A história se repete. O Governo do Estado torna a se envolver em uma situação constrangedora, sem conseguir reconhecer a necessidade de se retratar.
Primeiro foi no caso do mecânico Irialdo Batalha, executado em Vitória do Mearim. Em nota, o governo chegou a acusar Batalha de envolvimento em um assalto para justificar a lambança da polícia que resultou no seu assassinato. Nunca houve sequer um pedido de desculpas à família pela acusação infundada.
Depois foi no caso do erro na placa do Arraial do Ipem. No lugar de Arraial Donato Alves, amo do boi de Axixá que faleceu no ano passado, a placa exposta homenageava um certo “Nonato Alves”. O letreiro foi retirado para correção, mas a família do autor de “Bela Mocidade” não viu nenhuma retratação pública do Governo do Estado.
Agora é a vez do padre Roberto Perez Cordova, coordenador da Pastoral Carcerária. Depois de expor suas opiniões (contrárias aos interesses do governo, obviamente) sobre o sistema prisional, recebeu bordoadas verbais do governador Flávio Dino e ainda foi acusado, via redes sociais, de receber “mensalinho” para desempenhar seu trabalho junto à população carcerária no Maranhão.
A incapacidade de pedir desculpas e o ímpeto de afirmar sua autoridade, como ex-membro do Judiciário e atual comandante do Estado, tem levado o governador a erigir uma imagem autoritária, acima de qualquer contestação.
E assim, cai a máscara da humildade usada durante os meses de campanha e revela-se a face de um gestor acima do bem e do mal, soberano, sedento por receber aplausos e elogios.
Só que não.
Foto: Sérgio Lima/Folhapress
Da Coluna Estado Maior/ O Estado