Desafios da rede escolar de São Luís
As cabeças mais iluminadas e prudentes do Maranhão, certamente não tomariam o meu nome em conta de pessoa alheia ao mundo que a cerca. De fato, tenho cultivado o cuidado em compreender e conhecer a realidade política, econômica e social do meu Estado e da minha cidade. Dito de outro modo, a consciência da minha própria trajetória de vida, minha condição de educador e pesquisador do ramo das ciências sociais e o corolário de valores sobre os quais se assenta a minha conduta não me permitem acatar o conformismo e a alienação.
Assim, decidi que não poderia deixar de dividir com vocês as experiências psicológicas e políticas desta campanha à vereança. Em apenas uma semana de visitas a bairros e comunidades urbanas e rurais menos privilegiadas de São Luís deparo-me com famílias sem alimento, sem trabalho e sem renda e, pasmem, sem escola.
Tudo isso me afeta, me abala, remete-me de volta à minha infância pobre, quando não havia a presença do Estado cuidador. Ainda bem que hoje, graças à Constituição Cidadã de 1988, existe uma extensa rede de proteção social que em muito colabora para minimizar os impactos do persistente fenômeno social da pobreza.
Por essa razão e, talvez pela minha formação jurídica, o que me atinge de modo mais brutal é a negação de direitos. Imperioso torna-se registrar que o meu objetivo, nem de longe é confrontar a gestão do Prefeito Edvaldo Holanda Júnior mas, apresentar uma realidade inconteste que precisa ser alterada com urgência. São lacunas que não podem se estender no tempo indefinidamente. Sei que o Prefeito se cerca de homens da maior retidão moral e capacidade técnica como o Secretário de Educação, Prof. Moacir Feitosa, que deve se incomodar com esse vácuo de políticas públicas justamente nas comunidades mais pobres, onde historicamente, o Estado só chega para punir.