Levantamento divulgado pela Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) apontam que 234 presos beneficiados com a saída temporária não retornaram ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas em 2015.
Os números são referentes às cinco saídas temporárias no ano: Semana Santa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal. Somente no Natal, dos 345 presos que foram beneficiados com a saída temporária 51 não retornaram (um deles foi morto).
Os números são assustadores e devem servir o quanto antes para reflexão das nossas autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Em seu perfil no Facebook, o ex-secretário de Justiça e Administração Penitenciária, Sebastião Uchoa fez uma reflexão sobre o assunto.
“Meu Deus!!!! Nunca essa percentagem de não retorno de apenados em Saídas Temporárias ocorrera na história dos Sistema Penitenciário do Maranhão, ainda que em fases de turbulências em razão dos confrontos entre facções entre os anos de 2010 a 2014 com possíveis incitações com propósitos definidos que amplamente a sociedade e seus segmentos mais esclarecidos bem os sabem.
O fato acima determinado momento tivera refletido com um magistrado da Execução Penal,pois mesmo diante dos estranhos assassinatos em série (penso que defenderiam federalizar essas investidores a fim de se chegarem aos prováveis autores intelectuais), o número de não retorno de apenados oscilava entre dez a vinte por cento ou um pouco mais, nunca nos patamares das três últimas Saídas Temporárias.
No fundo, tecnicamente são sinais que precisam ser decifrados, sob pena de alguém pagar preços altíssimos com isso, especialmente a sociedade, o Estado e o próprio instituto da Execução Penal.
Por mais que ocultem ou maquiem com ações pontuais e extremamente simbólicas e em locais (Unidades Penais) sem históricos de violências, as mortes (Coroatá, Penitenciária de Pedrinhas e Hospitais Nina Rodrigues), bem como fuga na Penitenciária de Pedrinhas e tentativas diversas dentre as quais a última na CCPJ do Anil, a bola de neve volta a crescer sob incógnitas, cujas profecias são as piores possíveis, ainda que “acordos” espúrios que porventura estejam ocorrendo, o invólucro se desfazerá com a emersão e retorno do caos com viesses até com proporções incomensuráveis, já que com o crime, seja na vertente funcional ou diretamente com a massa carcerária, não se deve acordar (negociar), sobretudo por ser questão de Estado, penso eu.
Fica-se, então a reflexão técnica para um sacolejo mental”.