A deputada Andrea Murad discursou na Assembleia Legislativa, pela primeira vez, sobre a eleição do PMDB. A parlamentar discorreu sobre o papel do partido quanto oposição e focou suas palavras na possibilidade frustrada de sua chapa disputar a eleição da direção estadual, o que ela considerou um ato antidemocrático.
“Jamais iríamos cometer o erro mesquinho de tentar frustrar a ação de novos e de antigos membros. E menos ainda de tentar impor cartilhas pessoais à sigla. Até mesmo porque a gênese de nossa chapa se deu para combater este tipo de prática, bem como buscar a modernização do PMDB. E tudo isso sempre com o dever de fazer jus a uma história que é de conhecimento de todos. Passei dias ouvindo que iríamos ser derrotados. E eu estava preparada para a vitória e para a derrota. A política tem dessas coisas. O que me entristeceu foi a anulação de qualquer possibilidade. até o direito de perder nos foi retirado. E isso, convenhamos, não faz jus à história desse partido”, discursou.
Andrea Murad reforçou que a sua lealdade ao partido está inabalável e que o episódio em torno da eleição não irá tira-la do foco do seu trabalho em nome do partido, do povo e, principalmente, do futuro do Maranhão.
“Minha lealdade ao PMDB segue se manifestando em forma de oposição ao governo e de apoio aos membros da sigla que partilham desse sentimento. Entendo que o partido não pode se dar ao luxo de “esperar” o que esse governo vai dar como propõe alguns, porque já mostrou ao que veio. Essa inércia não beneficia o PMDB. O momento requer ação e por isso não silencio. Da mesma forma que seguirei firme no enfrentamento contra aos que desejam colocar o PMDB no colo daqueles que tudo fazem para destruí-lo aqui no maranhão”, finalizou.
Outro lado
“O verdadeiro partido é feito na luta. Todo processo do PMDB foi legal porque a justiça e o diretório nacional nos deu esse direito”, defendeu o deputado estadual Roberto Costa (PMDB) em discurso na tribuna, na manhã desta quarta-feira (04). Com estas falas, o parlamentar rebateu as críticas da deputada estadual Andrea Murad (PMDB) em relação ao resultado da Convenção Estadual do diretório, na última sexta-feira (30).
“Venho discordar porque quando se prega democracia a primeira compreensão que se deve ter é respeitar a vontade da maioria e a chapa do senador João Alberto venceu com cerca de 96% dos convencionados, contemplando o conjunto do partido em todos os municípios maranhenses. Além disso, quando ocorreu o indeferimento da chapa do ex-secretário Ricardo Murad, ele teve o seu direito a recorrer à justiça e também à direção nacional do PMDB. No fim, ambos entenderam que todo o processo realizado pela atual direção do partido era legítimo e legal”, disse Roberto.
Andrea Murad teria classificado as eleições do partido como “tentativas de perseguição e impedimento de disputar o pleito”, afirmando que isto não condiz com a história do partido. Contudo, o líder do PMDB na Assembleia chamou a atenção para o fato de que os membros da chapa de oposição não condiziam com a postura histórica da legenda.
“Na chapa do ex-secretário Ricardo Murad, dos 70 componentes, 52 eram apenas de Coroatá. Isto não significa o partido como um todo. Eles precisam, primeiro, conhecer o partido, conhecer suas as lideranças, principalmente as lideranças do interior do Estado, aquelas lideranças pequenas que fazem o dia a dia do Partido, o fortalecimento do partido dentro de cada município. Se perguntar para essas lideranças quem é o PMDB de Axixá, eu tenho certeza de que não vai saber quem é. Não vai saber quem é a Júlia, não vai saber quem é o Zé do Mundico, em Buritirana, não vai saber quem é o chofer, em Cajari. Não vai saber quem é o Sodré, lá de Luís Domingues, não sabe quem é o Antônio Leite de Imperatriz. Sabe por que não tem essa informação? Porque nunca fizeram política partidária”, afirmou Costa.
Para finalizar, o parlamentar destacou ainda a liderança partidária do senador João Alberto à frente do PMDB. Segundo o peemedebista, o partido saiu da Convenção mais forte.
“Nós nunca tratamos o partido como objeto pessoal. Diversas vezes foram pedidas intervenções nos diretórios municipais por interesses pessoais e o senador João Alberto teve a mão firme para que isto não fosse permitido e respeitado o partido. E nós temos sim orgulho de ter o senador João Alberto à frente do partido. Ele que, pela quinta vez é presidente do Conselho de Ética do Senado Federal. A militância, o que se tem de mais valioso dentro de um Partido, estava ao nosso lado, os movimentos de juventude, os movimentos de mulheres do PMDB, porque entendem e sabem que o partido só continuará forte defendendo os interesses de todos se estiver no comando do Senador João Alberto”, concluiu.