato rescindido no governo anterior. Explicar por que ele decidiu pagar esse dinheiro para uma empresa que não cumpriu com suas obrigações. Quero saber por que, ao invés da empresa ser penalizada, ainda ganhou de presente a participação em licitações milionárias nas quais saiu vencedora. Estou curiosa para saber quanto de propina este governo deve estar recebendo, porque se a empresa confessa que dava propina no Tocantins, aqui a prática não deve ser diferente, até porque de propina o governador entende bem, já que ele mesmo saiu com mochila de dinheiro na mão fruto de propina da Odebrecht. E como a secretaria da transparência só existe para perseguir inimigos políticos do governador e não faz seu papel, irei acionar todos os órgãos competentes para que tomem as medidas cabíveis, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, se tiver recursos federais, a Controladoria Geral da União, para auditar esses dois contratos da gestão do Governador Flávio Dino, porque nós não podemos fechar os olhos para mais esse escândalo neste governo”, disse a deputada.
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A Epeng possui dois contratos na Sinfra. Um referente a pavimentação da MA-034, que liga Buriti Bravo a Café Buriti e outro contrato referente a construção da ponde sobre o Rio Pericumã, ligando Bequimão a Central do Maranhão. Os contratos somam quase R$ 100 Milhões, sendo pagos mais de R$ 11 Milhões pelo governo Flávio Dino.
Foto: Nestor Bezerra