Juventude, Liderança e Meio Ambiente

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AdrianoSarneyPor Adriano Sarney

Quando criança, estudante do ensino médio, tive um professor que incentivava os alunos com a seguinte indagação: o que você vai fazer para mudar o mundo? Cheio de sonhos e expectativas, eu refletia como poderia atingir tamanho objetivo. Depois entendi que a ação do meu professor, nos instigando, nos ensinando, agindo de maneira local, era uma forma de pensar globalmente. Naquela época, a discussão sobre o meio ambiente não era tão forte e chamávamos de líderes apenas os chefes de Estado de países de primeiro mundo. Hoje, todos nós podemos ser líderes, depende da pessoa, e sabemos que qualquer ação individual contra ou a favor do meio ambiente atinge o mundo inteiro.

A educação, a juventude e o meio ambiente são assuntos intrinsecamente ligados ao futuro da nossa sociedade. No dia 30 de novembro, eu tive o privilégio de ver caminhando esses três elementos em perfeita sintonia durante a Conferência Livre da Juventude e Meio Ambiente, promovida pela seção maranhense do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc.CBH) e pelo Comitê Infanto Juvenil do Rio Jeniparana, no auditório do Complexo de Comunicação da Assembleia Legislativa.

Foram aproximadamente 130 jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos, vindos de vários municípios do Maranhão, reunidos para debater sustentabilidade com representantes de órgãos ambientais estaduais e municipais, Ministério do Meio Ambiente e sociedade civil organizada.

Faço um destaque para duas jovens que dividiram a mesa de abertura da conferência comigo: Gleyce Oyama, 20 anos, do Jardim Tropical, representante do Maranhão no Parlamento Nacional da Juventude pela Água (PNJA) e Vitória Cantanhede, 16 anos, da Cidade Operária, presidente do Comitê Infanto Juvenil da Bacia Hidrográfica do Rio Jeniparana. Elas articularam muito bem os seus argumentos e mostraram capacidade de liderança. Acredito que com o devido incentivo, certamente elas mudarão o mundo.

O objetivo da conferência foi desenvolver na juventude a consciência social, ambiental e política para formar novas lideranças capazes de debater e elaborar propostas de desenvolvimento associado com a sustentabilidade.

A turma de jovens líderes maranhenses desenvolveu debates a respeito de vários eixos temáticos, relacionados à produção e consumo, mudanças climáticas, resíduos sólidos, recursos hídricos, código florestal, produtos químicos, gestão ambiental e territorial e urbana, biodiversidade, patrimônio genético e conservação ambiental com inclusão social de jovens.

Entre as propostas da conferência, os jovens defendem debater estratégias de educação ambiental, cultivo de hortas orgânicas, além da criação de uma rede de comunicação para o público juvenil voltada para um modelo de vida sustentável. Foi debatida a implantação de sistemas de energia renovável em prédios públicos (ginásios, escolas, prefeituras, hospitais, etc.) e também a implantação da disciplina de energia renovável na grade curricular dos cursos de engenharia, além da criação de fóruns estaduais de juventude de mudanças climáticas.

Para a zona urbana, discutiu-se projetos de coleta de lixo eletrônico (restos de aparelhos eletroeletrônicos) nos bairros e escolas com apoio de empresas públicas ou privadas para reaproveitamento ou reciclagem do material coletado. Falou-se também da realização de palestras regulares de conscientização sobre práticas consumistas e avanços de técnicas agroecológicas e agricultura orgânica.

Do evento, saíram várias proposições do Maranhão para a implementação do Plano Nacional da Juventude para o Meio Ambiente (Lei nº 12.852/2013), para um encontro que deverá ocorrer em Brasília (DF) ainda neste mês de dezembro.

O questionamento de meu professor do ensino médio me permitiu não só a visão de mudança para um mundo melhor, mas, principalmente, poder contribuir e disseminar essa visão com um maior número de pessoas em um efeito de multiplicação que, com certeza, produzirá o surgimento de novas lideranças, mais conscientes e comprometidas com as causas e ações ambientais, empresariais e sociais.

Adriano Sarney
Economista, administrador e deputado estadual (PV)
Artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão, edição de domingo, 13 de dezembro de 2015.

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