A deputada de oposição, Andrea Murad (PMDB), cobrou na Tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (4), a apuração de denúncias de propinas supostamente pedidas por assessores do governo Flávio Dino. Ela lembrou o caso de Simone Limeira (PCdoB), denunciada por liderança indígena em Grajaú por receber propina para agilizar pagamento de transporte escolar indígena na região. Segundo documentos e troca de mensagens apresentados por Uirauchene Soares, Simone recebeu duas parcelas de R$ 4 mil. Logo após as denúncias, ela pediu exoneração do cargo de Assessor Especial do governador. Outro caso citado pela parlamentar trata-se de denúncia na imprensa sobre um assessor da SINFRA que estaria pedindo 20% em propina para liberar recursos para obras de asfaltamento.
“Isso não seria uma boa hora para a Secretaria de Transparência agir? Nesses escândalos, a secretaria nunca age. Ela só serve para ficar perseguindo os inimigos políticos porque foi para isso que ela foi criada. O mal desse governo é achar que não deve satisfação para a população, que vai ser enganada dessa maneira e ser passada pra trás com esse discurso falso de mudança. Nós temos o dever de cobrar um posicionamento da Secretaria de Transparência nesses casos porque é o papel da secretaria investigar as denúncias que fazemos sobre os erros que o Governo anda cometendo”, discursou.
Em julho, a deputada protocolou ofício na Secretaria de Transparência e Controle pedindo investigação de 18 casos de irregularidades levantados por ela. Para a parlamentar, é inadmissível que uma pasta criada para tal finalidade se esquive dessas obrigações e concentre apenas esforços para perseguir adversários políticos. Andrea Murad lamentou o desvio da finalidade e o fator incoerência sobre a secretaria ser comandada por um dos citados no caso Ópera Prima, acusado de receber dinheiro público desviado da compra de medicamentos. Ela defendeu ainda que a pasta deveria ser dirigida por um técnico capacitado para coordenar um trabalho tão importante quanto o da transparência e combate a corrupção.
“Não estou dando carta de condenação para Rodrigo Lago, mas a partir do momento que o secretário de Transparência é, segundo o relatório final do inquérito da Comissão de Investigação de Crimes contra o Erário Estadual sobre o caso da empresa Ópera Prima que envolve o ex-deputado Aderson Lago e seus filhos, acusado de receber dinheiro em um esquema criminoso é no mínimo incoerente e vergonhoso. Uma secretaria como esta deveria ser comandada por um técnico competente, alguém sem paixões políticas, alguém que não seja envolvido politicamente”, concluiu Andrea.