O crescente índice de crimes patrimoniais no município, ocasionado pela falta de delegado titular: este foi o tema da audiência pública realizada na Comarca de Arari, coordenado pela juíza titular Anelise Nogueira Reginato e que contou com a participação do prefeito Djalma Melo, do defensor público Erick Railson Reis, do promotor de Justiça José Emanuel de Sousa e Silva, do vereador Evandro Silva, e do delegado Fernando Vinícius Simas.
A audiência ocorreu no início da semana, no Salão do Júri do Fórum de Arari, e foi um pedido de vários comerciantes da cidade, por intermédio do prefeito. “O problema aqui é que a falta de delegado, no período de maio de 2015 a janeiro de 2016 estava encorajando os marginais, que intensificaram roubos e furtos em pequenos comércios e em moradores. É fundamental que a população denuncie os bandidos sem medo de represálias”, disse Anelise Reginato.
A magistrada explicou aos presentes os motivos que levam os réus presos a serem soltos, destacando os requisitos da prisão e da soltura. “Tudo tem que seguir dentro dos trâmites legais. Não é correto fazer o linchamento de bandidos. Não é possível manter um acusado preso se estiverem presentes os requisitos para a soltura. A gravidade do delito, por si só, não autoriza a manutenção da prisão. Todavia, embora a mídia divulgue que ter bons antecedentes e residência fixa seja o suficiente, por si só, esses elementos também não autorizam a soltura”, ressaltou ela.
Durante a audiência foi apresentado o novo delegado de Arari, Fernando Simas. Ele assumiu o cargo este mês. “É necessário que todas as vítimas de crimes registrem a ocorrência para a autoridade policial a fim de que a autoria do crime seja apurada e o acusado seja processado e julgado, inclusive para fins de reparação civil, se for o caso”, enfatizou o delegado. A população pediu providências, no sentido de aumentar o efetivo policial na cidade.