Um novo tipo de golpe por telefone está sendo aplicado em São Luís. As vítimas, nesse caso, são escolhidas pelos criminosos por que já estão fragilizadas como foi o caso da representante comercial Jamile Nascimento, que está com o pai internado no hospital São Domingos.
Os golpistas ligaram para o celular da mãe da vítima na manhã desta segunda-feira (18). Do outro lado da linha, o bandido finge que é médico e pergunta sobre o estado de saúde do paciente para dar continuidade à conversa. Até chegar ao ponto de pedir dinheiro.
O criminoso segue, dizendo que para curar o “paciente” é preciso comprar um medicamento direto do laboratório por meio de um depósito em dinheiro. Jamile foi correndo até uma casa lotérica fazer a transferência de R$ 700.
“Disseram que ele (pai) estava com hemorragia muito grave e que precisava de uma medicação com urgência. Que a gente não poderia esperar porque senão ele iria morrer. Aí fizemos transferência no valor de R$ 700”, contou Jamile.
A conta era no nome de Erval de Oliveira Braga, que segundo o que foi informado na legação, era um dos médicos que faria a cirurgia de urgência. Mas tudo não passava de um golpe.
“Eles sabiam nosso endereço, sabiam nosso telefone, sabiam que o paciente estava na UTI, nome do médico. Sabiam vários dados do paciente. É de se desconfiar que alguém passou informação para alguém”, observou.
A direção do hospital disse à família que esse golpe já aconteceu com outros pacientes e orientou aos familiares que registrassem um boletim de ocorrências na Delegacia de Defraudações para que o caso seja investigado. O hospital não descarta a participação de funcionários no golpe. A direção do hospital disse, ainda, que vai colaborar com as investigações da polícia.
“É importante que os clientes entrem em contato com o hospital antes de tomar qualquer medida para evitar esse tipo de golpe”, disse o assessor jurídico do hospital São Domingos, Marlon Martins.
A filha de uma paciente da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do mesmo hospital, que preferiu não ser identificada, conta que também recebeu uma ligação e só não foi vítima porque estava no local e se ofereceu para falar pessoalmente com o suposto médico que estava ligando.
“Ele se identificou com o nome de um dos médicos do hospital. Aí me disse que tinham ficado os exames prontos e que ele queria conversar com a gente. Aí falei que estava no hospital e que podia conversar agora. Aí a própria enfermeira viu que a ligação nem era daqui de São Luís”, contou.
Os celulares de onde as ligações foram feitas são de Mato Grosso do Sul. Para a polícia, pode haver envolvimento de presos, como em outros golpes aplicados pelo telefone.
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