Inaceitável e absurda foi como o deputado estadual Roberto Costa classificou a violência doméstica contra a mulher. Em seu discurso nesta quarta-feira (11), o parlamentar destacou os dados preocupantes divulgados pela Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar de São Luís.
A pesquisa, que traçou o perfil das vítimas e agressores, os tipos de violência mais comuns e os bairros de maior incidência dos casos, serve de alerta para a necessidade de mecanismos eficientes de combate a esse tipo de violência e de medidas protetivas atuantes.
No perfil das vítimas, 36 % das mulheres têm entre 26 e 34 anos, 60% são solteiras, 24% são domésticas e 55% delas tiveram filhos com o agressor. Coroadinho, Anjo da Guarda e São Francisco foram os bairros com maior incidência de casos. No perfil do agressor: 30% deles também têm entre 26 e 34 anos, 61% são solteiros e 65% deles exercem alguma atividade remunerada. Mais de 70% dos casos de violência ocorreram dentro de casa, sendo que houve uso de arma branca. Após a agressão física, os tipos de violência mais comuns são a psicológica e a moral.
O deputado relembrou ainda a CPI de combate a violência contra a mulher, realizada pela Assembleia Legislativa em 2013, da qual ele participou como relator ao lado da deputada Francisca Primo, presidente da Comissão na época. Ao fim dos trabalhos da CPI foi apresentado aos demais Poderes do estado, um relatório com sugestões que pudessem reduzir os casos de violência contra a mulher maranhense.
“Só vamos conseguir combater esse tipo de violência a partir das punições e a punição começa a ser gerada na denúncia; para isso precisamos que o Estado garanta as condições necessárias para que a mulher tenha contato com o poder público, sobretudo pelas delegacias especializadas”, pontuou Roberto Costa.